O Botafogo deixou engatilhada a venda de Matheus Fernandes para o Palmeiras por € 3,5 milhões (cerca de R$ 15,2 milhões), e o jovem volante de 20 anos viaja para São Paulo no início da próxima semana para realizar exames médicos e assinar contrato por cinco anos. Mas o que todo torcedor alvinegro se pergunta é: valeu a pena?
A discussão tem dominado as redes sociais e grupos de botafoguenses, e os questionamentos não param. Com uma proposta de € 4,5 milhões (cerca de R$ 19,6 milhões) do Genoa, não seria melhor ter negociado sua joia para a Itália, do que reforçar um rival brasileiro? A diretoria alvinegra deveria ser mais recíproca diante do jogo duro do Palmeiras para renovar o empréstimo do Erik?
Para responder essas e outras dúvidas do torcedor, o GloboEsporte.com levantou cinco motivos que a diretoria do Botafogo levou em consideração para julgar a oferta do Palmeiras como a mais vantajosa. E, assim, preferir a venda para outro estado ao invés de outro país. Confira:
1) Prazo de pagamento
Em delicada situação financeira, o Botafogo precisa de dinheiro para ontem para fechar o ano no azul. E uma negociação com valor de entrada tem mais peso nesse cenário do que vender fiado. Enquanto o Palmeiras vai pagar à vista € 1,5 milhão (aproximadamente R$ 6,5 milhões), o clube só começaria a receber do Genoa daqui a seis meses.
O prazo até o fim do pagamento também foi importante na decisão: a proposta do clube italiano previa a quitação em quatro parcelas, sendo uma a cada ano. Com a venda para o Palmeiras, os paulistas irão depositar os outros € 2 milhões restantes (cerca de R$ 8,7 milhões) aos cofres de General Severiano ao longo da próxima temporada.
2) Manutenção de direitos econômicos
Outra diferença importante entre as propostas por Matheus Fernandes foi em cima do percentual de venda. Enquanto o Genoa compraria os 100% dos direitos econômicos que o Botafogo tem do volante, o Palmeiras vai adquirir "apenas" 75% do jogador. Com isso, o Alvinegro ainda manterá 25% de sua joia. Mas o que isso significa?
Que se o garoto for negociado pelo Palmeiras futuramente, o Botafogo terá direito a 25% da quantia, podendo aumentar consideravelmente o valor total da venda (e a diretoria aposta suas fichas nisso). Se fosse para o Genoa e de lá saísse para outro time negociado, o Alvinegro teria direito a só 5% como clube formador.
3) Preço mais caro
O torcedor menos detalhista que bate o olho nas cifras pode pensar: a proposta do Palmeiras pode ser mais vantajosa nas entrelinhas, mas financeiramente a do Genoa é melhor, afinal, oferece € 1 milhão (aproximadamente 4,3 milhões) a mais. Só que não é bem assim. um simples cálculo matemático mostra que os números enganam:
Se pegarmos os € 4,5 milhões (cerca de R$ 19,6 milhões) do Genoa por 100%, e usarmos a "regra de três" para saber qual seria o valor proporcional, o preço de 75% para os italianos sairia a R$ 14,7 milhões. Ou seja, aproximadamente R$ 500 mil a menos do que os € 3,5 milhões (cerca de R$ 15,2 milhões) que o Palmeiras vai pagar.
4) Ausência de intermediários
Ainda financeiramente falando, outra fator de peso foi a economia com comissão de agente. Um grupo de empresários estava por trás da proposta do Genoa e, com isso, morderia parte do valor oferecido ao Botafogo. Já a negociação com o Palmeiras foi por via direta entre diretorias, sem a presença de intermediários.
E qualquer economia para o Botafogo em vendas de jogadores da base pelos próximos 30 anos será primordial. Isto porque 20% do montante dessas transações irão, como previsto em contrato, para os irmãos Moreira Salles para amortização do financiamento de R$ 25 milhões da compra do terreno de 200.000 m², onde será o CT do clube.
5) Negociação por Erik
Não é segredo para ninguém que o Botafogo tem como prioridade manter Erik para 2019 e vem conversando com o Palmeiras paralelamente neste sentido. Porém, o clube paulista e os empresários do atacante acreditam que chegarão propostas para ele na janela de janeiro e são contra a renovação do empréstimo, ao menos por enquanto.
A venda de Matheus Fernandes para o Palmeiras, e não para o Genoa, é também uma forma de manter uma boa relação com a diretoria palmeirense para futuros negócios. E o Alvinegro mantém a esperança de que, caso não chegue nenhuma boa oferta que faça o Alviverde recuperar o investimento de R$ 13 milhões no atacante, o empréstimo poderá ser renovado.