• Redação Galileu
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A capacidade de cheirar vai diminuindo naturalmente com a idade (Foto: Pixabay/JohnsonGoh/Creative Commons)

A capacidade de cheirar vai diminuindo naturalmente com a idade (Foto: Pixabay/JohnsonGoh/Creative Commons)

Novo estudo da Universidade Estadual do Michigan, nos Estados Unidos, sugere que a menor capacidade do olfato na idade adulta pode estar ligada a um aumento do risco de morte. A pesquisa descobriu que adultos com um olfato ruim têm um risco quase 50% maior de morrer dentro de 10 anos. Os resultados apontam que isso vale mesmo para as pessoas saudáveis.

"O mau sentido do olfato se torna mais comum à medida que as pessoas envelhecem e há uma ligação com um risco maior de morte", disse em comunicado Honglei Chen, epidemiologista do Estado de Michigan. "Nosso estudo é o primeiro a olhar para as possíveis razões que prevê uma maior mortalidade." 

Pesquisas que analisam o elo entre o olfato e a saúde não são novidades na ciência. Estudos anteriores já descobriram que um sintoma inicial de Parkinson e demência é o declínio na capacidade de cheirar.

Nesta avaliação, os pesquisadores computaram dados de cerca de 2,3 mil participantes entre 71 e 82 anos e analisaram a capacidade que eles tinham de detectar 12 cheiros comuns, como chocolate, limão, cebola e gasolina. Depois, foi medida a possível taxa de sobrevivência deles para os 13 anos seguintes. 

Em comparação com aqueles com bom olfato, as pessoas que pontuaram mal no “teste do cheiro” tiveram um risco 46% maior de morte dentro de 10 anos e 30% em 13 anos.

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Algumas futuras mortes foram relacionadas à doença de Parkinson e demência, mas as causas da maioria permanecem incertas. Doenças respiratórias e câncer não parecem estar ligados à capacidade olfato.

O estudo ainda observa que o “nervo olfativo é o único nervo craniano exposto diretamente ao ambiente”, sugerindo que as estruturas do sistema nervoso existentes na região do nariz podem ser vulneráveis ​​a problemas de saúde. 

De acordo com os cientistas, entretanto, é preciso ter cuidado com conclusões precipitadas. Em outras palavras, se o seu olfato não é o que costumava ser, não entre em pânico. “A causa pode ser muito complicada. Uma possibilidade é que o mau olfato é um sinal, talvez um sinal precoce, de alguma doença subjacente", comentou Kevin McConway, professor da Open University. 

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