Por G1 PA — Belém


Polícia abre inquérito e já ouviu oito pessoas sobre acidente sob a ponte da Alça Viária — Foto: Secom / Divulgação

Após a queda da terceira ponte da Alça Viária, no nordeste do Pará, o governo do estado decretou neste domingo (7) situação de emergência, com a qual pode contratar obras e serviços sem necessidade de licitação.

Além disso, algumas medidas emergenciais foram tomadas: um trabalho de escoamento dos veículos e cargas por meio das balsas de operação do Arapari em dois portos de Belém será iniciado na segunda-feira (8). Também serão construídas rampas nos dois lados da Alça Viária onde ficava a ponte para ser implantado o serviço de balsa, que contará com uma estrada paralela com o objetivo de reativar o fluxo da rodovia.

De acordo com o governo, o local para construção das rampas necessita de desmatamento e abertura de áreas virgens, por isso, é uma medida a ser tomada de forma cautelosa. As empresas contratadas deram o prazo de três meses para a conclusão destes serviços mas, segundo o governo, a entrega da obra será feita o mais rápido possível.

“Esse prazo não nos atende, então pedimos que trabalhem 24 horas e autorizamos a usar todo maquinário necessário. Não devem economizar nos esforços para diminuir esse prazo. O tempo para nós é o mais essencial”, ponderou o governador.

Balsa derruba parte de ponte no Pará e interrompe a ligação com nordeste do estado

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Rota alternativa

Com a queda da ponte, uma das alternativas de escoamento do tráfego pode ser feita pela Estrada Quilombola. Para a circulação dos motoristas ocorrer em segurança, foi iniciada a confecção de uma ponte de madeira, junto à prefeitura de Moju. A previsão é que a estrutura, considerada a melhor opção para que a via fique trafegável, fique pronta no máximo em uma semana. A partir desta segunda-feira (8), a estrada passará por manutenção e constante conservação, assim como a PA-252.

A rodovia já passava por obras de pavimentação. O trabalho será reforçado na área onde ainda não foi feita a manutenção. O Departamento de Trânsito (Detran) e Secretaria de Estado de Transportes (Setran) vão atuar no local para que não haja saturação deste fluxo de veículos. A PRE fará ainda a orientação do tráfego nos dois extremos da Estrada Quilombola e da PA-252.

Investigação

Oito pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil neste sábado (6) no inquérito que apura as causas do acidente que causou a queda de parte da terceira ponte da Alça Viária, no nordeste do Pará. Entre os que prestaram depoimento estão quatro tripulantes da balsa, incluindo auxiliares e o piloto da embarcação. O proprietário da embarcação foi identificado e será notificado durante instauração do Inquérito de Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN). O conteúdo dos depoimentos, porém, não foi divulgado e ninguém foi preso. O prazo para conclusão do inquérito policial é de 30 dias, quando será possível responsabilizar os causadores do acidente.

O CPC Renato Chaves também esteve no local neste sábado, fazendo a perícia tanto das embarcações quanto das estruturas da ponte como um todo. Na próxima terça-feira (9), a instituição irá apresentar um laudo preliminar com as informações apuradas no local do acidente para subsidiar a ação que a Procuradoria Geral do Estado estará impetrando na Justiça. O laudo final será divulgado em até 15 dias.

Entenda

De acordo com a Capitania dos Portos, a embarcação colidiu com um dos pilares de sustentação da ponte e causou o desabamento de cerca de 200 metros da estrutura, que possuía 860 metros de comprimento e 23 de altura. Com a batida, quatro pilares caíram. A Capitania interditou a área de navegação sob a ponte Moju-Alça, por apresentar riscos à navegação.

A ponte está localizada no quilômetro 48 da rodovia estadual PA-483 e liga a Região Metropolitana de Belém ao Nordeste do Estado do Pará.

Ponte cai no Pará — Foto: Igor Estrella/G1

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