A pandemia levou todo mundo para o digital. Os pequenos negócios, em especial, perceberam o quão importante é estarem conectados, especialmente para atrair clientes nas redes. Mas, como todo mundo sabe, foram justamente os pequenos que sofreram mais com falta de dinheiro para fluxo de caixa e tiveram que dispensar, ainda que temporariamente, pessoas.
Para ajudar PMEs (Pequenas e Médias Empresas) e startups a aumentarem sua presença digital, mesmo não tendo agora dinheiro, o colombiano Jaime Taboada e a brasileira Rebecca Fischer criaram, em março, a Divibank, uma fintech que tem como objetivo providenciar um novo tipo de capital para PMEs e startups que anunciam no mundo on-line, financiando campanhas de Google, Facebook e demais canais de mídia digital.
A fintech não cobra parcelas fixas, e sim uma porcentagem previamente acertada das receitas futuras dos clientes financiados. Assim, o tamanho das parcelas depende do faturamento da empresa, e do montante financiado pela Divibank.
A taxa de compartilhamento varia de 0,5% a 12% das receitas mensais da empresa. As taxas de juros são definidas a partir de uma análise dupla da Divibank. Isso considera dados como o faturamento histórico e consultas em birôs, e também considera a performance histórica das campanhas de marketing digital e o potencial de crescimento da empresa em canais digitais.
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Não existe prazo de pagamento exato porque não são cobradas parcelas fixas. No site há um simulador para demonstrar a dinâmica.
Consultoria
Além de crédito, a fintech também oferecer serviços de consultoria de marketing de performance on-line. A ideia é ajudar o empresário a montar campanhas e estratégias de marketing digital, fazer gestão de campanhas e auditoria, habilidades que nem toda empresa pequena tem e nem pode contratar alguém específico para a posição. A consultoria é opcional e uma taxa de serviço mensal é cobrada quando o serviço é utilizado.
Ideia do negócio
A ideia de criar uma fintech de crédito direcionada para empréstimos para publicidade digital partiu de uma necessidade do mercado. Segundo Taboada, as pequenas e médias empresas e startups têm disponíveis dois tipos de financiamento: o bancário, burocrático e caro em muitos casos e o de fundos de venture capital. No segundo caso, ele acredita que não é indicado dar participação da empresa em troca de dinheiro para ser gasto com publicidade, por isso, ter alguém que financie apenas essa parte do negócio pode ser importante para os empreendedores.
“Quando trabalhava como investidor e agora na Divibank, eu vi como muitas das empresas captavam equity [rodada de investimento em que se dá uma participação da sociedade] para depois investir entre 30% a 50% disso em Facebook e Google Ads. Você não só está se diluindo, você está fazendo isso para financiar campanhas com um retorno mensurável”, conta Taboada.
A Divibank é investida do fundo Maya Capital, mas o valor não foi revelado.