Por France Presse


A militante saudita Manal al-Sharif, que vive em Sydney, declarou nesta quinta-feira (28), que está ansiosa para voltar a dirigir em seu país, depois que o reino autorizou as mulheres a conduzirem veículos.

Líder do movimento de protesto "Women2Drive", Manal ficou presa por nove dias, em maio de 2011, por ter publicado on-line um vídeo no qual ela dirigia na cidade saudita de Jobar (leste).

Na última terça (26), o rei Salman ordenou que sejam entregues carteiras de motorista para homens e mulheres, "sem distinção", segundo um decreto real. O reino era o único país do mundo, no qual as mulheres não tinham direito a dirigir.

A medida, que deve entrar em vigor em junho, leva a marca do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, de 32 anos, promotor de um amplo programa de reformas econômicas e sociais batizado "Visão 2030".

"É um dia verdadeiramente histórico", declarou Manal a um jornal local.

"Vou ser sincera: acabo de chorar", desabafou a ativista, que foi viver na Austrália depois de deixar a prisão.

"Meu carro continua lá (...) Minha família o conservou. Vou dirigir, mas legalmente desta vez", completou.

A organização Human Rights Watch celebrou o fim da proibição, classificada por sua diretora para o Oriente Médio, Sarah Leah Whitson, de "vitória importante para as mulheres sauditas que, corajosamente, durante décadas, enfrentaram a discriminação sistemática".

"Agora, as autoridades sauditas devem garantir que as mulheres tenham permissão de dirigir da mesma maneira que os homens, ou seja, sem restrições", acrescentou.

Reivindicada desde 1990 por uma parte da sociedade, a medida entrará em vigor a partir de junho de 2018.

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