• Anselmo Penha
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compras ; vendas ; comércio ; marketplace ; promoção ; cartão de crédito ; consumo (Foto: Pexels)

34% dos brasileiros compram livros, músicas, filmes e videogames pela internet na maioria das vezes. Mesmo na categoria de alimentos há aumento da demanda online (Foto: Pexels)

O consumo faz parte do dia a dia, e ele é feito cada vez mais por meio da internet. No Brasil, 21% das pessoas realizam compras online semanalmente - o maior índice registrado desde 2014 pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), que apresentou nesta terça-feira (03/04) o Global Consumer Insight Survey 2018, uma pesquisa que define tendências e características de consumo em 27 países, incluindo o Brasil.

Ao todo, a PwC entrevistou 22 mil pessoas entre agosto e outubro de 2017. No Brasil, o único da América Latina entre os analisados, foram 1.001 entrevistados. 41% dos respondentes fazem uso de celulares para suas compras, sejam elas diárias, semanais ou mensais. Nos tablets, são 30%, e nos computadores, 58%.

"O online continua crescendo na vida das pessoas", afirma Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil. "Elas compram com mais frequência, usam mais os canais online, e em todas as categorias de produtos os números de pessoas que optam pela rede aumenta."

Para Alexandre Horta, diretor da PwC Brasil, o aumento na demanda por produtos pela internet também demonstra a melhora na oferta por parte dos varejistas. "Há um amadurecimento na oferta e um aumento no número de players atuando no mercado, o que ajuda as pessoas a confiarem mais nas compras online", diz.

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Confira 10 características do consumo no Brasil, notadas pela PwC:

Compras nas lojas físicas cresceram
A PwC dividiu a experiência de compras em quatro canais: lojas físicas, computadores, tablets e mobile (celulares). Destas, entre 2016 e 2017 apenas mobile teve aumento na frequência de compras dos usuários, de 30% a 31%. As demais apresentaram quedas crescentes desde 2015.

Mas isso mudou nos dados de 2018: todas as divisões tiveram aumento da frequência de compras pelo consumidor, com destaque para as lojas físicas, que são um canal de consumo para 61% dos respondentes.

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Em todas as categorias de produtos, o consumo do brasileiro aumentou
Se o brasileiro consome mais online, ele o faz em todas as categorias analisadas pelos pesquisadores. Comparando os dados de 2018 com os de 2014, o número de consumidores que fizeram todas ou a maior parte de suas compras via internet subiu 16% em vestuário e calçados e livros, e músicas, filmes e videogames.

A internet, aliás, é a principal fonte de compras para 34% dos que consomem livros, músicas, filmes e videogames, e para 27% dos que compram equipamentos eletrônicos. Nas outras categorias, a preferência pela compra online é: saúde e beleza (24%), vestuário e calçados (22%), móveis e utensílios domésticos (18%), equipamentos esportivos (18%), brinquedos (16%), eletrodomésticos (19%), joias e relógios (15%) e alimentos (13%).

País está no Top 10 das intenções de compra de alimentos pela internet
O Brasil aparece como o oitavo nas intenções pela compra de alimentos online. 24% dizem ser provável que adquiram algum produto alimentício via internet nos 12 meses após a pesquisa. Nas cinco primeiras posições estão China (59%), Vietnã (54%), Tailândia (35%), Reino Unido (32%) e Japão (27%).

Otimismo faz intenção de compras crescer
O brasileiro está mais confiante em relação à economia do País, e isso é perceptível pela sua intenção de compra. 70% dos entrevistados dizem que esperam manter ou aumentar seus gastos em 2018, ao passo que 77% esperam que a economia brasileira se mantenha estável ou melhore neste período.

"Estamos saindo de um processo de recessão de pouco mais de três anos", afirma Horta. "Em escala global, o mundo viveu em recessão entre 2008 e 2014, ou seja, faz quatro anos que o mercado tem evoluído. No Brasil, foi preciso apenas um ano após o período crítico para que as pessoas já estejam mais otimistas, enquanto norte-americanos, por exemplo, ainda estão cautelosos."

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Principal preocupação de quem não aumentará consumo é a recessão econômica
A PwC questionou aqueles que disseram ter o objetivo de gastar menos que em 2017 sobre os motivos que os levam a reduzir os gastos. Entre as seis opções apresentadas, aquela que representou a maior parcela da população brasileira é a recessão econômica. 83% dos respondentes apontaram esta razão.

Mais da metade dos entrevistados no País adquire produtos na Amazon
Os marketplaces são um canal determinante na opção por compras online, segundo a PwC. A Amazon, mais especificamente, já é um caminho para 52% dos brasileiros entrevistados. Destes, 33% ao menos verificam o preço no site para decidir sobre seus atos de consumo; e 27% começam a busca por lá.

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Brasileiros estão mais interessados em uso de assistentes pessoais e outros serviços com inteligência artificial (IA)
Quando questionados sobre o uso de dispositivos de inteligência artificial, que incluem robôs e assistentes pessoais como o Amazon Echo e o Google Home, 14% dos brasileiros dizem já possuir ao menos um deles. Outros 59%, por sua vez, o teriam.

Esses dados superam a escala global, mostrando o perfil do brasileiro de receber positivamente novas tecnologias. No mundo, 58% diz não possuir e nem ter interesse em possuir um dispositivo que faz uso de IA. Apenas a China está na frente do Brasil no uso e no interesse por essa tecnologia: 21% dos chineses já a possuem, e outros 52% o fariam.

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Gastos com produtos e experiências são iguais
Considerando a renda disponível para os respondentes, eles afirmam investir o mesmo montante em produtos e experiências. No Brasil, esta taxa é de 50% para cada opção, sendo que em escala global, as pessoas destinam 55% para os bens físicos.

A prioridade dos brasileiros na hora de investir em experiências está em gastar seu dinheiro em ações individuais, o famoso “tempo para mim mesmo”. 37% dizem que este é o motivo pelo qual fizeram este tipo de investimento.

Menor preocupação com segurança na hora de comprar
Em 2017, 78% dos brasileiros que responderam à pesquisa da PwC apontaram que só comprariam por um site que considerassem legítimo e confiável. Este número caiu, para 68%.

Para Neves, os motivos para diminuição deste número podem ser tanto o aumento da confiança sobre os marketplaces e plataformas virtuais de compras, como a redução do cuidado com suas ações na rede.

Baixa preocupação com fornecimento de dados
Para evitar fraudes ou problemas de segurança online, menos da metade dos brasileiros (47%) diz optar por fornecedores de pagamentos em que possam confiar. Quando o assunto é segurança de dados, 22% dos entrevistados afirmam restringir o compartilhamento de suas definições de localização com os sites que solicitam tais informações.

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