RIO — No ano passado, a prefeitura iniciou, mais uma vez, o trabalho de remoção de gigogas do Canal das Taxas. Mas, no fim de fevereiro, antes de o problema ser solucionado, a retroescavadeira foi retirada do local. O equipamento foi transferido para o Rio Guerenguê, que transbordou devido à tempestade de 14 de fevereiro.
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A presidente da Associação de Moradores do Recreio, Simone Kopezynski, afirma que lutou muito pela dragagem no Canal das Taxas. O serviço havia começado há cerca de seis meses, mas estava em ritmo lento, diz.
— Aqui está com muito mosquito. Estivemos com o então secretário (de Conservação e Meio Ambiente) Rubens Teixeira e pressionamos muito para conseguir a retroescavadeira. Quando ela chegou, a Comlurb demorou para liberar caminhões, o que atrasou o serviço. E, antes de o trabalho ser concluído, a prefeitura retirou o equipamento. Desperdiçaram dinheiro público — reclama Simone.
O vereador Carlo Caiado, que rompeu com a base governista após a votação do IPTU, é um dos vereadores que mais pleiteiam a dragagem do canal. Ele foi autor de um dos ofícios pedindo o serviço, além de um projeto de limpeza permanente no local. A disputa política, dizem moradores, é decisiva para o cronograma de serviços de conservação.
Foi de Marcelo Siciliano, vereador que se aproximou ainda mais do governo Crivella ao votar com o governo pelo aumento do IPTU, o ofício que pediu a dragagem no Rio Guerenguê. No último dia 26, ele postou um vídeo com moradores da área no qual elogia a prefeitura por ter atendido ao seu pedido. A retroescavadeira está na altura da comunidade da Preguiça, onde várias casas foram alagadas.
— Perdi vários móveis, e a dragagem melhorou um pouco a situação. É ano eleitoral, né? Nas últimas semanas, já vieram alguns políticos aqui se gabar — conta o morador Luis Gonçalves.
A Fundação Rio-Águas diz que o Canal das Taxas tem um tipo de ecossistema em que se recomenda o mínimo de intervenção e que os equipamentos a serviço do órgão, pertencentes a empresas contratadas, são deslocados conforme a necessidade. No caso do Rio Guerenguê, afirma, já havia serviços programados, mas houve necessidade de uma intervenção imediata, devido às últimas chuvas.
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