Rio

Justiça dá dez dias para polícia esclarecer operação na Maré

Secretário de Segurança terá que apresentar plano de redução de riscos e danos decorrentes de intervenções no conjunto de favelas
Helicóptero sobrevoa Complexo da Maré Foto: Reprodução
Helicóptero sobrevoa Complexo da Maré Foto: Reprodução

RIO - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu um prazo de dez dias para que a Polícia Civil esclareça as circunstâncias da operação realizada no Complexo da Maré na última quarta-feira. A ação deixou seis mortos, entre eles o estudante Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos .

LEIA MAIS : Escolas da Maré, onde confrontos fazem parte da rotina, têm altas taxas de evasão de alunos

"Meu filho me abraçou e disse: 'Vamos morrer'", relata mãe de aluno da mesma escola que adolescente baleado na Maré

'Eu não tenho o que doar do meu filho', diz mãe de menino morto na Maré em vídeo

A decisão, expedida nesta quinta-feira pela juíza Ana Cecília de Almeida, determina ainda que o secretário estadual de Segurança Pública, o general Richard Nunes, também apresente as medidas que vêm sendo adotadas para a elaboração do plano de redução de riscos e danos para o enfrentamento das violações de direitos humanos decorrentes de intervenções policiais na comunidade. O secretário também deverá se posicionar sobre o protocolo dos procedimentos adotados em operações da Polícia Civil.

A determinação ocorreu a partir de um pedido da Defensoria Pública e do Ministério Público para que a polícia deixe de utilizar aeronaves em ações na Maré e de efetuar disparos de arma de fogo vindas de aeronave em direção à comunidade.

O pedido dos órgãos, no entanto, foi indeferido pela juíza, que  considerou que, até o momento, a documentação apresentada não demonstra a efetuação de disparos vindos do helicóptero a esmo em direção ao complexo  nem que a morte das seis pessoas durante a operação tenha sido provocada por disparos oriundos da aeronave policial.