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Rio bate recorde de homicídios em oito anos, segundo o ISP

Dados revelam que, só em 2017, foram 6.731 vítimas de letalidade violenta no estado do Rio
Faixa de protesto contra a violência na Maré, área afetada por conflitos em 2017 Foto: Mônica Imbuzeiro - 22/05/82017 / Agência O Globo
Faixa de protesto contra a violência na Maré, área afetada por conflitos em 2017 Foto: Mônica Imbuzeiro - 22/05/82017 / Agência O Globo

RIO - O estado do Rio fechou 2017 batendo um recorde negativo de 40 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto de Segurança Pública sobre a letalidade violenta. No total, foram mortas 6.731 pessoas nos 12 meses do ano passado, número que supera em 7,4% os 6.262 casos de 2016. A última vez em que a taxa por 100 mil habitantes foi superior a 40 foi em 2009, quando foram assassinadas 7.106 pessoas, ou uma taxa de 44,9 mortes por 100 mil habitantes.

A taxa de letalidade violenta é calculada a partir do somatório de homicídios dolosos, mortes decorrentes de intervenção policial (autos de resistência), latrocínios (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte. Os homicídios dolosos subiram 5,7%, de 5.042 em 2016 para 5.332 em 2017. Os chamados autos de resistência foram os responsáveis por puxar para cima o indicador de homicídios: houve aumento de 21,5% em um ano. Em 2016, a polícia foi responsável por 925 mortes. Já em 2017, foram 1.124 casos do tipo.

No caso dos latrocínios, foram dois casos a menos que em 2016, quando foram registradas 239 ocorrências do tipo. Também houve queda nas lesões corporais seguidas de morte: foram 56 casos em 2016 contra 38 em 2017.

Outros indicadores da violência no estado também apresentaram crescimento expressivo. Houve alta de 30,3% nos roubos de veículos, que subiram de 41.696 para 54.367. Os roubos de carros são considerados um dos indicadores mais confiáveis para medir o aumento da insegurança na população, por ter baixa subnotificação de casos.

Sem o impacto de grandes eventos como os Jogos Olímpicos, os roubos de rua caíram 8,3%. Em 2016, foram 93.818 casos no estado, enquanto em 2017 foram 86.028. No geral, porém, os roubos apresentaram alta de 10,3%. Em 2016, as delegacias registraram 208.781 roubos de todos os tipos. Já em 2017, os registros somaram 230.450 casos.

No ano de 2017 foram apreendidos 499 fuzis no estado, o maior número registrado em toda a série histórica do Instituto de Segurança Pública, que teve início em 2007. Foram 130 fuzis a mais em relação ao ano de 2016. A apreensão de armas em geral, porém, registrou queda. Foram 8.705 armas apreendidas nos 12 meses de 2017, contra 9.010 em 2016, queda de 3,3%.