Por G1


Maduro e Guaidó — Foto: Federico Parra/ AFP

Lideranças mundiais se pronunciaram sobre a tensão na Venezuela nesta terça-feira (30). Entre eles, representantes da Rússia e dos Estados Unidos deram declarações em sentidos opostos sobre a tentativa de derrubada do regime de Nicolás Maduro.

Relembre 7 momentos recentes da crise na Venezuela

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Veja abaixo a repercussão da crise na Venezuela

Estados Unidos

Hasher Taheb planejava lançar um ataque à Casa Branca nesta quinta-feira, 17 de janeiro — Foto: Pexels/Creative Commons

O governo norte-americano, primeiro a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, manifestou-se sobre os confrontos em Caracas nesta terça. Pelas redes sociais, o presidente Donald Trump disse que "monitora a situação da Venezuela muito de perto".

"Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela e sua liberdade", tuitou.

Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, publicou a seguinte nota: "Hoje o presidente interino Juan Guaidó anunciou o começo da Operação Liberdade. O governo dos EUA apoia totalmente o povo venezuelano em sua busca por liberdade e democracia. Democracia não pode ser derrotada".

Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o líder da oposição e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, participam de reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia, nessa segunda-feira (25) — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters

Além dele, o vice-presidente Mike Pence publicou um tuíte com mensagem a Juan Guaidó, ao Parlamento e "aos venezuelanos que amam liberdade". Em espanhol e em inglês, ele escreveu:

"Estamos com vocês! Os EUA vão apoiar vocês até que liberdade e democracia sejam restauradas. Vão com Deus!".

O comando militar do sul dos EUA afirmou que está monitorando os eventos na Venezuela, e que não há mudança de missão no presente, de acordo com a Reuters.

Uma conselheira do presidente Donald Trump, Kellyanne Conway, também se pronunciou sobre o conflito. Ela afirma que o país está ao lado de Guaidó, e Maduro "precisa sair".

Rússia

Aviões da Força Aérea da Rússia pousam em Caracas, na Venezuela, no sábado (23) — Foto: REUTERS/Carlos Jasso

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou a oposição venezuelana de usar métodos violentos de confronto e pediu o fim da violência pare. "Os problemas do país devem ser resolvidos por meio de negociações, sem condições prévias", disse a chancelaria segundo a agência Interfax.

A Rússia é um dos países que ainda reconhecem Nicolás Maduro como presidente da Venezuela. Aviões da Força Aérea russa pousaram no principal aeroporto venezuelano no mês passado com cerca de 100 militares, o que aumentou as suspeitas sobre uma reação coordenada pelo Kremlin.

Brasil

O presidente Jair Bolsonaro e o autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, durante declaração conjunta no Palácio do Planalto, em Brasília — Foto: Sergio Lima/AFP

O governo brasileiro, um dos primeiros a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, reafirmou apoio ao líder da oposição nesta terça-feira.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nas redes sociais, que "o Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processa no país vizinho".

"O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", escreveu Bolsonaro.

Bolsonaro marcou para o início da tarde uma reunião para tratar de Venezuela. Foram chamados o vice-presidente, Hamilton Mourão; o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.

ONU

Conselho de Segurança da ONU durante reunião sobre a Venezuela, em Nova York, em março — Foto: AP/Seth Wenig

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu para que haja resistência máxima para conter a violência na Venezuela. A entidade não declarou apoio a nenhum dos dois lados da disputa.

OEA

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), durante coletiva em Washington, nos EUA, em 2018 — Foto: Mary F. Calvert/ Reuters

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, manifestou apoio à oposição ao regime de Nicolás Maduro. "Saudamos a adesão de militares à Constituição e ao presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó", disse, no Twitter.

"É necessário o mais pleno respaldo ao processo de transição democrática de forma pacífica", disse Almagro.

Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, durante discurso na ONU — Foto: Reuters/Carlo Allegri

O regime cubano, aliado de Maduro, também protestou contra o levante de forças favoráveis a Guaidó. Em mensagem, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou: "Rechaçamos esse movimento golpista que pretende encher o país de violência".

"Os traidores que se colocaram na frente desse movimento subversivo empregaram tropas e policiais com armas de guerra em uma via pública da cidade para criar ansiedade e terror", escreveu o mandatário de Cuba.

Bolívia

Morales reuniu-se com Maduro em 2016 — Foto: AFP

Evo Morales, presidente da Bolívia e aliado de Maduro, também repudiou a ação pró-Guaidó. "Condenamos a tentativa de golpe de estado por parte da direita que é submissa a interesses estrangeiros. Estamos confiantes de que a valiosa revolução bolivariana e o irmão Nicolás Maduro vão se impor a esse novo ataque do império."

Em outro texto, o presidente boliviano fez acusações os Estados Unidos, que, de acordo com ele, "busca provocar violência e morte na Venezuela, sem se importar com as perdas humanas".

Argentina

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, cumprimenta o presidente argentino Mauricio Macri, em Buenos Aires,em março — Foto: HO/Argentinian Presidency/AFP

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, reiterou o apoio a Guaidó – junto com o Brasil e a Colômbia, o governo argentino foi um dos primeiros a reconhecer o oposicionista como presidente.

O presidente da Argentina publicou uma série de mensagens no Twitter. Ele afirma que celebra "a liberação de Leopoldo López", e que acompanha a luta do povo venezuelano para "recuperar sua liberdade."

"Reconhecemos o presidente interino Guaidó, a Assembleia Nacional e não reconhecemos a autoridade do ditador Maduro."

Colômbia

O presidente da Colômbia, Ivan Duque, discursou ao lado de Guaidó em fevereiro — Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez

Iván Duque, presidente da Colômbia e aliado de Guaidó, pediu que os militares venezuelanos fiquem "do lado certo da história, rechaçando a ditadura e usurpação de Maduro, unido-se em busca da liberdade, democracia e reconstrução institucional liderada pela Assembleia Nacional e ao presidente Juan Guaidó".

Chile

Presidente do Chile, Sebastian Piñera — Foto: Carlos Lemos/Reuters

Também pelas redes sociais, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, reiterou o apoio a Guaidó. O chileno também integra o grupo de países favoráveis à oposição contra Maduro.

"A ditadura de Maduro deve terminar pela força pacífica e dentro da Constituição do povo venezuelano. Assim se restabelecerão as liberdades, a democracia, os direitos humanos e o progresso na Venezuela", escreveu Piñera.

México

Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, durante coletiva de imprensa em 9 de abril — Foto: Marco Ugarte/AP Photo

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu diálogo, e que não se aposta na violência, segundo a agência Reuters. Ele expressou preocupação por uma "possível escalada de violência e derramamento de sangue" na Venezuela.

Publicamente, o México condena a violência na Venezuela, mas não tomou partido em relação à disputa de poder entre Guaidó e Maduro.

Espanha

A Espanha, outro país a reconhecer Guaidó como presidente da Venezuela, pediu calma e que as autoridades evitassem a deterioração da crise venezuelana.

“Desejamos que não se produza um derrame de sangue. Nós apoiamos um processo democrático pacífico e pedimos a celebração imediata de eleições para um novo presidente”, afirmou Maria Isabel Celáa em um pronunciamento.

Paraguai

Juan Guaidó é recebido pelo presidente paraguaio Mario Abdo Benítez em Assunção, em março — Foto: AFP/Norberto Duarte

Outro aliado de Guaidó, o presidente do Paraguai, Mario Abdo, usou as redes sociais para demonstrar apoio ao oposicionista venezuelano.

"Povo valente da Venezuela! Chegou a sua hora!", publicou o presidente paraguaio.

Turquia

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan — Foto: Cem Oksuz/Presidential Press Office/Handout via Reuters

O governo turco, do presidente Recep Tayyip Erdogan, manteve o apoio a Nicolás Maduro. Pelo Twitter, ele disse que condena "a tentativa de golpe na Venezuela".

"O mundo inteiro deve respeitar as preferências democráticas das pessoas na Venezuela", disse.

O ministério de Relações Exteriores da Turquia afirmou estar preocupado com "tentativas contra a ordem constitucional na Venezuela", de acordo com a agência Reuters.

Nova etapa da Crise na Venezuela — Foto: Juliane Souza/G1

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