Reuters

12/09/2013 18h30 - Atualizado em 13/09/2013 19h09

Bancos privados também vão financiar concessões, diz Mantega

BNDES passará a operar junto com bancos públicos e privados.
No caso das rodovias, bancos irão financiar até 70% dos investimentos.

Do G1, em São Paulo

Grandes bancos privados e públicos chegaram a um acordo com o governo brasileiro nesta quinta-feira (12) para participar do financiamento do programa de concessões de infraestrutura, principal aposta da presidente Dilma Rousseff para acelerar o crescimento do país.

No caso das rodovias a serem leiloadas, os bancos se comprometeram a financiar até 70% dos investimentos, anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"É um modelo de longo prazo, cinco anos de carência e taxa baixa de TJLP mais 2%, o equivalente, hoje, a 7%", disse o ministro, lembrando que, na próxima semana, serão realizadas as duas primeiras concessões de rodovias.

O ministro se disse otimista com a atratividade dos projetos. "É um empreedimento seguro. Nunca vi concessão rodoviária não dar certo. São rentáveis", disse.

O prazo total dos empréstimos será de 30 anos, com cinco anos de carência e pagamento em 25 anos.

Segundo Mantega, para as concessões de rodovias estima-se um total de R$ 50 bilhões em investimentos. No primeiro lote, que irá a leilão na próxima quarta-feira (BR-262 ES/MG e BR-050 MG/GO), a estimativa de investimentos é de R$ 5,3 bilhões.

"É fundamental, para viabilizar essas concessões, primeiro que elas sejam bastantes rentáveis para atrair investidores. Em segundo lugar, que haja um modelo de financiamento para viabilizar todos os investimentos que serão feitos, que não são poucos", disse Mantega a jornalistas, lembrando que, na próxima semana, serão realizadas as duas primeiras concessões de rodovias.

                                       CRONOGRAMA DE LEILÕES
MODALIDADE TRECHO DATA PREVISTA
Rodovia BR-262/ES/MG e
BR-050/GO/MG
18 de setembro de 2013
Petróleo (pré-sal) Campo de Libra, na Bacia de Santos 21 de outubro
Rodovia BR-101/BA 23 de outubro de 2013
Aeroportos Galeão e Confins  31 de outubro
Rodovia BR-060/153/262/DF/GO
e BR-153/TO/GO
25 de novembro
Rodovia BR-163/MS e BR-163/MT 20 de dezembro de 2013
Rodovia BR-040/DF/GO/MG e
BR-116/MG
27 de dezembro
Ferrovia Açailândia (MA) - Barcarena (PA) Sem data. Estudos ainda sob análise do TCU

Entre os bancos envolvidos no financiamento do programa de concessões estão Itaú Unibanco, Bradesco, Santander BTG Pactual, JPMorgan, Bank of America, Safra, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Historicamente, as instituições financeiras privadas no Brasil não concedem crédito em prazos muito longos, exceto em áreas cujo "funding" é direcionado, devido ao risco de descompasso entre ativos e passivos.

Papel do BNDES e spread
Os empréstimos sindicalizados, quando um grupo de bancos se reúne para financiar um empreendimento específico, darão diversidade às fontes de recursos de longo prazo no país. Hoje, a única fonte de empréstimo nessa condição é o BNDES, que também terá papel importante para bancar os investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Segundo Mantega, a ideia é que os bancos privados também participem do financiamento de investimentos em outros setores. "Depois da rodovia, teremos ferrovias, que dá mais uns R$ 80, R$ 90 bilhões. Temos todas as concessões do setor elétrico que dão mais de R$ 100 bilhões. E tudo isto precisa de financiamento", afirmou.

Ainda de acordo com o ministro, o spread que o BNDES vai cobrar dos bancos comerciais no repasse de recursos para financiamento dos projetos de infraestrutura vai ser "menos de 0,5%".

Para o empreendedor que se financiar com os bancos comerciais, os juros serão de 2 % cento e mais Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). A diferença entre essas condições e o spread do BNDES será o spread dos bancos.

Para selar o acordo com os bancos, Mantega se reuniu nesta tarde com os presidentes de instituições como Itaú, Bradesco, Santander Brasil e BTG Pactual, entre outros.

Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a entrada dos bancos privados no financiamento a infraestrutura vai aliviar a pressão por recursos, hoje bastante concentrada no banco de fomento. "Vejo disposiçao dos bancos privados de participar de consórcios para financiamento... e isso diminui (a pressão sobre o BNDES)", disse.

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