Edição do dia 05/03/2018

05/03/2018 21h46 - Atualizado em 05/03/2018 22h09

Eleição na Itália termina sem partido com maioria no governo

Cada legenda vai tentar formar alianças; se não houver acordo, presidente pode até convocar novas eleições.

A eleição na Itália terminou sem que nenhum partido conseguisse maioria suficiente para formar um governo. Agora, cada um vai tentar alianças para que os italianos não precisem voltar às urnas.

Vencedores e perdedores.

Na política italiana, quase todos querem entrar para o governo. A verdade das urnas fez de dois partidos, contrários à política tradicional, os vencedores morais. E os dois se dizem no direito de formar um governo.

O mais sorridente nesta segunda-feira (5), é Luigi di Maio, do populista Movimento Cinco Estrelas. O partido foi o mais votado, mas ficou em segundo quando se leva em consideração as coligações.

A Liga, de Matteo Salvini, faz parte da coligação mais votada, de centro direita.

Antes da votação, parecia que a Liga poderia dar sustentação a um governo do Forza Itália.

Mas o partido do empresário e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi acabou perdendo para a Liga. Agora, é Salvini quem dá as cartas. O Partido Democrático, de centro-esquerda, atualmente no governo, foi o grande derrotado.

O ex-primeiro-ministro Matteo Renzi pediu demissão da Secretaria Geral do Partido, e declarou que ficará na oposição. Mas, uma ala do PD gostaria de formar o governo ao lado do Cinco Estrelas.

O Movimento Cinco Estrelas e a Liga têm muito em comum: são contra as políticas de austeridade da União Europeia, e contra receber os imigrantes resgatados no mediterrâneo. Juntos, teriam maioria para governar, mas poderiam ameaçar a permanência da Itália na União Europeia.

Ninguém inveja a posição delicada do presidente Sergio Mattarella, que deverá dar a decisão final.

As negociações podem levar semanas, se não houver acordo, o presidente pode convocar novas eleições, como aconteceu na Espanha em 2015.