Por Rodrigo Ortega, G1


Conheça documentários indicados ao Oscar 2018

Conheça documentários indicados ao Oscar 2018

É tudo verdade, mas alguns documentários indicados ao Oscar 2018 parecem saídos da cabeça de um roteirista de ficção. De um cientista russo maluco que transforma o mundo do esporte a um banqueiro chinês que desafia a noção de trapaça financeira, vale conhecer os personagens.

O G1 explica os indicados no vídeo acima e, no texto abaixo, sugere uma ordem para você correr atrás das histórias, com as melhores no final.

5 - "Strong Island"

O norte-americano Yance Ford estreia na direção com um filme pessoal e emotivo. Ele lembra morte de seu irmão em 1992, durante uma briga. O assassino foi identificado, mas nunca condenado. É uma das duas produções da Netflix indicadas neste ano.

Tem até chance de ganhar, dada a atualidade e a importância do tema. Mas se torna repetitivo à partir da metade. Fosse mais enxuto, teria ainda mais impacto - e chance de estatueta na categoria de curta.

'Strong island' — Foto: Divulgação

4 - "Abacus: Pequeno o bastante para condenar"

Uma família chinesa dona de um pequeno banco nos EUA se vê na mira da Justiça, acusada de fraude. Ao contrário de enormes bancos que se envolveram na crise financeira de 2008 e nunca foram indiciados, os chineses enfrentam um grande processo.

Para quem viu "A grande aposta", indicado a melhor filme no Oscar retrasado, esta é uma boa continuação das trapalhadas das autoridades dos EUA durante a crise. Mas aqui o clima é mais sério e a figura do vilão é desafiada.

'Abacus: Pequeno o bastante para condenar' — Foto: Divulgação

3 - Ícaro

O diretor Byan Fogel pretendia investigar o doping no esporte com testes em si mesmo. O cientista russo que ele encontrou acabaria fazendo a maior denúncia de um esquema de doping da história. Com isso, a trama caiu no seu colo em primeira mão. É outra produção da Netflix.

O delator, Grigory Rodchenkov, é uma figura fascinante, e sua coragem de enfrentar poderosos na Rússia e nos EUA dá agonia até o final. Pena que Fogel exagere na sua própria participação na tela - não desanime com o início enrolado e espere para conhecer a incrível história de Rodchenkov.

Bryan Fogel em 'Ícaro' — Foto: Divulgação

2 - "Últimos homens em Aleppo"

Dois amigos trabalham como voluntários resgatando vítimas de bombardeios em Aleppo, na Síria. Eles se recusam a fugir do reduto rebelde, atacado por tropas do governo e aviões russos. É uma produção síria, dirigida por Feras Fayyad, já premiado em Sundance.

A referência aqui é o curta documentário "Os Capacetes Brancos", que ganhou o Oscar no ano passado, que mostra o mesmo grupo de voluntários de resgate. Só que agora o cenário é de ainda mais destruição e tristeza.

Feras Fayyad em 'Os últimos homens em Aleppo' — Foto: Divulgação

1 - "Visages Villages"

O filme francês une a veterana da Nouvelle Vague Agnès Varda, 89 anos, e o jovem fotógrafo e artista plástico JR, 35. Eles viajam pelo interior do país, conhecem e retratam as pessoas e conversam sobre suas vidas e trabalhos.

A busca pela "França profunda" faz eco com filmes que têm mostrado os EUA longe das grandes cidades. Às vezes a "química entre os protagonistas" é apontada como fator no favoritismo ao Oscar - é o caso aqui, mas de um jeito particular. A inusitada dupla faz um filme leve e ao mesmo tempo profundo, sem ser pretensioso. Ainda tem uma "participação" curiosa de Jean-Luc Godard.

Agnès Varda e JR em 'Visages villages' — Foto: Divulgação

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