07/10/2015 16h37 - Atualizado em 07/10/2015 20h40

Alerj aprova CPI para investigar fraudes em autos de resistência

Deputados aprovaram comissão pedida após vídeo de flagrante forjado.
Dos 70 deputados, só um votou contra: Flávio Bolsonaro (PP).

Marcelo ElizardoDo G1 Rio

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar autos de resistência no estado. O objetivo é apurar possíveis fraudes nas alegações de PMs, segundo o deputado Rogério Lisboa (PR), autor do pedido.

Lisboa justificou que foram registrados cerca de 600 autos de resistência em 2014.

"Será que todos esses autos de resistência realmente foram em confronto? Se foi em legítima defesa, o policial tem que ser condecorado. Agora, se foi uma execução, não dá. Isso não é policial, isso é um marginal. Ele não pode ficar na corporação. O policial não tem que se preocupar com a CPI, tem que se preocupar em fazer seu trabalho", disse o autor da CPI.

Dos 70 deputados, três não participaram da sessão por estarem licenciados, 47 votaram a favor e apenas o deputado Flávio Bolsonaro (PP) votou contra. Ele argumentou que a investigação "coloca uma faca no pescoço" do policial, que já "não tem segurança jurídica" para realizar seu trabalho.

A instalação da CPI será publicada no Diário Oficial até sexta-feira (9). Só então, os partidos indicarão um deputado cada para participar da comissão, que será formada por sete parlamentares. O presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), escolhe o presidente, relator e os outros integrantes.

O pedido da formação da comissão ocorreu após um vídeo mostrar PMs mexendo na cena do homicídio de um jovem na favela da Providência, na Zona Norte do Rio. As imagens mostram os policiais colocando uma arma na mão de Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, que era investigado por tráfico de drogas, mas, segundo testemunhas, teria se rendido antes de ser baleado.

Nesta quinta, a testemunha que filmou o caso prestou depoimento pela primeira vez. Ela reforçou denúncias contra os policiais militares.

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