Brasil Educação

Assessor especial e chefe de gabinete de Ricardo Vélez no MEC são demitidos

Além das demissões, houve a nomeação de mais um militar para a Educação; 'troca-troca' de cargos evidencia enfraquecimento do ministro
Bruno Garschagen é autor do livro "Pare de acreditar no governo" Foto: Reprodução de vídeo da internet
Bruno Garschagen é autor do livro "Pare de acreditar no governo" Foto: Reprodução de vídeo da internet

RIO - A onda de demissões no alto escalão do Ministério da Educação (MEC) continua, tornando cada vez mais evidente a diminuição do poder do ministro, Ricardo Vélez Rodriguez, na pasta.

Nesta quinta-feira (4), foi publicada no Diário Oficial da União a exoneração do assessor especial de Vélez, Bruno Garschagen, e a de Josie de Jesus, chefe de gabinete do MEC — outro cargo muito próximo do ministro.

Garschagen, um dos integrantes do MEC mais próximos do ministro, é também muito ligado ao ideólogo de direita Olavo de Carvalho. A demissão foi assinada por Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil.

Entenda a crise que se instaurou no MEC na gestão Vélez

De acordo com o Blog Renata Cafardo, do "Estado de São Paulo", Garschagen foi um dos assessores que participaram da decisão de enviar às escolas de todo o país uma carta do ministro com o slogan usado na campanha de Jair Bolsonaro à presidência, incluindo o pedido para que as crianças fossem filmadas cantando o Hino Nacional.

Bruno Garschagen segurou-se por dois meses no cargo, tendo sido nomeado em 30 de janeiro. É formado em Direito, mestre em Ciências Políticas e autor de um livro intitulado "Pare de acreditar no governo".

Ele também tem trabalhos como tradutor: fez a versão em português dos livros "Como ser um conservador", de Roger Scruton; "Uma teoria do socialismo e do capitalismo", de Hans-Hermann Hoppe; e "O fim do FED — Por que acabar com o Banco Central", de Ron Paul.

Não se sabe ainda quem ficará no lugar dele como assessor especial do ministro da Educação.

Militar assume chefia de gabinete

Outra demissão que chama atenção nesta quinta-feira, também publicada no Diário Oficial, é a da chefe de gabinete do MEC, outro cargo muito próximo do ministro. Quem ocupava o posto era Josie de Jesus, ex-funcionária do Centro Paula Souza, em São Paulo. Ela não ficou nem um mês no cargo: havia assumido em 11 de março.

Agora, foi nomeado para o seu lugar Marcos de Araújo, que já foi subcomandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal e professor da Academia dos Bombeiros de Brasília.

Queda de Braço no MEC
Veja principais demitidos na pasta da Educação nos três primeiros meses do governo
OS Grupos
Técnico
Tânia Leme
Iolene Lima
Luiz Antonio
Tozi
Ex-secretária de
Educação Básica
Ex-diretora
de Formação
Ex-secretário executivo
Iolene chegou a ser anunciada como secretária-executiva da pasta, mas acabou não sendo nomeada. Braço-direito da então secretária de educação básica, Tânia Leme, ela acabou sendo demitida.
O ex-secretário executivo foi demitido após um pedido de Olavo de Carvalho. Tozi, ligado ao Centro Paula Souza, fazia parte da "área técnica" do MEC e se tornou alvo dos "olavetes"
Embora sua saída já estivesse em discussão, a ex-secretária de educação básica, que é ligada a Tozi, escreveu carta ao ministro dizendo que deixaria o cargo por não ter sido comunicada do adiamento da avaliação de alfabetização. A saída aconteceu após sua maior aliada na pasta, Iolene Lima, também ser demitida.
Militar
Marcus Vinicius
Rodrigues
Ricardo Wagner
Roquetti
Ex-presidente do Inep
Ex-diretor de Programa
Ex-assessor de Vélez, Roquetti, que pertence à ala militar, tentava afastar o grupo de seguidores de Olavo de Carvalho do MEC quando foi demitido a mando do presidente Jair Bolsonaro.
Aliado à ala militar, Rodrigues foi demitido após desgaste entre Inep e MEC devido à publicação de portaria que adiou avaliação de alfabetização por dois anos
Ideológico
Silvio Grimaldo
Tiago Tondinelli
Ex-assessor
Ex-chefe de gabinete
Ex-aluno de Olavo de Carvalho, Grimaldo saiu do MEC na leva de demissões para tentar estancar a briga entre militares e olavetes
Assim como Grimaldo, Tondinelli também deixou o MEC no início do racha na pasta. O ex-chefe de gabinete também é ligado a Olavo de Carvalho
Queda de Braço no MEC
Veja principais demitidos na pasta da Educação nos três primeiros meses do governo
OS Grupos
Técnico
Luiz Antonio
Tozi
Ex-secretário
executivo
O ex-secretário executivo foi demitido após um pedido de Olavo de Carvalho. Tozi, ligado ao Centro Paula Souza, fazia parte da "área técnica" do MEC e se tornou alvo dos "olavetes"
Tânia Leme
Ex-secretária de
Educação Básica
Embora a saída de Tânia do MEC já estivesse em discussão, a ex-secretária de educação básica, que é ligada a Tozi, escreveu uma carta ao ministro dizendo que deixaria o cargo por não ter sido comunicada do adiamento da avaliação de alfabetização. A saída aconteceu após sua maior aliada na pasta, Iolene Lima, também ser demitida.
Iolene Lima
Ex-diretora
de Formação
Iolene chegou a ser anunciada como secretária-executiva da pasta, mas acabou não sendo nomeada. Braço-direito da então secretária de educação básica, Tânia Leme, ela acabou sendo demitida.
Militar
Marcus Vinicius
Rodrigues
Ex-presidente
do Inep
Aliado à ala militar, Rodrigues foi demitido após desgaste entre Inep e MEC devido à publicação de portaria que adiou avaliação de alfabetização por dois anos
Ricardo Wagner
Roquetti
Ex-diretor de
Programa
Ex-assessor de Vélez, Roquetti, que pertence à ala militar, tentava afastar o grupo de seguidores de Olavo de Carvalho do MEC quando foi demitido a mando do presidente Jair Bolsonaro.
Ideológico
Silvio Grimaldo
Ex-assessor
Ex-aluno de Olavo de Carvalho, Grimaldo saiu do MEC na leva de demissões para tentar estancar a briga entre militares e olavetes
Tiago Tondinelli
Ex-chefe de
gabinete
Assim como Grimaldo, Tondinelli também deixou o MEC no início do racha na pasta. O ex-chefe de gabinete também é ligado a Olavo de Carvalho