Cultura

Atrizes de 'Confissões de adolescente' - clássico do teatro jovem dos anos 90 - se reencontram

Reencontro das atrizes Maria Mariana, Carol Machado, Patrícia Perrone e Ingrid Guimarães, que integraram o elenco inicial da peça 'Confissões de adolescente', sucesso teatral jovem nos anos 90. Foto Luciana Paschoal O Globo
Reencontro das atrizes Maria Mariana, Carol Machado, Patrícia Perrone e Ingrid Guimarães, que integraram o elenco inicial da peça 'Confissões de adolescente', sucesso teatral jovem nos anos 90. Foto Luciana Paschoal O Globo

RIO - "Que vergonha! Foi preciso um repórter para esta reunião acontecer", exclamou Maria Mariana às colegas Patrícia Perrone, Carol Machado e Ingrid Guimarães, sentadas em volta de uma mesa do Café Severino, na filial do Leblon da Livraria Argumento, terça-feira. Foi a primeira vez que as quatro atrizes se reencontraram em uma década e meia, desde que houve a primeira deserção no elenco do espetáculo "Confissões de adolescente", maior sucesso do teatro jovem nos anos 1990, com a saída de Patrícia para fazer a novela "Olho no olho", no fim de 1993.

Confira o reencontro das atrizes em vídeo

Naquela livraria, no dia 7 de maio, Mariana lançará o livro "Confissões de mãe", em que relata as suas experiências com as filhas, Clara, de 9 anos, Laura, de 7, e Isabel, de 2, e o filho, Gabriel, de 5.

- Estou amamentando sem parar há nove anos - contou Mariana, que mora em Macaé, onde o marido, um médico, montou sua clínica.

- Mas ter filhos sempre foi o seu sonho, não é? Lembro que, no camarim de "Confissões", você e Ingrid já trocavam sapatinhos de bebê - intercedeu Patrícia, mãe de Tiago, de 4 anos, e Luísa, de 6 meses, cujos cuidados concilia com sua carreira de procuradora do Estado do Rio. - Minha família inteira é de advogados. Quando comecei a questionar minha carreira artística, o único outro caminho que eu enxergava era o Direito.

- Os tribunais ganharam uma grande atriz - comentou Carol, surpreendendo-se em seguida com a chegada de Ingrid, grávida de cinco meses, a quem perguntou: - Como vai se chamar a sua filha?

- Meu marido queria Carolina, mas o sobrenome dele é Machado. Não posso dar o seu nome (Carol Machado) para a minha filha, né? Seria freudiano demais - respondeu Ingrid para a amiga, com quem dividia quartos de hotel durante a turnê de "Confissões" pelo Brasil. - Mas gosto de Laura, Clara e Isabel, nomes que a Mari deu para as filhas dela.

O papo maternal, com direito a fotos de pimpolhos circulando pela mesa, foi interrompido com a chegada do dramaturgo Domingos Oliveira, pai biológico de Mariana e afetivo de todas as quatro, as quais dirigiu em "Confissões" no teatro (depois, na TV, a peça virou seriado com direção de Daniel Filho). Passou lá só para beijos e abraços. O clima era de "A grande família".

- Sempre fomos muito unidas. Uma vez, a Mari apareceu com uma blusa, e eu disse a ela que achei linda. Depois, ela deu a blusa para mim, e eu ainda a repassei para a Carol. Éramos como irmãs que dividem roupas - recordou Ingrid. - Às vezes, brigávamos, mas tentávamos resolver logo as desavenças, porque tínhamos um espetáculo para fazer. Então, tínhamos conversas profundas, papos-cabeça. Uma batia na porta do quarto da outra e dizia, a sério: "Precisamos conversar".

Roupas não foram as únicas coisas que passaram de mão em mão. Um músico do espetáculo, Alexandre Vaz, foi namorado de Mariana e depois de Carol, e ainda de Bebel Lobo, atriz que também teve uma passagem por "Confissões". Até 2002, houve várias mudanças de elenco. Além de Bebel, Carolina Dieckmann, Débora Secco e outras atuaram no espetáculo.

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