Política

Bolsonaro critica manifestações contra Congresso e o Supremo

Durante café da manhã no Planalto, presidente falou sobre os atos marcados para o próximo domingo
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante o café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto Foto: Marcos Corrêa / PR
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante o café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto Foto: Marcos Corrêa / PR

RIO — O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira quem pretende defender o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Congresso em manifestações de rua. Em café da manhã com jornalistas — O GLOBO não foi convidado — ele disse que quem tem essas pautas “estará na manifestação errada”.

— Isso é manifestação a favor de (Nicolás) Maduro, não de Bolsonaro — afirmou, em referência ao regime comandado pelo presidente da Venezuela, segundo o site Poder 360, que participou do encontro com jornalistas.

Nada impede, segundo o presidente, que no domingo, dia 26, quando estão programadas manifestações pró-governo, apareça “um infiltrado defendendo essas ideias e usando a camisa amarela”.

Bolsonaro também tentou explicar uma frase polêmica desta semana. Após dizer que “o grande problema" do Brasil” é a nossa classe política”, o presidente disse que se inclui “no bolo”:

— Gente, eu estou no bolo, eu sou político.

A declaração, adiantada pelo blog da jornalista Andréia Sadi, no G1, também foi feita no café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

— A classe política somos todos nós, estamos no poder desde depois de (João) Figueiredo (último presidente do regime militar). Estou no bolo, estou me incluindo no bolo — disse o presidente.

O novo decreto que flexibilizou o porte de armas no Brasil também foi assunto do presidente no encontro. Bolsonaro afirmou que, para ele, não há problema em uma criança de 8 a 10 anos praticar tiro esportivo, desde que seja acompanhada por um responsável.

O novo decreto sobre armas e munição, publicado anteontem, no entanto, estabelece uma idade mínima de 14 anos para praticar tiro esportivo e exige uma autorização de dois responsáveis do adolescente ou de um só, na ausência do outro.

Contra mensalidades

O decreto anterior, porém, não previa um limite de idade. Bolsonaro disse aos jornalistas, segundo o G1, que recuou em alguns pontos para não perder todas as mudanças estabelecidas pelo primeiro decreto, já que há questionamentos na Justiça em relação à medida.

Bolsonaro também se disse contrário à cobrança de mensalidade em universidades federais, argumentando que, na hipótese de ser cobrar essas taxas, alunos de famílias com renda mais alta poderiam sair do país para fazer seus estudos.

Ao comentar a decisão do Congresso ontem à noite, que aprovou ontem a franquia de bagagem até 23 quilos em voos domésticos, o presidente disse ainda que o “coração manda” manter assim o texto da Medida Provisória. Ele não deu uma resposta definitiva sobre se iria vetar o trecho, porém.

Os jornalistas também perguntaram sobre os planos do governo para futuras privatizações de empresas estatais. Em resposta, o presidente disse que deu “sinal verde” para privatizar os Correios e afirmou que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil não serão privatizados.