Por Gabrielle Santos, G1 Triângulo Mineiro


Jogo desenvolvido por doutorando da UFU ajuda a treinar emoções em autistas — Foto: Adilmar Dantas/Arquivo Pessoal

O projeto de um estudante de doutorado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ajuda desenvolver competências emocionais para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou deficientes intelectuais.

"Michelzinho" é um personagem virtual inteligente em forma de jogo para celular, criado por Adilmar Coelho Dantas através de uma tese de mestrado que trabalhava emoções da face.

A plataforma ajuda as pessoas a reconhecer e expressar alguns sentimentos de forma natural e o projeto contou com recursos de inteligência artificial, que é similar à inteligência humana, para executar expressões faciais e facilitar o reconhecimento de cada jogador.

O objetivo é criar situações através de jogos para que a criança possa aprender as emoções e, posteriormente, aplicá-las em situações reais. Cada etapa do jogo conta com seis fases, uma para cada emoção básica: alegria, tristeza, raiva, medo, desgosto e surpresa, além de jogos extras. Mais de 50 mil expressões de usuários foram analisadas pelo jogo.

No jogo desenvolvido pelo doutorando da UFU, Jogadores devem fazer as expressões nas fases do personagem — Foto: Michelzinho - Emoções e Autismo/Divulgação

O autismo pode ser identificado através de alguns comportamentos, como falta de relacionamento interpessoal, contato visual, frieza emocional e dificuldades em focar em algumas atividades. No entanto, é necessário passar pelo médico para diagnosticar cada caso.

“Está na moda diagnosticar crianças como autistas sem mesmo passar por um médico especialista, por isso é importante buscar orientação correta e evitar danos”, chamou atenção o doutor em Psicologia e Desenvolvimento Humano e co-orientador de Dantas no projeto, Celso Gonçalves.

“Não vamos curar o autismo, mas vamos estimular a criança para ela se ajustar melhor ao mundo”, disse.

Em agosto de 2017, Naiara Silva recebeu o diagnóstico do filho Dom, de três anos e quatro meses. Ele tem autismo não-verbal de auto funcionamento, que é um grau leve, mas com características marcantes, como a observação do funcionamento das coisas.

"Ele gosta de observar tudo, como é cada detalhe de um brinquedo, o funcionamento, como ele pode montar e desmontar. Ele também é uma criança musical, adora desenhos, pintar e brincar com legos", contou a mãe.

A rotina da criança é agitada. Ele estuda em tempo integral em uma creche e faz acompanhamento com fonoaudiológa, terapeuta ocupacional e neuropediatra para desenvolver a fala e emoções.

Toda a rotina de Silva foi adaptada para oferecer um bem estar para o filho e, através das atividades da rotina de Dom, ela consegue estabelecer uma vida mais saudável para o garoto.

Naiara Silva e o filho, Dom, que foi diagnosticado com autismo em agosto de 2017 — Foto: Naiara Silva/Arquivo Pessoal

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