• Redação Galileu
Atualizado em
Plástico (Foto: Flickr/ Bo Eide/ Creative Commons)

Foto: Flickr/ Bo Eide/ Creative Commons

O plástico revolucionou a indústria, mas se tornou uma preocupação ambiental em todo o planeta: estima-se que entre 1950 a 2015, a humanidade produziu cerca de 8,3 bilhões de toneladas do material, reciclando apenas 10% desse montante.

Antes que o plástico dominasse o mundo, atingisse os oceanos e prejudicasse a fauna e flora mundial, por sorte, o Japão encontrou uma luz no fim do túnel – quer dizer, uma bactéria mutante capaz de comer plástico.

Leia mais:
+ Baleia é encontrada morta com 29 quilos de plástico em seu estômago
+ Estudo afirma que poluição de plástico nos oceanos triplicará até 2025

O organismo foi encontrado pela primeira vez há dois anos, em um lixão japonês. De lá para cá, essa bactéria foi estudada em laboratório e, sem querer, seus “superpoderes” foram ampliados, o que gerou uma enzima ainda mais capaz de degradar plástico. A conquista é de autoria de pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Inglaterra) e do Laboratório Nacional de Energia Renovável (EUA).

“Poucas pessoas puderam prever que a popularidade do plástico na década de 1960 resultaria em enormes ‘manchas’ de sacos plásticos flutuando nos oceanos, ou levadas para praias outrora intocadas em todo o mundo”, afirmou o pesquisador da Universidade de Portsmouth e responsável pelo estudo. “Todos nós podemos colaborar para lidar com o problema do plástico, mas a comunidade científica está usando a tecnologia para criar ferramentas fantásticas capazes de propor soluções reais."

Graças ao pequeno erro em laboratório, os cientistas conseguiram ampliar a capacidade da enzima (conhecida por Ideonella sakaiensis 201 - F6) da bactéria que degrada plástico.

Essa enzima mutante consegue destruir o polímero politereftalato de etileno (PET), a forma de plástico mais comum utilizada para a produção de garrafas de bebidas e de embalagens de comida, mas que demora mais de 200 anos para ser degradada. A enzima também consegue "comer" o polímero polietileno furanoato (PEF), que é comumente utilizado na fabricação de garrafas de vidro de cervejas. 

“Apesar de o aperfeiçoamento ser modesto, essa descoberta inesperada sugere que há mais chances de se desenvolver as enzimas dessa bactéria, o que nos aproxima de soluções de reciclagem para as montanhas crescentes de plástico descartado”, afirma o especialista de Portsmouth.

Mas não devemos apenas esperar as inovações da ciência para reverter o problema. É preciso mobilização, substituição e consciência na hora de se fazer uso do plástico – e de preferência, evitá-lo, pois a previsão é que até 2050 o material será mais presente no oceano do que a população de peixes.

(Com informações de IFLScience.)

Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais de onde ele veio: baixe o app da Globo Mais para ver reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, por R$ 4,90 e baixar o app da GALILEU.