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Por Jornal Nacional


Governo tenta recuperar parceria com Maia na articulação da Previdência

Governo tenta recuperar parceria com Maia na articulação da Previdência

O Governo Federal está tentando recuperar a parceria com o presidente da Câmara Rodrigo Maia na articulação da reforma da Previdência. Nesta sexta-feira (22), o ministro da Casa Civil se reuniu com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e com o líder do PSL na Câmara para tentar acelerar a tramitação.

O ministro-chefe da Casa Civil chegou para o almoço com uma novidade. Anunciou que, na semana que vem, o Palácio do Planalto vai começar a fazer as nomeações para os cargos federais nos estados, um pedido de parlamentares aliados. Na articulação da reforma da Previdência, Onyx Lorenzoni admitiu que o governo precisa melhorar a comunicação com o Congresso e disse que o presidente Jair Bolsonaro vai conversar com o presidente da Câmara Rodrigo Maia assim que voltar do Chile.

Maia vem reclamando da falta de ação do governo para formar uma base para votar a reforma da Previdência. E também das críticas de que ele faz à velha política.

“Nós vamos oportunizar um encontro dos dois para conversarem e dar tranquilidade, reafirmar ainda isso: o governo sabe que o Parlamento tem seu tempo, o governo respeita o tempo do Parlamento e respeita a construção que os líderes partidários vão fazer na CCJ e na tramitação da Comissão especial”, afirmou o ministro-chefe da casa Civil Onyx Lorenzoni.

Os líderes partidários pararam nesta quinta-feira (21) a discussão da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça. Decidiram só indicar o relator depois de ouvir, na terça-feira (26), o ministro da Economia Paulo Guedes sobre a reforma e sobre a proposta de reestruturação da carreira dos militares.

O presidente da Comissão saiu satisfeito do almoço. “Agora o governo está mostrando ativamente que quer participar desse processo. Eu fico muito feliz que o diálogo está acontecendo e a partir da semana que vem todos os parlamentares também começarão a dar sua cota de contribuição e também de participação nesse diálogo com o governo”, comentou o deputado Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da CCJ.

No Chile, questionado se o governo está preocupado com a saída de Rodrigo Maia da articulação da reforma, Bolsonaro falou em diálogo e comparou a situação a uma namorada que quer ir embora. “Estou sempre aberto ao diálogo. Eu estou fora do Brasil, mas quero saber qual o motivo, só isso, mais nada. Eu não dei motivo para ele sair”, disse Jair Bolsonaro.

Repórter: “Como convencê-lo? Trazê-lo de volta?”
Bolsonaro: “Só conversando, não é? Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis ir embora, o que você fez para ela voltar? Conversou?”

A líder do PSL no Congresso também tentou acalmar o clima. “Quando a gente tem uma briga em casa, como é que a gente resolve? Conversando. Nós não estamos no ponto do divórcio. Não estamos nesse ponto. O que a gente tem agora é que realmente baixar os ânimos, conversar. O presidente Rodrigo Maia é um homem do diálogo e nossos ministros são homens do diálogo e o nosso presidente da República também é”, disse a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do Governo no Congresso.

O presidente Rodrigo Maia disse hoje que nada mudou, que ele continua sendo um defensor da reforma da Previdência. E afirmou que o presidente Jair Bolsonaro deve deixar de lado as redes sociais e conversar pessoalmente com deputados, com líderes de partidos, para defender e aprovar a reforma.

“O meu papel eu vou continuar cumprindo, coordenando dentro da Câmara a aprovação da reforma e colocando de forma clara na figura do presidente da República a responsabilidade dele conduzir, por parte do governo, a aprovação da reforma. Ele precisa ter um engajamento maior. Ele precisa ter mais tempo para cuidar da Previdência e menos tempo cuidando do Twitter, porque senão a reforma não vai andar. Eu não preciso almoçar, não preciso do café e não preciso voltar a namorar. Eu preciso que o presidente assuma de forma definitiva o seu papel institucional, que é liderar a votação da reforma da Previdência, chamar partido por partido que quer aprovar a Previdência e mostrar os motivos dessa necessidade”, defendeu o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara.

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