Tesouro Direto

Por Victor Rezende, Valor — São Paulo

Embora o Tesouro Nacional precise se financiar, o mercado tem pedido prêmio adicional pelos títulos públicos, enquanto as intenções do governo na parte fiscal não estiverem mais claras, o que tem estressado o mercado secundário, nota Sergio Silva, sócio e gestor da AZ Quest.

“É um momento de dificuldade para o Tesouro e ele precisa ter mais habilidade ao fazer os leilões. Os prêmios vão abrindo e isso vai se retroalimentando com os investidores se desfazendo dos papéis no mercado secundário para pegar no leilão com um pouco mais de prêmio”, diz.

Para Silva, o momento se torna ainda mais desafiador com o Tesouro sem caixa e diante de um vencimento de aproximadamente R$ 600 bilhões nos próximos seis meses.

“Ele não consegue distribuir os títulos de uma maneira muito legal ao longo da curva porque o mercado está pedindo mais prêmio”, nota o gestor. No entanto, ele afirma que o leilão de títulos públicos de 10 de setembro “vai ficar para a história por falta de sensibilidade do Tesouro”.

O profissional aponta que, por mais que a instituição esteja em uma situação complicada em relação ao gerenciamento do caixa, poderia ter tido mais sensibilidade.

“Não é a hora de colocar o maior leilão de prefixados da história. Por mais que tenha feito a leitura do mercado antes, por mais que tenha tido esse feedback dos players de que havia demanda, ele deveria ter deixado essa demanda um pouco mais preservada para leilões ao longo do tempo e não ter colocado um leilão tão grande”, diz. Silva, assim, classifica o leilão do dia 10 de setembro como “precipitado e pouco sensível”.

Nesse sentido, o gestor da AZ Quest aponta a questão fiscal como “primordial” para explicar o movimento recente nas curvas de juros, enquanto o outro fator seria a inflação rodar um pouco mais alto, especialmente nos IGPs.

“Não haveria motivo para que os participantes não pedissem momentaneamente um pouco mais de prêmio”, afirma Silva. Ele diz, ainda, que a gestora continua a observar um cenário de taxa de juros inalterada por um bom tempo diante do hiato do produto alto e de um retorno gradual da economia, o que não geraria pressões inflacionárias no curto prazo.

“Mesmo com o fato de termos IGPs mais altos e uma inflação mais alto devido a alguns itens pontuais, os planos do Banco Central não devem ser alterados”, diz o gestor. Para ele, com a inflação ainda longe do centro da meta, o BC terá de olhar os efeitos secundários dos choque e, portanto, não deve reagir no curto prazo. Na curva de juros nominais, Silva nota que há vários pontos com bastante prêmio e nota um aumento da taxa do DI para janeiro de 2021 diante do estresse do mercado. “Não é um movimento desejável, mas está dentro da normalidade”, afirma.

(Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

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