Tecnologia

Por Guilherme Fontana, G1


Uber — Foto: REUTERS/Shannon Stapleton

Motoristas dos aplicativos Uber e 99 iniciaram uma greve nesta quarta-feira (8) no Brasil, que deve durar até a 0h de quinta-feira (9). Lucros maiores estão entre as reivindicações.

Procurados pelo G1, motoristas da Uber disseram que as orientações sobre a paralisação correm em grupos de WhatsApp exclusivos da categoria. A principal recomendação é de que eles mantenham o app desconectado de 0h desta quarta à 0h de quinta.

Em nota à imprensa sobre as manifestações, a 99, que oferece táxis comuns e também o mesmo tipo de serviço que o Uber, disse que "é a favor da liberdade de expressão".

As reivindicações dos trabalhadores para as empresas são:

  • Aumento nas tarifas para os passageiros;
  • Redução da taxa cobrada pela Uber, que varia entre 25 e 40% das corridas;
  • Informar o destino final do passageiro para o motorista antes do aceite das corridas;
  • Locais regulamentados para estacionar.

Os motoristas também pedem a redução nos preços dos combustíveis, fator que não está diretamente ligado às empresas, mas que afeta nos lucros de quem dirige.

De acordo com um motorista que preferiu ter sua identidade preservada, os motoristas têm liberdade para aderirem ou não ao movimento. Ele optou pela greve e segue com o aplicativo da Uber fechado.

Como consequência pela menor quantidade de carros disponíveis, as corridas estão mais caras para os passageiros nesta quarta.

Os motoristas ouvidos pelo G1 apresentaram imagens do aplicativo que mostram localidades cobertas por manchas alaranjadas, que representam áreas com grandes demandas.

A greve deverá ser marcada também por manifestações em diversas partes do país, como em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Bahia e Recife.

Procurada pelo G1, a Uber ainda não se posicionou. Associações e sindicatos de motoristas também não retornaram os contatos para posicionamento.

A 99 divulgou a seguinte nota: "A 99 informa que a remuneração de seus motoristas parceiros contempla duas variáveis: tempo e distância percorrida, além de uma tarifa mínima. Os ganhos do condutor são calculados de forma independente do valor pago pelo passageiro. A empresa reforça seu compromisso de trabalhar para aumentar a renda dos condutores por meio de um número maior de chamadas e da cobrança de taxas menores em comparação à concorrência. Em relação às manifestações, a 99 é a favor da liberdade de expressão."

Protesto nos EUA e na Europa

Motoristas de aplicativos também organizaram protestos em outros lugares do mundo. Nos Estados Unidos, trabalhadores vinculados a Uber e Lyft, empresa que também fornece este serviço por lá, exigiram melhores pagamentos. As manifestações acontecem poucos dias antes de a Uber abrir seu capital na bolsa, algo que está planejado para a próxima sexta-feira

Motoristas de Uber e Lyft fazem caravana com 25 carros na Ponte do Brooklyn, nesta quarta-feira (8), em Nova York — Foto: Mark Lennihan/AP

Em Londres, os motoristas realizaram uma passeata próxima ao escritório do Uber na cidade. Eles carregavam cartazes com críticas ao modo de operação da empresa.

"Bilhões aos chefes e pagamentos pobres aos motoristas", disseram os manifestantes.

Motoristas de Uber em protesto nesta quarta-feira (8), em Londres — Foto: Henry Nicholls/Reuters

Motoristas de aplicativos protestam gritando para um colega durante paralisação na região do Centro de São Paulo. Eles aderiram ao protesto internacional de motoristas que pedem melhores condições de trabalho — Foto: Suamy Beydoun/Agif/Estadão Conteúdo

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