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Governo avança em negociações para compra de 70 milhões de doses da vacina Pfizer contra Covid-19

Ministério da Saúde diz que "os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana"
Enfermeira britânica segura seringa com dose da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech. Foto: YUI MOK / AFP
Enfermeira britânica segura seringa com dose da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech. Foto: YUI MOK / AFP

BRASÍLIA — O governo brasileiro avançou nas tratativas para a compra de 70 milhões de doses da vacina da farmacêutica americana Pfizer contra a Covid-19, com previsão de serem fornecidas em 2021. De acordo com o Ministério da Saúde, "os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção".

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"O governo brasileiro e a Pfizer avançam nas tratativas na intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer e Biontech contra a Covid-19, a ser fornecido em 2021. Os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção", diz nota divulgada pelo Ministério da Saúde.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que qualquer vacina que receber o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será ofertada a todos os brasileiros de graça .

"Em havendo certificação da Anvisa (orientações científicas e preceitos legais), o governo ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória", disse Bolsonaro em suas redes sociais.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vai se reunir com governadores nesta terça-feira para discutir sobre a incorporação de novas alternativas de vacina contra Covid-19 e alinhar as estratégias de vacinação nos estados.

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Na semana passada, executivos da Pfizer cobraram o governo brasileiro a fechar um acordo de aquisição de lotes da vacina o quanto antes. O diretor da farmacêutica no Brasil, Alejandro Lizarraga, disse na ocasião que o prazo era curto, questão "de alguns dias, ou talvez uma semana".
O principal argumento que a Pfizer apresentou para persuadir o governo brasileiro a finalizar a compra foi justamente o prazo com que a empresa conseguiria entregar doses do imunizante, que no Reino Unido começa a ser aplicado amanhã.

Em novembro, a conclusão dos testes da fase 3 da candidata a vacina contra Covid-19 mostrou que a eficácia alcançada foi de 95% na prevenção à doença, e não houve efeitos colaterais graves. Os dados sobre esta etapa do estudo ainda não foram publicados em revista científica.

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O desafio logístico para a vacina da Pfizer, por sua vez, foi um dos motivos apontados pelo governo para não priorizar a compra do imunizante. A vacina necessita de conservação a -75ºC, o que é comparável, segundo especialistas, às dificuldades para obtenção de respiradores no começo da pandemia. A Pfizer, porém, afirma que pode fornecer equipamentos para facilitar o transporte e armazenamento de seu produto.

O Brasil já possui acordo fechado com a vacina desenvolvida pela parceria da Universidade de Oxford com a farmacêutica britânica AstraZeneca.

Nesta segunda-feira (7), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que o programa paulista de vacinação contra Covid-19 terá início em 25 de janeiro. Será usado o imunizante da farmacêutica chinesa Sinovac, produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.

Diante do anúncio de Doria, Bolsonaro decidiu que precisaria apresentar alguma novidade do governo federal como resposta. O presidente então convocou uma reunião de emergência para as 17h30, no Palácio do Planalto, da qual participaram os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Braga Netto (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações), além do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, e do secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten. No encontro, o presidente bateu o martelo sobre o anúncio do avanço das negociações com a Pfizer, que já vinha sendo costurado nos últimos dias. A postagem nas redes sociais sobre a garantia de vacinação de "toda a população" também foi feita durante esta reunião.