Reuters

28/06/2013 13h09 - Atualizado em 28/06/2013 13h28

Manifestações no Brasil destacam necessidade de reformas, diz Fitch

Protestos vão colocar pressão sobre os governos locais, segundo agência.
Fitch classifica Brasil com grau de investimento e perspectiva neutra.

Da Reuters

A agência de classificação de risco Fitch informou nesta sexta-feira (28) que as manifestações populares que tomaram conta das principais cidades brasileiras devem colocar pressão nos governos regionais para acelerarem discussões sobre o pacto federativo.

As manifestações eclodiram contra o aumento da tarifa de ônibus, trem e metrô, mas ganharam maiores proporções quando milhares de pessoas tomaram as ruas com novas demandas. Em alguns episódios, houve confronto com a polícia militar e episódios de vandalismo.

"Esses protestos populares provavelmente vão colocar pressão sobre os governos locais para acelerarem as discussões federativas, incluindo a renegociação da dívida com o governo federal", afirmou a agência em nota divulgada à imprensa, acrescentando ser improvável uma ação imediata sobre o tema.

A Fitch informou que, para enfrentar com sucesso as demandas sociais, os estados terão de reorganizar os gastos orçamentários para absorver a suspensão dos reajustes das tarifas de transporte público.

"Os avanços nas discussões federativas são capazes de amparar uma melhora sustentada dos orçamentos dos governos regionais se conduzida sob uma estratégia bem definida", colocou.

A agência citou ainda a necessidade de realizar uma reforma mais ampla do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e lembrou a importância das novas regras de distribuição de recursos federais para os estados através do Fundo de Participação dos Estados, aprovadas pela Senado recentemente.

Além disso, a Fitch informou que a troca dos indexadores da dívida dos estados traria maior folga para investimento em educação, saúde, segurança pública e transportes.

A Fitch classifica o Brasil com grau de investimento e têm a perspectiva neutra.

No começo deste mês, a agência a Standard & Poor's revisou a perspectiva do rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa", citando o fraco crescimento econômico e a política fiscal expansionista, e indicou que pode reduzir o rating brasileiro nos próximos dois anos caso esse cenário não seja revertido.

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