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Economia

Ações do governo serão usadas para melhorar imagem de Temer

Segundo auxiliares, presidente pretende destacar redução do juro do cheque especial e para compra de imóveis em discursos
Presidente Michel Temer Foto: MARCOS BRINDICCI / REUTERS
Presidente Michel Temer Foto: MARCOS BRINDICCI / REUTERS

BRASÍLIA - Disposto a provar que sua determinação de concorrer à reeleição é verdadeira, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), deve incrementar seu discurso “pré-eleitoral” nos próximos dias. Segundo o que dois auxiliares diretos de Temer adiantaram ao GLOBO, o presidente pretende “surfar” na propaganda positiva que será feita pelo governo a partir de medidas como a redução dos juros para compra da casa própria, anunciada pela Caixa na segunda-feira. Além da melhora no financiamento imobiliário, a redução dos juros no cheque especial, anunciada semana passada, também deve passar a figurar nos discursos do presidente. O esforço para melhorar a imagem de Temer ainda inclui pesquisas semanais encomendadas pelo Palácio do Planalto ao Ibope.

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Mesmo com um péssimo índice de popularidade — uma rejeição de 70%, segundo a última pesquisa —, auxiliares presidenciais acreditam na força dessa “agenda positiva”. A propaganda em torno da redução de juros no setor bancário será empacotada junto com outras ações que impactam o eleitor comum, como a redução dos juros nos financiamentos de carro e de eletrodomésticos e a queda no preço dos alimentos. Munidos de informações do Ministério da Agricultura, o governo aposta que a nova safra vai derrubar ainda mais o preço da cesta básica, o que levará o Planalto a bater na tecla de que a comida ficou mais barata.

Apesar de reconhecer a modulação do discurso de Temer, auxiliares do presidente devem continuar negando publicamente o uso pré-eleitoral da agenda. No caso da redução dos juros pela Caixa, um ministro negou ao GLOBO que deixar o financiamento da casa própria mais barato tenha sido uma medida encomendada por motivação política.

O ministro afirmou que a diminuição da alíquota se deu por um “movimento natural de competitividade do mercado, possibilitado pela queda de juros da Selic”. Também não se admite que a novidade tenha sido anunciada para fazer frente aos resultados da pesquisa Datafolha, publicada no domingo, que apontou Temer com apenas 1% das intenções de voto.