Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília


A assessoria do Palácio do Planalto informou que o presidente Jair Bolsonaro embarcou na noite deste sábado (19) para o Japão.

O país será o primeiro destino de um giro que Bolsonaro fará pela Ásia e pelo Oriente Médio nos próximos 12 dias. O presidente deve retornar a Brasília no próximo dia 31.

Além do Japão, onde participará de uma cerimônia do imperador Naruhito, o presidente passará por China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita.

A viagem é a segunda de Bolsonaro por Ásia e Oriente Médio. Ele esteve em junho no Japão, para o encontro do G20. Em abril, o presidente visitou Israel e chegou a criar uma polêmica ao dizer que o nazismo era de esquerda.

Agenda econômica

Bolsonaro pretende aproveitar as próximas duas semanas para ampliar as relações comerciais do Brasil com países da Ásia e do Oriente Médio.

Assim, terá uma agenda de encontros com empresários, integrantes de famílias reais e lideranças políticas, como o presidente da China, Xi Jinping. A China é o principal parceiro comercial do Brasil.

De acordo com o governo, o Brasil tem interesse em apresentar oportunidades para investidores japoneses, chineses e árabes. O objetivo é aumentar as exportações de produtos do agronegócio e de defesa.

O governo ainda pretende divulgar a carteira do Programa de parceiras de Investimentos (PPI), o programa de concessões do governo.

O PPI conta com ativos na área de infraestrutura, como ferrovias, portos, aeroportos, rodovias e exploração de óleo e gás. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, responsável pelo PPI, integra a comitiva de Bolsonaro.

Segundo o governo brasileiro, há especial interesse nos investimentos de fundos soberanos dos países árabes.

Imperador japonês

A primeira parada de Bolsonaro será no Japão. O presidente tem previsão de chegar na segunda-feira (21) a Tóquio, onde participará da cerimônia de entronização do imperador Naruhito.

A entronização marca a chegada de Naruhito ao trono. Ele tornou-se imperador em abril, ao suceder o pai, Akihito.

Com 85 anos de idade, Akihito abdicou após três décadas na função. Foi a primeira vez que um monarca deixou o posto em vida em dois séculos de história.

Segundo o governo japonês, são esperados cerca de 200 líderes estrangeiros para a solenidade, que ainda terá um banquete oferecido as autoridades presentes no evento.

"Pergunta para eles", responde Bolsonaro ao ser questionado sobre permanência no PSL

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Crise do PSL

A viagem de Bolsonaro acontece em meio à crise do PSL, partido ao qual é filiado. Bolsonaro e um grupo de parlamentares do partido fracassaram ao tentar tirar o deputado Delegado Waldir (GO) da liderança da sigla na Câmara. A ideia era deixar o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (SP), como líder.

Pouco antes de embarcar para o Japão, Bolsonaro foi questionado neste sábado se ficará no PSL quando retornar da viagem e respondeu: "Pergunta para eles".

A disputa pelo comando do partido, que envolve um conflito entre Bolsonaro e o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), gerou uma série de trocas de acusações, com vazamentos de áudios de conversas de Bolsonaro e de Waldir, e a suspensão de cinco deputados favoráveis a Eduardo como líder.

Neste sábado, por exemplo, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ) informou ter sido destituído da vice-liderança do partido. Ele apoiou Eduardo.

Também neste sábado, Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann (PS-SP), agora ex-líder do governo no Congresso, trocaram ofensas nas redes sociais.

Previdência

A viagem para Ásia e Oriente Médio também ocorre às vésperas da votação no Senado, em segundo turno, da reforma da Previdência. A votação está marcada para esta terça (23).

Durante a semana, Bolsonaro demonstrou confiança na aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC). Caso aprovada em segundo turno, a reforma será promulgada, marcando a principal vitória de Bolsonaro no Congresso.

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