Por Marco Antônio Martins, G1


Prefeitura do Rio promete linha de crédito para comerciantes da praça Miami

Prefeitura do Rio promete linha de crédito para comerciantes da praça Miami

Os comerciantes da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, poderão voltar ao trabalho a partir da próxima segunda-feira (12). O prefeito, Marcelo Crivella (PRB), se reuniu com os comerciantes neste sábado e definiu que, provisoriamente, a Prefeitura do Rio irá montar tendas para quem perdeu seus produtos e instalações na operação realizada na Praça Miami no dia anterior.

Na ocasião, fiscais da prefeitura mandaram derrubar quiosques, alguns de alvenaria, que funcionavam no local. A ação teve apoio de militares, que realizam operações na Vila Kennedy há duas semanas.

Segundo o prefeito, a área de licenciamento da prefeitura cuidará do formato dos novos quiosques. O tamanho ainda será decidido.

Na reunião no Palácio da Cidade, que durou 1h30, também foi definida a criação de uma linha de crédito para quem quiser adquirir materiais para o trabalho. Para isso, o comerciante não poderá ter dívidas e terá que quitar todos os impostos exigidos pela prefeitura.

Marcelo Crivella, prefeito do Rio, recebe comerciantes da Vila Kennedy no Palácio da Cidade — Foto: Marco Antonio Martins/G1

O cadastramento dos comerciantes começará na segunda às 8h. Em um primeiro momento, os vendedores contam que alguns deles receberão cestas básicas da prefeitura.

"Assim nós vamos conseguir ter uma solução pacífica para o caso. Essas coisas ocorrem. Muitas atividades de rotina acontecem sem o conhecimento do secretário, ainda mais numa cidade do tamanho do Rio", afirmou Crivella.

Representantes da comunidade e dos comerciantes se disseram satisfeitos com as propostas do prefeito. Mesmo assim, esperam que as medidas sejam viabilizadas. Segundo eles, a promessa é de que todos estarão legalizados em seis meses.

Andrey Araujo, líder comunitário da Vila Kennedy, esteve na reunião com Crivella sobre a Praça Miami — Foto: Marco Antonio Martins/G1

"Saímos satisfeitos com a promessa de que tudo estará legalizado em seis meses. Amanhã (domingo) teremos uma reunião para que todos voltem a trabalhar", disse Andrey Araujo, líder comunitário da Vila Kennedy.

Marcelo Crivella tentou amenizar a situação da Vila Kennedy. "É um momento de intervenção, um momento difícil da cidade, todo mundo quer ordem e podemos fazer isso sem traumas", disse.

Afastamento de agentes

O prefeito já havia afirmado que houve "desproporcional uso da força" na operação da prefeitura e afirmou que os agentes envolvidos seriam afastados. Após a reunião deste sábado, ele não antecipou se apenas os servidores envolvidos diretamente na destruição dos quiosques serão afastados ou se a medida atingirá o secretário de Ordem Pública, coronel Paulo César Amendola.

Segundo a secretaria de Ordem Pública, a intervenção no local ocorreu porque havia ocupação irregular e também foi um pedido da Polícia Militar após receber denúncias de atividades criminosas na Praça Miami – como a venda de drogas e de carga roubada.

Depois de terem suas barracas derrubadas, os comerciantes afirmaram tentam a regularização do espaço com a prefeitura há muito tempo.

Operações na Vila Kennedy

A partir deste sábado, as Forças Armadas vão patrulhar diariamente a Vila Kennedy. Serão 300 militares durante o dia. À noite, o patrulhamento segue a cargo da PM. A comunidade estava tendo constantes operações do Exército há duas semanas.

Em entrevista à TV Globo na quarta (7), o interventor federal na segurança do estado, general Braga Netto, afirmou que a atuação dos militares na Vila Kennedy será usada como modelo para a intervenção no Rio.

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