Por Marina Pinhoni, G1 SP — São Paulo


Ônibus lotado na Zona Leste de São Paulo — Foto: Tatiana Santiago/G1

O transporte e os espaços públicos são os locais onde as pessoas com deficiência mais sofrem preconceito na percepção dos paulistanos, segundo levantamento da Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência divulgado nesta terça-feira (4). A mesma pesquisa também mostra que a acessibilidade de estações de trem e metrô apresenta a melhor avaliação, enquanto a de ruas e calçadas, a pior.

— Foto: Rede Nossa SP

De acordo com o balanço, 29% do total de entrevistados afirmou que já sofreu e/ou presenciou preconceito contra pessoas com deficiência no transporte público e 28% em espaços públicos de convivência como ruas, shoppings e parques.

Se considerados apenas os entrevistados que possuem ou convivem com alguma pessoa com deficiência, os números sobem para 63% nos espaços públicos e 58% no transporte público.

Para 39% dos paulistanos, estações de trem e metrô possuem acessibilidade ótima ou boa. Já as ruas e calçadas têm a pior percepção, com 57% de avaliação ruim ou péssima. Hospitais e postos de saúde também não são considerados acessíveis para a maioria das pessoas, com 41% de avaliações negativas.

— Foto: Rede Nossa SP

A adaptação das calçadas, semáforos, paradas, pontos e terminais de ônibus é a principal medida para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, segundo a opinião de 25% do público em geral.

Já os números entre as pessoas que possuem ou convivem com alguém com deficiência apontam que não há uma medida exclusiva, mas sim um conjunto de políticas que deveriam ser adotadas.

“A questão das calçadas é um ponto muito relevante que mostra que há um consenso de que é preciso mudar a infraestrutura da cidade para garantir o mínimo de dignidade para as pessoas com deficiência. Já sobre o preconceito, a pesquisa mostra que o olhar das pessoas que convivem com a deficiência é muito mais apurado e mais humanizado. Quem não tem esse contato muitas vezes não consegue enxergar o preconceito”, afirma Américo Sampaio, gestor da Rede Nossa São Paulo.

— Foto: Rede Nossa SP

Perfil dos entrevistados

Na pesquisa “Viver em São Paulo. A cidade e as pessoas com deficiência” foram entrevistadas 800 pessoas entre os dias 15 de agosto e 3 de setembro. Entre os consultados, 54% são mulheres e 46% homens.

A grande maioria dos entrevistados, 82%, afirmou não possuir e nem conviver com alguém que possua algum tipo de deficiência física, visual, intelectual, da fala ou psicossocial.

Dentre os locais que costumam frequentar, hospitais e postos de saúde são os que mais propiciam ao paulistano algum contato com pessoas com deficiência.

Perfil dos entrevistados — Foto: Rede Nossa SP

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