A plantadeira semeia a safrinha de milho por cima da lavoura de soja em uma fazenda de 1.100 hectares que fica em Cláudia, no médio norte de Mato Grosso. Choveu muito em fevereiro e os grãos apodreceram nos pés. Para o produtor, não compensou nem fazer a colheita em uma área de 260 hectares.
"Vamos ter que colher o bom e largar o ruim para trás e plantar milho, tirar um pouco do prejuízo que já está instalado aqui", afirma o agicultor Júlio Rorig.
O município foi o maior prejudicado pelo excesso de chuvas em Mato Grosso e a estimativa até agora é de que 3.500 hectares já tenham sido totalmente perdidos, sendo que a colheita na cidade está bem atrasada.
Em outra fazenda, também em Cláudia, os pés de milho plantados há 15 dias crescem em meio a soja que não chegou a ser colhida. Para o agricultor João Socolowski, as perdas atingem cerca de 22% dos 1.800 hectares que ele cultivou nessa safra.
"Praticamente 400 hectares de soja perdida já do início, de janeiro para fevereiro, que não é de costume. Costume da gente perder soja seria de fevereiro para março, então a gente já está desesperado", conta.
Devido ás perdas no campo, boa parte dos produtores aguarda que o município decrete situação de emergência, o que ajudaria, por exemplo, na renegociação das dívidas, já que muitas produtores têm contratos para entrega dos grãos e não terão condições de cumprí-los. Confira a reportagem completa acima.