Por G1 Rio


Marcelo Crivella faz discurso de posse após assumir Prefeitura do Rio

Marcelo Crivella faz discurso de posse após assumir Prefeitura do Rio

O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella, de 59 anos, tomou posse do cargo neste domingo (1º). A cerimônia foi realizada na Câmara Municipal, no Centro, na mesma sessão que também deu posse aos 51 vereadores eleitos em 2016.

À tarde, Crivella foi recebido pelo, agora, ex-prefeito da cidade Eduardo Paes no Palácio da Cidade, em Botafogo, para a cerimônia de transmissão de cargo. Parte do secretariado escolhido pelo novo prefeito também discursou e outros secretários foram apresentados por Crivella.

Na Câmara, Crivella discursou por aproximadamente 40 minutos e, depois de se dirigir à mesa diretora da Câmara e outros políticos, iniciou a fala agradecendo a Deus, afirmando que não considerava a eleição como mérito pessoal, mas como "graça recebida.

O prefeito eleito continou os agradecimentos se referindo à família, ao Partido Republicano Brasileiro (legenda da qual é membro e pela qual foi eleito) e outros partidos. Crivella também lembrou na fala do arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, dizendo que foi a "primeira vez" que se aproximou da Igreja Católica.

Crivella não esqueceu dos evangélicos, e disse que 90% deles votaram no político no segundo turno da eleição de 2016, disputada contra Marcelo Freixo (PSOL). Isso, de acordo com o prefeito eleito, nunca tinha acontecido.

"Eu tenho que agradecer muito ao povo da Igreja Universal, ao povo da Igreja Batista, Metodista, da Assembleia de Deus, que são os mais numerosos entre nós, os irmãos da Assembleia de Deus de todas as suas denominações: da Confraderj, da Comaderj, da CEADER, do Ministério de Madureira", disse.

Veja, abaixo, a íntegra do discurso de Crivella na Câmara dos Vereadores:

"Excelentíssmo Senhor Fernando Mac Dowell, Vice-Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro; Excelentíssimo Senhor Presidente, Vereador Jorge Felippe, que nos conduz nesse momento solene; minha companheira Tânia Bastos, ilustre dama, Vice-Presidente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; Vereador Zico, 2º Vice-Presidente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; Vereador Carlo Caiado, 1º Secretário da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; Vereador Cláudio Castro, irmão querido, 2º Secretário da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; Vereador Felipe Michel, 1º Suplente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; Eliseu Kessler, 2º Suplente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Eu, em nome deles, gostaria de saudar a todos os senhores vereadores que hoje tomam posse e que constituem essa plêiade de notáveis homens públicos conduzidos a esta Casa pela soberania do povo.

Gostaria também de saudar as autoridades presentes na pessoa do Senador Eduardo Lopes, que acabou de tomar posse como senador do nosso Estado do Rio de Janeiro, parabéns.

Antes de ler o discurso que escrevi, eu pediria ao Senhor Presidente que ele me permitisse apenas agradecer. Agradeço a Deus por esse momento, Presidente, como o Senhor fez no começo da sua fala, e tenho certeza de que nenhum de nós considera como mérito pessoal, mas como graça. Agradeço muito por essa bondade infinita, por esse amor inexplicável que Deus tem por cada um de nós e que, nos seus desígnios, nos conduziu à posição que hoje assumimos, ou tomamos posse. Quero agradecer também, Presidente, abaixo de Deus, como todos nós sabemos, à família; à minha mãe querida, que aos 82 anos, todos os dias, ora por nós de joelho.

Quero agradecer à minha esposa, companheira desde os 15 anos de idade – minha querida esposa –; aos meus filhos Marcelo, Deborah, Rachel; à minha nora, Maressa; ao meu genro, Daniel; aos meus netinhos, Daniel e Davi por estarem ao nosso lado durante todos esses momentos.

Preciso agradecer também, e faço isso com toda reverência, aos meus companheiros que caminharam comigo ao longo dessa jornada, que não foi fácil, Senhor Presidente; aos líderes do PRB na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa, aos valorosos vereadores. Nessa Casa ainda são poucos, mas extremamente qualificados. E também ao PTN. Faço isso prestando homenagem a Luis Antonio da Costa Ramos, que desde o primeiro momento marchou a nosso lado.

No segundo turno, recebemos o apoio de uma maioria de grandes líderes do Rio de Janeiro: Carlos Osório, com o PSDB, esteve conosco; Índio, com o PSD; esteve conosco o PMDB, na figura da grande maioria de seus líderes e que hoje saúdo em nome de Rosa, que não está entre nós, mas que esteve ao nosso lado nos eventos que fizemos na sua região.

Agradeço, profundamente, também a mensagem que recebi do nosso Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que mandou uma mensagem de grande entusiasmo, efusiva e que muito me estimula nesse primeiro momento.

Presto minhas homenagens, como Prefeito da Capital, por termos, na Câmara dos Deputados, um líder da nossa Cidade do Rio de Janeiro, o que nos engrandece muito e facilita muito a nossa vida em Brasília.

Eu preciso agradecer também aos líderes desde Santa Cruz até aqui na Ilha do Governador, os líderes comunitários, das associações comerciais, todos foram incansáveis ao nosso lado, ajudaram-nos demais. Os sindicatos dos porteiros, dos garçons, dos motociclistas.

Eu preciso agradecer também à comunidade médica em todas as suas atuações; às Igrejas, pela primeira vez eu pude me aproximar da Igreja Católica. Então, eu presto aqui uma homenagem e um tributo da minha gratidão a Dom Orani, que mesmo nos momentos difíceis de acusações, próprios desse dilúvio que são as campanhas políticas na nossa Cidade e, de modo geral, no Brasil, ele fez o que disse Jesus – olhou com bons olhos, com maturidade. Verificou que mais importante do que qualquer acusação de jornal ou notícias eram os valores em defesa da vida e da família, que, um dia, tanto ele como seus padres, seus bispos e nós, pastores, juramos amar e preservar para sempre.

Eu quero agradecer também aos meus irmãos evangélicos. Os senhores não imaginam, mas segundo os institutos de pesquisa, 90% dos evangélicos do Rio de Janeiro, no segundo turno, votaram conosco. Isso nunca tinha acontecido e olha, quero dizer a vocês, nem tinha, nas minhas mais otimistas previsões, que isso um dia ocorresse. Então, eu tenho que agradecer muito ao povo da Igreja Universal, ao povo da Igreja Batista, Metodista, da Assembleia de Deus, que são os mais numerosos entre nós, os irmãos da Assembleia de Deus de todas as suas denominações: da Confraderj, da Comaderj, da CEADER, do Ministério de Madureira. A Igreja Quadrangular esteve também ao nosso lado. Os adventistas, até mesmo os evangélicos, que normalmente se afastam dos pleitos eleitorais por consciência, por terem... Por entenderem a bíblia de maneira diversa. Dessa vez, uma maioria votou conosco e isso me traz uma responsabilidade enorme para cada dia desse mandato.

Então, eu quero agradecer a eles todos. E, em nome de todos que lembrei aqui agora, homenagear também aqueles que apoiaram, mas que a emoção me impede de citá-los. E eu também tenho respeito por todos os senhores, porque já vai tarde a hora. O filho do Vereador Jairinho estava dizendo: “Papai, me leva para comer alguma coisa”. Ele tem razão. Eu acho que ele já está dando um recado para que eu não me demore muito.

É com imenso senso de responsabilidade e prudência, Prefeito Cesar Maia, mas também com fé e sem medo que assumo a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Venho cumprir o mandato que recebi do povo com a determinação de cuidar das pessoas. É para esta nobre missão que peço humildemente a benção de Deus. E me sinto investido da mais alta autoridade para conclamar a sociedade, nossas instituições democráticas, sobretudo e principalmente a Câmara de Vereadores, a governar ao meu lado.

Deus nos deu uma Cidade maravilhosa, mas cumpre a nós torná-la ainda mais próspera, justa e humana. É preciso que a consciência e o espírito público das nossas elites se antecipem à reivindicação dos homens do povo para que a solidariedade apazigue a revolta dos que tem fome e sede de justiça.

É impossível construir uma metrópole moderna sobre os ombros de um povo, ou de grande parcela dele, explorada, doente, favelada e triste. O Rio só cresce quando cada um dos seus cidadãos crescer no conhecimento, na saúde, na habitação, na paz e na liberdade.

Como qualquer outra grande cidade, temos forças de integração e de fragmentação, diferenças sociais muito grandes, desconhecimento recíproco, preconceitos, idolatria do egoísmo e do consumo desenfreado, maus exemplos sobretudo das autoridades – tudo isso nos separa. A cidadania, o espaço público, o trabalho, a cultura, a religião da paz, as nossas festas e confraternizações, a solidariedade – tudo isso nos une. Uma prefeitura democrática deve usar os recursos disponíveis para impulsionar as forças de integração, tendo em vista tornar a Cidade o lar de todos.

Hoje há 118.000 crianças de zero a seis anos vivendo em lares abaixo da linha da pobreza. Passam despercebidas. Não se ouve seu choro. Não se vê sua fome. Cuidar delas dignifica, enobrece, engrandece e constrói o que tanto almejamos: um futuro de paz.

Nosso lema é cuidar das pessoas. Isso representa, acima de tudo, proteger a família. O Estado pode criar um programa tão vasto quanto o Minha Casa Minha Vida, com milhões de unidades. Mas só uma família pode transformar uma daquelas casas em um lar.

Não há dúvidas de que a violência anômica que aflige certas partes da Cidade calcinadas pelo ódio será aplacada e se reduzirá com a estabilidade perene do lar. A família é mesmo importante. Uma das frases mais lindas que ouvi na minha vida foi dita pelo Bispo Macedo: “Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é família”. Mas não se podia dizer para representar a onipotência, grandeza, e majestade da maior obra que um homem e uma mulher podem construir ao longo de suas vidas.

E a proteção à família começa com a política de proteção à saúde. E ela será tão mais efetiva quanto for preventiva. Vamos ampliar a rede de saúde da família. Mas antes, colocar as unidades existentes em pleno funcionamento. Uma vez que isso ocorra, vamos garantir que aquelas consultas se tornem diagnósticos, acabando como o gargalo dos exames de laboratório, radiografia, ressonância, tomografia e outros.

Uma vez obtido o cuidadoso e precioso diagnóstico, se a recomendação for cirurgia de baixa complexidade, nossa rede própria de hospitais e os conveniados estarão de prontidão em regime de vigília para que ninguém, na hora da sua angústia, corra risco de morte por indolência, omissão, ou descaso do nosso Município.

Durante a campanha, ouvimos vigorosos reclamos com respeito à saúde. Hoje, há no sistema de regulação, o SISREG, cerca de 100.000 pessoas à espera de consultas com especialista, exames e cirurgias de baixa complexidade. Vamos estabelecer novas estratégias para enfrentar e reduzir essa fila hedionda. O maior patrimônio do Rio é o seu povo, e o maior patrimônio do povo é a sua saúde e educação.

Por falar em educação, nos dias de hoje, para sustentar a família, o pai e a mãe precisam trabalhar. É uma dupla proteção: se um perde o emprego, o outro não deixa faltar o essencial, mas, para isso ocorrer, é preciso que as crianças estejam na creche, na pré-escola e na escola em horário integral.

É nosso objetivo caminhar para universalização da creche e da pré-escola em horário integral para toda mãe que trabalha. Com a mesma importância, vamos tratar de melhorar o IDEB, que exige diminuir o abandono escolar e aumentar a efetividade do ensino. Nas escolas públicas, crianças de todas as classes, de todos os lares, de todas as cores se encontram, se tornam amigas, e recebem a mesma educação fundamental, preparam-se para serem cidadãos.

Nossas mais de 1.500 unidades educacionais, conduzidas por mais de 60.000 servidores, são os espaços formadores da geração do amanhã. Essa rede humana e material de valor inestimável tem que se capacitar para oferecer atenção integral ao estudante, incluindo alimentação, assistência social, atividades diversificadas e cuidados com a saúde, porque muitas dificuldades de aprendizado não podem ser corrigidas apenas em aulas tradicionais.

Para isso, professores e demais profissionais da educação serão respeitados, valorizados e sempre ouvidos. A educação das crianças portadoras de deficiência é prioridade. Vamos começar chamando os aprovados no último concurso para agente especial de educação infantil, à medida dos recursos disponíveis, e que serão priorizados até que todos estejam empregados.

O turismo, por sua importância econômica indutora, e pela vocação natural da geografia da Cidade, foi trazido para o gabinete do Prefeito, que será assessorado por um conselho de notáveis especialistas. Vamos construir um calendário de eventos à altura da grandeza, da beleza e da hospitalidade do Rio de Janeiro.

Para isso, é imprescindível manter a Cidade arrumada, com sua infra-estrutura funcionando adequadamente, desde a poda das árvores, do reparo das ruas e calçadas, da iluminação pública, da limpeza das galerias pluviais, até os complexos modais de transporte. O sistema de transporte determina, em grande medida, que tipo de uso as vias públicas serão. O planejamento das movimentações pendulares de ida e volte entre casa e trabalho é essencial para a qualidade de vida de nós todos. As principais cidades do mundo contam com poderosos sistemas baseados na combinação trem/metrô, reservando a ônibus e automóveis um papel complementar.

É nessa direção que devemos rumar. Aqui, considerando o complexo trem/metrô/barcas/VLT, pois ele racionaliza os deslocamentos, facilita a integração, diminui a concorrência pelas mesmas vias – imenso desperdício, com graves prejuízos para o meio ambiente –, aumenta a capacidade de escoamento e velocidades constantes, e barateia os custos, mesmo sendo operado por diferentes empresas, o sistema tem que ser planejado e dirigido a partir de um único centro, um órgão público que tome decisões a partir de uma visão de conjunto. Tenho ao meu lado, como Vice-Prefeito, o Secretário de Transporte Fernando Luiz Cumplido Mac Dowell da Costa. Um grande especialista no tema. Há um enorme déficit de habitação e de infraestrutura, sobretudo nas comunidades carentes das regiões norte e oeste. Vamos enfrentar esse problema desde o primeiro dia de Governo, para reduzir as condições deploráveis de vida dessa parte da população.

A questão da Segurança Pública – sabemos – é dever do Estado, não do Município. Mas jamais ficaremos ausentes. Trata-se de tema controverso e complexo que exige amplo debate para tratar de suas diferentes causas no campo político, econômico e até psicológico. No campo político vamos ser firmes no combate à corrupção. Empregar a guarda municipal com ênfase na segurança das pessoas e proteção da escola, estabelecer articulação com polícia militar, civil, federal, rodoviária, forças armadas e a guarda nacional.

E o setor privado? Na troca de informações e operações de segurança pública, no uso da tecnologia e nas ações de inteligência. No campo econômico vamos estabelecer políticas para diminuir a desigualdade social e a concentração de poder e renda, no que couber ao Município.

No psicológico, vamos iluminar adequadamente a Cidade, posicionar a guarda municipal na mancha da criminalidade. Educar e convencer, desde a tenra idade, de que a violência para nada mais presta, senão matar, roubar e destruir.

Saúde, Educação, Turismo e qualidade de vida dependem muito do crescimento econômico sustentável, da preservação do meio ambiente. Vamos contar com os melhores especialistas para que nenhuma ação do Governo ou da iniciativa privada ponha em risco esse nosso patrimônio. Vamos zelar por nossas matas, nossos rios e lagoas, praias e montanhas. O Rio de Janeiro tem compromisso com a nova visão da sustentabilidade.

Cultura e natureza formam a identidade do Rio de Janeiro. E em torno delas pode haver uma economia pujante. Cerca de 25% da superfície da nossa Cidade são ocupados por áreas verdes, que se agregam a dezenas de quilômetros de praias, ilhas, lagoas e o espelho-d’água da Baia de Guanabara. A livre disposição desse patrimônio, único entre todas as grandes Cidades do mundo, combinado com a redução da poluição e do temor à violência fará do Rio de Janeiro um lugar privilegiado para se viver, trabalhar e visitar. Cenpes, Cepel. Fiocruz, Instituto Militar de Engenharia, FURNAS, BNDES, Petrobras, Nuclebrás, PUC, UFRJ, UERJ, IMPA, tantas universidades privadas, quantas instituições aqui instaladas significam alta concentração de inteligência e trabalho qualificado que a Prefeitura não hesitará em convidar.

Vamos ter atenção especial para os idosos e os cidadãos portadores de deficiências, cujas políticas, à semelhança do turismo, serão elaboradas e coordenadas a partir de um Conselho ligado ao gabinete do Prefeito, para o qual contamos com a experiência do nosso querido Otávio, líder do PSDB. São compromissos inadiáveis, para os quais é preciso garantir a atualização das receitas da Prefeitura.

Nossa Secretária Municipal de Fazenda vai cuidar da reforma tributária para tornar o regime mais justo, buscando maior correspondência entre os níveis de contribuição e a capacidade contributiva. Uma comissão está sendo instituída para fazer a avaliação do universo dos incentivos fiscais concedidos e dos resultados obtidos por meio de sua aplicação. Estamos também instituindo outra comissão a ser presidida pelo Secretário da Casa Civil, para examinar a questão dos benefícios concedidos pela Administração Direta e Indireta. As chamadas mordomias são dos símbolos mais execráveis de abuso do poder público neste momento de grave crise e é preciso enfrentar essa questão.

É fundamental que cada secretário verifique a disponibilidade de fundos e as despesas comprometidas antes de anunciar qualquer programa que envolva dispêndio de recursos financeiros.

Enquanto este trabalho não for concluído, a ordem é a seguinte: é proibido gastar. O tempo é de crise. Faltaria ao Governo a verdadeira autoridade e o legítimo poder de persuasão se não impusesse a si mesmo o comportamento que espera dos demais.

Nesse sentido, reduzimos para 12 o número de secretarias e à metade os cargos em comissão. Confio nos bravos secretários que escolhi. Uma equipe reduzida, mas competente e devotada à causa pública.

Gostaria que hoje estivesse tomando posse nessa equipe meu próprio filho, que esteve comigo nos tantos anos que passei na África e no sertão. E ele me acompanhou nas campanhas políticas, sobretudo nessa última. Porém, um compromisso de trabalho no exterior o impediu de vir. Mas espero poder contar com seu apoio para breve.

Recomendo a eles negociar cada contrato de prestação de serviço. Cada nota de compra, cada empenho, cada despesa, até que tenhamos aprovisionados recursos necessários a nossa estabilidade, a nossa segurança econômica e ao atendimento das carências básicas do nosso povo.

Neste momento, conclamo ao laborioso empresariado – que tem prestado serviços, realizado obras, fornecido materiais e equipamentos à Prefeitura – para oferecer também a colaboração para superarmos a crise. Reconheço no lucro o prêmio da eficiência e o motor da atividade econômica. Mas o momento requer diminuir a margem, dividindo o sacrifício com seus fornecedores em cadeia, de tal forma que, uma vez diluída a parcela do ajuste, não se prejudique a qualidade dos serviços prestados ao nosso povo.

Se de um lado precisamos de revisão tributária e do outro cortar despesas, também precisamos de um ambiente favorável ao investimento. O PIB da Cidade do Rio de Janeiro caiu 1,3% de 2013 a 2014, enquanto o PIB do total das capitais do Brasil cresceu 1,3% e o do Brasil cresceu 1,4%. O emprego com carteira assinada perdeu de janeiro a novembro deste ano, segundo números do Caged publicados esta semana, 136.089 postos de trabalho na nossa Cidade.

Para melhorar o investimento, vamos ampliar as parcerias público-privadas e abrir novas oportunidades para concessão e outorga. Manter um diálogo ético, transparente, proativo e desburocratizado com todos que desejam investir na Cidade do Rio.

É preciso também qualificar a mão de obra. Vamos instalar as oficinas para o emprego, como foi promessa de campanha, com cursos em convênio com o Sesc e o Senai. Vamos garantir estágios na Prefeitura em convênio com o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços. Vamos instalar no Porto Maravilha o hub dos startups para apoiar nossos jovens empreendedores. O momento exige de todos que as iniciativas sejam precedidas de um projeto de viabilidade econômica e social.

Senhores vereadores, não fui candidato das promessas. Não serei o Prefeito das ilusões. O povo do Rio de Janeiro terá o Governo que exigiu nas urnas. E sabem os nossos secretários que este será um só Governo, que não poderemos admitir que se divida, que se desuna, que se descoordene, para que não se perca o foco e se dissipe as energias necessárias à mudança.

Vamos estar em sintonia com o Poder Legislativo. Prestar as informações necessárias, embora faça aqui um apelo à moderação para que cumpram o dever constitucional de legislar e de nos fiscalizar. Ao mesmo tempo, não terei qualquer hesitação para esclarecer à opinião pública sobre as dificuldades que encontrar para resolver os nossos problemas. O povo entende que governar exige, muitas vezes, contrariar interesses quando esses são contrários ao bem-estar comum. Em momentos assim, não é raro que a fúria dos inconformados se derrame pela via da injúria, da calúnia e da difamação. Se isso ocorrer, peço ao povo, de antemão, compreensão e paciência.

O País está em crise. O Estado do Rio de Janeiro está em crise. A Cidade do Rio de Janeiro se encontra nesse contexto. É hora de cautela, de fazer um judicioso exame das despesas públicas. O governo dá à sociedade uma demonstração de austeridade ao reduzir ao mínimo o seu secretariado e os cargos em comissão. O exemplo inspira confiança e é dele que nasce a esperança. Já se disse que a esperança é o único patrimônio dos deserdados. É com ela que a nossa gente sofrida e valente encontra forças para buscar seus sonhos e construir com fraternidade o bem comum.

Quero convidá-los, meus companheiros, a enxergar, no horizonte, uma Cidade diferente. Onde não haja revolta gerada pela injustiça, pela miséria, pela falta de educação e pelo desemprego. Uma Cidade onde o sentimento de fraternidade e honestidade se espalhe como vento e brilhe como o sol. Uma Cidade onde, por esforço próprio, um cidadão possa realizar seus sonhos. Uma Cidade onde os idosos sejam protegidos e os menos afortunados e os menos aptos não sejam abandonados, marginalizados. Uma Cidade onde o povo não sinta vergonha dos seus líderes políticos.

Eu e o meu secretariado vamos assumir a parte que nos cabe nessa grandiosa empreitada. À nossa luta diária vamos acrescentar a fé em Deus; nos momentos mais difíceis, a perseverança, até na Cidade, a coragem dos que lutam movidos por um ideal. Ao exercício do poder, a capacidade de ouvir, dialogar, aprender, convencer, persuadir. À coragem de decidir, vamos somar uma coragem ainda maior: a de rever e realinhar o rumo às circunstâncias, quando assim elas determinarem. Uma Cidade é tão desenvolvida quanto o seu grau de solidariedade.

Ao terminar, convido os cariocas a começarem comigo o ano com um gesto de solidariedade: doar sangue. É que nessa época do ano baixam os estoques e aumenta a demanda. Eu, minha família, meus secretários, os que puderem: amanhã estaremos na fila bem cedo do hemocentro.

Nosso programa consagra as reivindicações que ouvimos nas ruas. Para a sua implementação, conclamo, mais uma vez, o povo do Rio de Janeiro a continuar a nos apoiar, com o mesmo apoio recente nas urnas com os seus milhões de votos, para atingirmos a paz social na concórdia, os objetivos que fixamos em praça pública e cujo lema é cuidar das pessoas.

Muito obrigado!"

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