Por Agência EFE


Geleiras do Himalaia surgiram há 70 milhões de anos — Foto: Reuters/Phurba Tenjing Sherpa

Cerca de 50% das geleiras incluídas na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) podem desaparecer se for mantido o atual nível de emissões de gases causadores do aquecimento global. É o que aponta um estudo publicado nesta terça-feira (30) pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN).

O documento publicado pela instituição, que tem sede na Suíça e assessora a ONU em temas ambientais, prevê que até 21 das 46 geleiras listadas pela Unesco terão desaparecido em 2100, se o nível de emissões permanecer o mesmo.

Em um cenário mais otimista, com menos emissões de gases do efeito estufa, o estudo considera que oito dessas zonas geleiras não teriam salvação.

Entre as reservas do Patrimônio Mundial que correm perigo estão o Parque Nacional de Monte Perdido, nos Pireneus (Espanha e França); o Parque das Geleiras na Argentina e outros populares destinos naturais nos Alpes, as Montanhas Rochosas (Estados Unidos e Canadá), o Himalaia (Nepal), entre outros.

"A perda destas icônicas geleiras seria uma tragédia e poderia ter graves consequências quanto à disponibilidade de recursos aquáticos, aumento dos níveis dos mares e outros padrões climáticos", disse, em comunicado, o diretor do Programa da UICN para o Patrimônio Mundial, Peter Shadie.

"Para preservá-los, necessitamos urgentemente de grandes reduções na emissão de gases do efeito estufa. Só assim serão evitados danos irreversíveis que podem ter graves consequências naturais, sociais, econômicas e migratórias", completou Jean-Baptiste Bosson, principal autor do estudo.

O relatório, além disso, faz o primeiro inventário das geleiras presentes no Patrimônio Mundial e calcula a existência de 19 mil destas massas de gelo, em 46 reservas incluídas na lista da Unesco.

As geleiras cobrem aproximadamente 10% da crosta terrestre (em tempos geológicos recentes chegou a ser de 30%) e são fundamentais no ciclo hidrológico, ao atuar como grandes reservas em que está acumulada mais de 60% da água doce da Terra.

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