RIO — Conhecida pelo casario colonial e pela paisagem deslumbrante, Paraty quer ser muito mais que uma joia da Costa Verde. Ela
poderá ser eleita Patrimônio Mundial da Unesco, numa votação que acontecerá em Baku, no Azerbaijão, entre sexta-feira e sábado
. Para não correr o risco de ser rejeitada, como aconteceu em 2009, quando se candidatou destacando sua importância histórica, Paraty agora mudou de estratégia e “engordou” seus predicados. Além de mostrar sua arquitetura, vai exibir aos jurados quatro zonas de preservação repletas de espécies raras de fauna e flora. Com isso, almeja a categoria de patrimônio misto, que engloba as riquezas culturais e naturais. Caso a cidade ganhe, será a primeira vez que o Brasil terá um lugar contemplado nesse quesito.
Se Paraty sair vencedora, deverá entrar na rota mundial de destinos turísticos imperdíveis. Mas o título, além de abrir caminho para um aumento do número de visitantes, trará também responsabilidades. Estado, prefeitura e União terão de garantir que a paisagem cultural e natural não sofrerá mudanças. Para isso, será criado um plano de gestão, que estabelecerá o que cada um terá de fazer para manter o desenvolvimento sustentável da região. Caso a área seja descaracterizada, pode deixar a lista de bens da Unesco.
Diretor de Patrimônio Material do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Andrey Rosenthal ressalta que o reconhecimento implicará não só na preservação do casario e da biodiversidade, mas das comunidades tradicionais, como a de caiçaras, e seus hábitos.
— O que muda em primeiro lugar com o título é o compromisso que municípios, estado e União assumem perante o mundo do ponto de vista de gestão: nós temos a obrigação de preservar esse bem. Em segundo, há um reforço das identidades locais. E, em terceiro, como mostram estatísticas, está a transformação da área em destino de interesse turístico internacional — diz Andrey.
De acordo com o Iphan, há dados que mostram que o turismo duplicou na região da Pampulha (em Minas Gerais) após o conjunto entrar, em 2016, na relação de patrimônios culturais mundiais. Dos 21 sítios brasileiros reconhecidos pela Unesco, 14 fazem parte da categoria cultural (como o Cais do Valongo, no Rio) e sete, da natural. Embora não haja uma obrigação de transferência de recursos federais a partir do título, a expectativa em Paraty é grande.
— Esse reconhecimento abre muitas oportunidades para soluções de problemas de infraestrutura — afirma a secretária de Cultura da cidade, Cristina Maseda. Para ela, o principal desafio agora é ampliar o saneamento.
Foto Anterior
Proxima Foto
O Centro Histórico faz parte do dossiê da atual candidatura a Patrimônio Mundial Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Ilha Grande, uma joia de mar azul e matas deslumbrantes Foto: Alex Ferro em 06/10/2017 / Agência O Globo
Além da arquitetura, Paraty tem como tesouros quatro zonas de preservação repletas de espécies raras de fauna e flora Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Passeio de carroça pelo centro de Paraty: natureza e cultura Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Vista aérea detalha as belezas do Centro Histórico de Paraty Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Cidade da Costa Verde fluminense se tornou Patrimônio Mundial misto da Unesco em votação que aconteceu no Azerbaijão Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
A beleza do casario de Paraty Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Colorido e beleza do Centro Histórico de Paraty Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Paraty e Ilha Grande recebem o título de Patrimônio Mundial da Unesco Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Imagem aérea mostra a bela harmonia entre as belezas naturais e culturais de Paraty Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Os patrimônios mundiais na categoria mista unem cultura e natureza Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Reseva Biológica da Praia do Sul. Criada em 1981 com uma comunidade dentro, a reserva tem novo projeto de lei que vai transformar a comunidade do Aventureirio em Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Parque Nacional da Serra da Bocaina, localizado entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo Foto: Marizilda Cruppe / Agência O Globo
Parque Estadual da Ilha Grande. Florestas ocupam mais de 90% da área Foto: Alex Ferro / Agência O Globo
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Cairuçu com 63 ilhas, tem entre as atrações a Praia do Sono, Trindade e o Saco de Mamanguá, além da cultura caiçara, quilombola e indígena Foto: Tiago Almeida / EBC
A beleza das ilhas da Baía da Ilha Grande Foto: Divulgação
Mar azul na Praia do Aventureiro, na Ilha Grande Foto: Redes sociais
Barco deixa turistas na Praia do Abraão, na Ilha Grande Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Canto das Canoas, na Ilha da Gipoia, na Praia do Vitorino, Baía da Ilha Grande Foto: Luiz Ackermann / Agência O Globo
Perto de Paraty, a vila de Trindade tem praias paradisíacas Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Praia do Meio, em Trindade Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Comunidade de caiçaras do Saco do Mamanguà, próximo a Paraty Foto: André Coelho / Agência O Globo
Comunidade caiçara, na Praia Grande, em Paraty Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Quilombo Cabral, em Paraty, onde vivem 400 pessoas Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo
O dossiê da atual candidatura começou a ganhar a atual forma há cinco anos e inclui, além do Centro Histórico, o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, o Parque Estadual da Ilha Grande e a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. Toda essa área, calculada em 149 mil hectares, extrapola os limites de Paraty, abrangendo parte de Angra dos Reis e também de Ubatuba, Cunha, São José do Barreiro e Areais, cidades no estado de São Paulo. O dossiê destaca ainda a existência de duas terras indígenas, dois territórios quilombolas e 28 comunidades caiçaras, que vivem da relação com a natureza.
Item Anterior
Proximo Item
Parque Estadual da Ilha Grande
Foto: Alex Ferro em 23.07.2003 / Agência O Globo
Considerada uma joia de mar azul, rios e cachoeiras, também tem muito verde: as florestas ocupam mais de 90% de sua área
APA de Caiçuru
Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Com 63 ilhas, tem entre as atrações a Praia do Sono, Trindade e o Saco do Mamanguá, além da cultura caiçara, quilombola e indígena
Parque Nacional da Serra da Bocaina
Foto: Marizilda Cruppe em 23/07/2003 / Agência O Globo
Além de observar a rica biodiversidade, visitantes podem percorrer parte do Caminho do Ouro e apreciar a vista da Ilha Grande
Reserva Biológica da Praia do Sul
Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Na Ilha Grande, esse paraíso bem preservado é guardado a sete chaves e só pode ser visitado com autorização do Inea
Foto Anterior
Proxima Foto
A Cidade Histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Mundial da Humanidade em 1980. É a primeira cidade brasileira tombada pela Unesco Foto: Eduardo Tropia / Divulgação
Igreja de Nossa Senhora das Neves e Convento de São Francisco, Olinda, Pernambuco, no Centro Histórico da cidade. Tombada pela Unesco em 1982, Olinda, começou a ser colonizada pelos portugueses no século XVI Foto: Divulgação
Olinda (PE) foi a segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, em 1982. Imagem da frente da igreja do amparo, no Alto da Sé Foto: Hans von Manteuffel / Agência O Globo
Ruínas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, que em 1983 entraram para a lista de escolhidos pela Unesco como Patrimônio Munidal da Humanidade Foto: Divulgação
O Centro Histórico de Salvador, na Bahia, possui cerca de três mil edifícios construídos nos séculos XVIII, XIX e XX Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Pelourinho, na Bahia. Exemplar do urbanismo ultramarino português passou a integrar a lista de Patrimônio da Humanidade em 1983 Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, Minas Gerais, é considerado uma das obras-primas da arquitetura barroca mundial. Inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes pelo Iphan, foi decretado Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO em 1985 Foto: Reprodução
No Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas do Campo, estão as 12 estátuas de profetas de autoria do escultor Aleijadinho Foto: Divulgação
Brasília (DF) também integra a lista de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco desde 1987. Entre sos prédios que integram o conjunto urbanístico-arquitetônico do Plano Piloto está a Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Jorge William / Agência O Globo
O Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados), na Esplanada dos Ministérios, também faz parte do conjunto tombado pela Unesco Foto: Michel Filho / Agência O Globo
O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí, foi criado em 1979, para preservar vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. Sítio Toca da Entrada do Pajaú, localizado no Desfiladeiro da Capivara Foto: Marizilda Cruppe / Agência O Globo
Pinturas rupestres na Serra da Capivara, Piauí. Registros da presença do homem com até 29 mil anos de existência Foto: Divulgação
O Centro Histórico de São Luis do Maranhão (MA) se tornou Patrimônio Mundial da Humanidade em 1997. A cidade foi fundada pelos franceses em 1612 Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
A cidade mineira de Diamantina se tornou Patrimônio Histórico Mundial da Humanidade em 1999. O surgimento de Diamantina está ligado à extração de ouro, mas mudou quando, em 1714, foram descobertos diamantes Foto: Giovani Pereira / Giovani Pereira
A fundação de Diamantina está diretamente ligada à Igreja e à Coroa Portuguesa Foto: André Teixeira / Agência O Globo
Em 2001 a cidade de Pirenópolis,, Goiás, tornou-se Patrimônio Histórico Mundial Foto: Lúcia Costa / Agência O Globo
Em 2010, a Praça de São Francisco, na Cidade Histórica de São Cristóvão, Sergipe, tornou-se Pagtrimônio Histórico Mundial Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo
A paisagem carioca se tornou Patrimônio Mundial da Humanidade em 2012. São eles Pão de Açúcar, Corcovado, Floresta da Tijuca, Aterro do Flamengo, Jardim Botânico e a Praia de Copacabana, além da entrada da Baía de Guanabara. Estão incluídos, também, o forte e o Morro do Leme, o Forte de Copacabana e o Arpoador, o Parque do Flamengo e a enseada de Botafogo Foto: Custodio Coimbra / Agência O Globo
Símbolo da arquitetura Art Deco, a cadeia de montanhas onde está a estátua do Corcovado faz parte do Patrimônio Mundial da Humanidade Foto: Custodio Coimbra / Agência O Globo
O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, nos arredores da Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, foi concebido por Oscar Niemeyer. Conjunto passou a ser Patrimônio Munidal da Humanidade em 2016. A igreja da Pampulha integra o conjunto arquitetônico tombado Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
O Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, é o mais recente integrante nacional do Patrimônio Munidal da Humanidade. Em 2017, foi tombado pela Unesco Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Localizado na Zona Portuária do Rio, o Cais do Valongo é o único vestígio material da chegada dos africanos escravizados nas Américas e, por isso, foi tombado pela organização Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
O dossiê sobre a região inclui curiosidades, como a existência de 36 espécies vegetais raras, incluindo o palmito-jussara, uma palmeira nativa da Mata Atlântica que é sucesso na gastronomia local. Já a caixeta, também conhecida como pau-paraíba, é uma árvore de madeira maleável muito utilizada pelos caiçaras para a produção de instrumentos musicais. E pesam a favor da inclusão desse paraíso da Costa Verde as paisagens de tirar o fôlego. Na Serra da Bocaina, o visual da sua parte alta atrai turistas. Por lá, há trilhas de diferentes níveis de dificuldade até mirantes, picos e cachoeiras. A visão oposta é a do litoral, onde ficam as famosas praias da Caixa D’Aço, além de piscinas naturais. Tudo emoldurado pela Mata Atlântica.
— Temos uma joia natural aqui, um presente do mundo para toda a população e os visitantes. Aliar o turismo com a preservação ambiental é fundamental —- comenta o guia local, Ubirajara Fernandes, de 36 anos.
Torcida grande
Para torcer pela vitória de Paraty, embarcam nesta terça-feira para o Azerbaijão o prefeito em exercício de Paraty, Valcenir da Silva Teixeira, Cristina Maseda e outros dois secretários. A delegação conta também com o prefeito de Angra, Fernando Jordão, e dois integrantes de seu governo, além da própria presidente do Iphan, Kátia Bogéa, integrante da Convenção do Patrimônio Mundial (hoje o Brasil ocupa a vice-presidência). O grupo, com 21 representantes, é quem decidirá sobre a candidatura de Paraty (o país não vota nesse caso) e de outros 35 locais no mundo. Hoje, há 1.092 sítios reconhecidos como patrimônios mundiais, mas apenas 38 na categoria mista.
Foto Anterior
Proxima Foto
A Falésia de Bandiagara, no Mali, servia de refúgio natural para os Dogon, camuflando as casas construídas com argila, palha e esterco de bovino. Imperceptíveis a distância, elas eram erguidas nas paredes mais altas do penhasco Foto: Reprodução
O Castelo de Algodão (Pamukkale), na Turquia, impressiona pelo contraste entre o azul de suas águas e o branco da montanha de calcário, onde se formam as piscinas termais Foto: Reprodução
As montanhas Blue e John Crow, na Jamaica, abrigaram os indígenas Tainos que fugiam da escravidão e depois os Maroons (antigos povos escravizados). Na região isolada, eles resistiram ao sistema colonial europeu Foto: Reprodução
A antiga Cidade Maia e as florestas tropicais protegidas de Calakmul ficam no Sul do México. Calakmul teve papel fundamental na História da região por mais de 12 séculos. Suas estruturas bem preservadas fornecem uma imagem da vida em uma cidade daquela civilização. A propriedade também se enquadra na área de biodiversidade Mesoamérica, o terceiro maior do mundo, abrangendo todos os ecossistemas subtropicais e tropicais, do centro do México até o Canal do Panamá Foto: Reprodução
O Parque Nacional Chiribiquete é a maior área protegida da Colômbia. Trata-se do ponto de confluência de quatro províncias biogeográficas: Orinoquia, Guiana, Amazônia e Andes do Norte. O local abriga os tepuis, planaltos de arenito de face única que se destacam na floresta. Mais de 75 mil figuras foram feitas pelos povos indígenas nas paredes dos 60 abrigos rochosos de 20.000 aC, e ainda são feitas hoje em dia pelos povos isolados Foto: Guillermo Legaria / AFP/Getty Images
Tassili n'Ajjee, na Argélia, é localizado em uma estranha paisagem lunar de grande interesse geológico. Possui um dos mais importantes agrupamentos de arte rupestre pré-histórica do mundo. Mais de 15.000 desenhos e gravuras registram as mudanças climáticas, as migrações de animais e a evolução da vida humana à beira do Saara de 6000 aC aos primeiros séculos da era atual Foto: Reprodução
O Ahwar, no Sul do Iraque, tem sete componentes: três sítios arqueológicos e quatro áreas pantanosas. As cidades arqueológicas de Uruk e Ur e o sítio arqueológico de Tell Eridu fazem parte dos vestígios das cidades e assentamentos sumérios que se desenvolveram no sul da Mesopotâmia entre o 4º e o 3º milênio aC, no delta pantanoso dos rios Tigre e Eufrates. Conhecido como pântanos do Iraque, o Ahwar é único e representa um dos maiores sistemas de delta interior do mundo, em um ambiente extremamente quente e árido Foto: Nik Wheeler / Corbis
Ibiza é um excelente exemplo da interação entre os ecossistemas marinhos e costeiros. As densas pradarias da Posidonia oceânica (ervas marinhas), uma espécie endêmica importante encontrada apenas na bacia do Mediterrâneo, contêm uma diversidade de vida marinha. Ibiza preserva evidências consideráveis de sua longa história. Os sítios arqueológicos em Sa Caleta (assentamento) e Puig des Molins (necrópole) atestam o papel desempenhado pela ilha na economia mediterrânea Na Proto-História, particularmente durante o período fenício-cartaginês. A cidade alta fortificada (Alta Vila) é um excelente exemplo da arquitetura militar da Renascença Foto: Wallpapertic.Com
A Área de Conservação de Ngorongoro, na Tanzânia, abrange extensões de planícies, savanas, florestas de savana e florestas. Fundada em 1959 como uma região de uso múltiplo da terra, com a vida silvestre coexistindo com pastores maasai seminômades praticando pastoreio tradicional, ela inclui a espetacular Cratera de Ngorongoro, a maior do mundo.Tem importância global para a conservação da biodiversidade devido à presença de espécies globalmente ameaçadas, a densidade de vida selvagem que habita a área e a migração anual de gnus, zebras, gazelas e outros animais para as planícies do norte. Extensivas pesquisas arqueológicas também produziram uma longa seqüência de evidências da evolução humana e da dinâmica humano-ambiental, incluindo as primeiras pegadas hominídeas que datam de 3,6 milhões de anos Foto: Reprodução
O Complexo de Paisagem de Trang An, no Vietnam, é uma paisagem espetacular de picos calcários permeados de vales, muitos parcialmente submersos e cercados por penhascos íngremes quase verticais. A exploração de cavernas em diferentes altitudes revelou vestígios arqueológicos da atividade humana durante um período contínuo de mais de 30.000 anos. Eles ilustram a ocupação dessas montanhas por caçadores-coletores sazonais e como eles se adaptaram às principais mudanças climáticas e ambientais, especialmente a repetida inundação da paisagem pelo mar após a última era glacial. A história da ocupação humana continua através da Idade Neolítica e do Bronze até a era histórica. Hoa Lu, a antiga capital do Vietnã, foi estrategicamente estabelecida aqui nos séculos X e XI. A propriedade também contém templos, pagodes, arrozais e pequenas aldeias Foto: Reprodução
Localizado no coração da Cordilheira do Himalaia, no Norte da Índia, o Parque Nacional Khangchendzonga inclui uma diversidade única de planícies, vales, lagos, geleiras e montanhas espetaculares cobertas de florestas antigas, incluindo a terceira maior do mundo. Histórias mitológicas estão associadas a esta montanha e com um grande número de elementos naturais (cavernas, rios, lagos etc.) que são objeto de adoração pelos povos indígenas de Sikkim (estado indiano). Os significados sagrados dessas histórias e práticas foram integrados às crenças budistas e constituem a base da identidade Sikkim Foto: Reprodução
A região do Círculo Ártico no Norte da Suécia é a casa do povo Saami. É a maior área do mundo (e uma das últimas) com um modo de vida ancestral baseado no movimento sazonal da pecuária. Todo verão, os Saami levam seus enormes rebanhos de renas para as montanhas através de uma paisagem natural até então preservada, mas agora ameaçada pelo advento dos veículos motorizados. Processos geológicos históricos e contínuos podem ser vistos nas mudanças nos cursos de água e "morenas glaciais". De acordo com a geologia, uma morena é um amontoado de pedras que os glaciares, ao descer, vão acumulando dos lados e na sua parte inferior Foto: Reprodução
Ao Sul da Jordânia, a Área de Wadi Rum, possui uma paisagem variada do deserto, com uma variedade de desfiladeiros estreitos, arcos naturais, imponentes falésias, rampas, deslizamentos de terra e cavernas. Gravuras rupestres, inscrições e restos arqueológicos no local testemunham 12.000 anos de ocupação humana e interação com o ambiente natural. A combinação de 25.000 gravuras rupestres com 20.000 inscrições traça a evolução do pensamento humano e o desenvolvimento inicial do alfabeto. O local ilustra a evolução da atividade pastoril, agrícola e urbana na região Foto: Reprodução
Lopé-Okanda, no Gabão, apresenta uma interface incomum entre floresta tropical densa e bem conservada e ambientes de savana com uma grande diversidade de espécies, incluindo grandes mamíferos ameaçados de extinção. Contém evidências das passagens sucessivas de diferentes povos que deixaram vestígios de habitação extensos e comparativamente bem preservados em topos de morros, cavernas e abrigos, evidências de trabalhos em ferro e uma notável coleção de cerca de 1.800 gravuras rupestres. A coleção de sítios Neolíticos e da Idade do Ferro, juntamente com a arte rupestre, reflete uma importante rota migratória dos bantus e antu e outros povos da África Ocidental ao longo do Vale do Rio Ogooué ao Norte das densas florestas verdes do Congo e ao centro-leste e sul da África, que moldou o desenvolvimento de toda a África subsaariana Foto: Reprodução
O Santuário Histórico de Machu Pichu, no Peru, fica a 2.430m acima do nível do mar, no meio de uma montanha de floresta tropical, num cenário extraordinário. Foi provavelmente a criação urbana mais incrível do Império Inca, pelo seu tamanho; são paredes gigantes, terraços, e rampas que parecem ter sido esculpidas naturalmente. O cenário natural, na região oriental da Cordilheira dos Andes, possui uma rica diversidade de fauna e flora Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O parque Maloti-Drakensberg é uma área dividida entre a África do Sul e o Lesotho, e encontra-se na cordilheira de Drakensberg. O cenário é formado por basalto e falésias douradas de arenito. A diversidade de habitates, entre a savana e altitude, com riachos, piscinas de pedra, cavernas, entre outros tipos de terreno, permitiram que ali surgissem espécies endêmicas. Nas cavernas, ao sul saariano, arqueólogos encontraram, também, pinturas rupestres, que acredita-se que possam ter mais de 4 mil anos Foto: divulgação
Meteora, na Grécia, que do grego traduz-se para o português "meio do céu", fica numa região quase inacessível, sobre picos de arenito. Lá, monges ergueram um complexo de mosteiros. O de mais difícil acesso, fica a 549 metros de altura. Cientistas acreditam que os monges começaram a ocupar a área no século XI Foto: Michele Falzone / Getty Images
O sagrado Monte Tai ('shan' significa 'montanha') foi objeto de uma cultura imperial por quase 2 mil anos, e as obras artísticas encontradas lá possuem perfeita harmonia com a paisagem natural. Tem sido sempre uma fonte de inspiração para artistas e estudantes chineses, e simboliza a ancestralidade da cultura chinesa Foto: divulgação
O Parque Nacional de Tongariro, na Nova Zelândia, se tornou a primeira propriedade a ser inscrita como Patrimônio Mundial da Unesco em 1993. As montanhas são o coração do parque, que possui relevância cultural e religiosa para o povo Maori, e simobilizam a ligação espiritual entre a comunidade e o ambiente. O parque possui ainda vulcões ativos e extintos, além de um ecossistema diverso, e paisagens espetaculares Foto: divulgação
Papahānaumokuākea é um vasto e isolado conjunto de pequenas ilhas e atóis, e fica a aproximadamente 250 km ao noroeste do arquipélago havaiano, nos Estados Unidos. A área possui profunda significância em termos de cosmologia e tradição para a cultura dos nativos havaianos. Em duas ilhas, Nihoa e Makumanamana, há restos arqueológicos que apontam para o período pré-Europeu Foto: divulgação
Pimachiowin Aki, em português "A terra que dá vida", é uma paisagem no Canadá formada por rios, lagos e zonas úmidas. É lar dos Anishinaabeg, um povo indígena que vive basicamente da pesca e da caça Foto: Divulgação
A incrível paisagem de montanhas de Pyrénées, no Mont Perdu, ilustra as fronteiras entre França e Espanha. Com picos que alcançam até 3.352 metros, a área inclui dois dos maiores cânions da Europa Foto: divulgação
As Rock Islands Southern Lagoon cobrem uma área de 100.200 hectares, num conjunto de 445 ilhas inabitadas, de origem vulcânica, cobertas por calcário. As ilhas contam com uma variedade incrível de espécies de corais, plantas, pássaros e vida marinha Foto: Divulgação