• Daniela Frabasile
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 Vinicius Loyola e Taiguara Moura: amigos montaram a Green Station (Foto: Divulgação)

Vinicius Loyola e Taiguara Moura: amigos montaram a Green Station (Foto: Divulgação)

O sonho de abrir uma empresa em conjunto era antigo, mas só começou a tomar forma em 2015, quando os capixabas Vinicius Loyola e Taiguara Moura se reencontraram e retomaram os debates sobre empreender. No auge da crise econômica do país, a dupla decidiu investir em alimentação saudável fora de casa, em um modelo de fast food. Foi assim que nasceu a Green Station, um restaurante de salada por quilo. Em 2017, a empresa fechou o ano com faturamento de R$ 8 milhões.

“A área de alimentação foi a que mais nos chamou atenção, apesar de não termos experiência no ramo, achávamos que esse mercado não seria tão abalado pela crise”, diz Moura. O modelo foi inspirado em restaurantes fast food saudáveis que já existem nos Estados Unidos, que Loyola conheceu durante uma viagem, em 2013. “Muita gente busca opções mais saudáveis para comer fora de casa, e que sejam em conta, rápidas e práticas. Vimos uma oportunidade aí”. Para ganhar o mercado brasileiro, porém, eles apostaram no sistema de pagamento por quilo.

Com apenas R$ 30 mil para investir na primeira loja, os sócios tinham pouco espaço para erros no planejamento. “Eu tinha o dinheiro reservado, e o Vinícius arcava com todas as despesas que podiam ser parceladas”, diz Taiguara. “A gente tinha a ilusão de que as coisas seriam mais baratas. Conversamos com donos de restaurantes do estado e de fora, a primeira dificuldade foi entender a diferença entre o que estava planejado e a realidade”.

Nos restaurantes da Green Station, os clientes escolhem os ingredientes que querem e as quantidades - há opção de folhas, legumes, proteínas e carboidratos. Atendentes montam o prato, misturam todos os ingredientes e pesam a salada – em média, cada cliente gasta R$ 18 no restaurante. Hoje, já são 21 lojas espalhadas pelo sudeste do Brasil.

O modelo atual foi fruto de várias tentativas na primeira loja. Os empreendedores testaram os produtos que estariam disponíveis para as saladas para ver quais tinham melhor aceitação do público. Atualmente, os clientes podem escolher entre mais de 30 ingredientes para montar as saladas.

“A gente testou também outras formas de produto, como o restaurante fica aberto das 11h da manhã até às 22h da noite, pensávamos que precisávamos de um produto voltado para lanches no período da tarde”, diz Moura. Pensaram então em vender wraps nas lojas, também personalizados e por quilo, mas não deu certo. “Colocar mais esse produto atrapalhava o processo, então a gente decidiu ficar só com a salada mesmo”.

Hoje, as lojas já não ficam mais vazias no período da tarde. “Depois que ficamos mais conhecidos, percebemos que não precisávamos oferecer outros produtos. Muita gente vai almoçar entre 15h30 e 16h, é um horário em que é difícil encontrar restaurantes abertos que não sejam fast food”, afirma Taiguara Moura.

Outro ponto que exigiu a atenção dos sócios foi a embalagem para viagem. “Os nossos bowls foram planejados para serem fáceis de manusear e possibilitar praticidade aos nossos clientes”, diz Moura. As embalagens podem ser reutilizadas, e os clientes que levam os bowls de volta à loja ganham desconto na compra da próxima salada.

Para não deixar cair a qualidade dos produtos oferecidos em todas as unidades, os sócios precisaram prestar mais atenção também à origem dos produtos. “Contamos com 30 produtores aprovados e homologados para fornecer verduras, hortaliças, frutas e legumes para nossas lojas”, diz Vinicius Loyola. Atualmente, o centro de distribuição atende apenas as unidades do Espírito Santo, mas a expectativa é expandir esse serviço para as 21 lojas em 2018.

Expansão
Desde que criaram o negócio, a ideia era expandir por meio de franquias. A primeira foi aberta em abril de 2016, em Vila Velha (ES).

“A gente pretendia abrir as franquias após dois anos, mas no primeiro mês depois que abrimos a primeira loja, já tinha muita gente perguntando”, afirma Taiguara Moura. “Então optamos por acelerar os planos e não deixar a oportunidade passar”. Hoje, 17 das 21 lojas da rede são franqueadas.

Para 2018, a expectativa dos sócios é triplicar o faturamento do ano passado e inaugurar mais 40 unidades.