Conteúdo de Marca

Política

País sustentável requer união de setores da sociedade

Seminário Brasil Futuro realizado pelo GLOBO discute desafios para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU
Conteúdo de responsabilidade do anunciante
Cidades estão submetidas à pressão da migração, com demandas cada vez mais urgentes por infraestrutura, serviços, emprego e recursos naturais Foto: Getty Images
Cidades estão submetidas à pressão da migração, com demandas cada vez mais urgentes por infraestrutura, serviços, emprego e recursos naturais Foto: Getty Images

Em um país tão diverso e desigual como o Brasil, buscar o desenvolvimento sustentável significa olhar ao mesmo tempo para as enormes carências da população, para o esforço de retomada da economia e para o desafio de atender às necessidades do presente sem comprometer as próximas gerações. Essas são algumas das direções apontadas por especialistas em sustentabilidade durante o seminário Brasil Futuro, promovido pelo GLOBO no último dia 21, com patrocínio da MRV Engenharia.

– O futuro do Brasil passa pela sustentabilidade. Garantir às pessoas o direito à saúde, educação, cidadania plena, segurança, moradia e saneamento básico é um dever de todos – afirmou o diretor do Instituto MRV, Raphael Rocha Lafetá.

Raphael Rocha Lafetá, diretor do Instituto MRV Foto: Fabio Cordeiro
Raphael Rocha Lafetá, diretor do Instituto MRV Foto: Fabio Cordeiro

A participação do setor empresarial tem sido fundamental para o avanço dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) reunidos na Agenda 2030, um plano de ação firmado em 2015 pelos 193 países-membros da ONU. O segmento privado assumiu papel de liderança ao desenvolver ferramentas e estudos que aproximam o mundo corporativo da construção de um novo modelo econômico e social mais sustentável.

– Pensar de forma sustável é um caminho sem volta para a atividade empresarial. É um desafio construir de forma sustentável diante de tanta diversidade no Brasil. A MRV não faz simplesmente a casa própria, ela não é o fim da nossa responsabilidade. É através da casa própria que nossos consumidores e nossa sociedade vão construir uma sociedade melhor – ressaltou Lafetá.

Objetivo urgente

Entre 2016 e 2017, o Brasil interrompeu um ciclo de 15 anos de redução da desigualdade. Nesse mesmo período, o número de pobres passou de 13,3 milhões para 15 milhões e, pela primeira vez em 23 anos, a proporção da renda das mulheres em relação aos homens teve um retrocesso. Já a renda média da população negra em relação aos brancos está estagnada há sete anos.

Número de pobres no Brasil cresceu de 13,3 milhões para 15 milhões entre 2016 e 2017 Foto: Fotolia
Número de pobres no Brasil cresceu de 13,3 milhões para 15 milhões entre 2016 e 2017 Foto: Fotolia

Por esses e outros motivos, a redução das desigualdades é considerada pelos especialistas o mais importante entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU. Os números do relatório da Oxfam Brasil reunidos no estudo "Brasil, o país estagnado" foram levados ao encontro pelo diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri.

– A redução das desigualdades no Brasil aconteceu de forma lenta e agora parou – alertou Magri.

Novas cidades possíveis

Com 85% da população brasileira vivendo em áreas urbanas, as cidades deveriam ter papel de protagonismo nas discussões sobre desenvolvimento sustentável. A concentração de recursos e de poder de decisão, porém, são os principais entraves na busca por soluções para os típicos problemas dos grandes centros, como mobilidade e saneamento, alertam especialistas.

Uso de painéis de energia solar é uma das iniciativas para a construção de cidades sustentáveis no Brasil Foto: Divulgação/Vladmir Araújo
Uso de painéis de energia solar é uma das iniciativas para a construção de cidades sustentáveis no Brasil Foto: Divulgação/Vladmir Araújo

– As cidades enfrentam problemas que não são novos, mas ganharam escala e complexidade no século XXI. Há uma necessidade extrema de descentralização e compartilhamento do poder – afirmou Rodrigo Perpétuo, secretário-executivo do ICLEI América do Sul, rede global que reúne 1.500 governos locais para discutir o tema.