Política Michel Temer

Sexta Turma do STJ julga nesta terça-feira habeas corpus de Michel Temer

Preso desde quinta-feira, ex-presidente responde a processo sobre propina nas obras de Angra 3
O ex-presidente Michel Temer é réu em processo sobre propina nas obras de Angra 3 Foto: Nacho Doce / REUTERS
O ex-presidente Michel Temer é réu em processo sobre propina nas obras de Angra 3 Foto: Nacho Doce / REUTERS

BRASÍLIA - A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga nesta terça-feira o pedido de habeas corpus do ex-presidente Michel Temer , preso desde quinta-feira em São Paulo . O relator Antonio Saldanha poderia ter concedido uma decisão liminar individualmente, mas, ao analisar a complexidade do caso e para respeitar uma tradição da Sexta Turma, decidiu levar o habeas corpus para julgamento em conjunto com seus colegas. Ontem,  o ex-presidente foi transferido da Superintedência da Polícia Federal (PF) para um batalhão de Polícia Militar, em São Paulo.

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Apenas quatro dos cinco ministros da Sexta Turma da Corte vão analisar o pedido de liberdade: além de Saldanha, Nefi Cordeiro (atual presidente), Laurita Vaz e Rogério Schietti. Ontem, o ministro Sebastião Reis declarou-se impedido para participar do julgamento , por já ter trabalhado em escritório contratado pela Eletronuclear, estatal responsável pela usina de Angra 3. Temer é acusado de corrupção nas obras da usina nuclear.

ENTENDA : As suspeitas, denúncias e processos contra Michel Temer

Assim, na prática, Temer precisará de apenas dois votos favoráveis, e não mais três, para ser solto. No Direito Penal, existe uma regra chamada “ in dubio pro reo ”, ou seja, na dúvida, o réu deve ser favorecido. Isso se aplica em caso de empate. Se fossem cinco ministros no julgamento, Temer precisaria do voto de três para ter maioria. Como serão apenas quatro, bastam dois votos para o empate.

O ex-presidente responde a processo por recebimento de propina da construtora Engevix, em troca de contratos na execução da construção de Angra 3. Ele foi preso inicialmente em março, por ordem do juiz Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Poucos dias depois, foi solto pelo desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), com sede no Rio.

O MPF recorreu da decisão, e o recurso foi levado para votação pelos três integrantes da Primeira Turma do TRF-2, que conta com Athié e mais dois desembargadores: Abel Gomes e Paulo Espírito Santo. Athié votou para manter Temer livre, mas os outros foram favoráveis à prisão.

Bretas também tinha mandado prender João Batpista Lima Filho, o Coronel Lima, amigo de Temer. Ele foi solto e, depois, preso novamente na semana passada por ordem do TRF-2. A defesa de Lima apresentou um habeas corpus no STJ, mas não há confirmação ainda de quando ele será julgado.

O caminho do dinheiro
Esquema desviou verba de contratos de publicidade para reforma de casa da filha do ex-presidente Temer
Michel Temer
(EX-PRESIDENTE)
Coronel Lima
Amigo pessoal e operador
de Temer. Dono da Arge
-
plan, subcontratada na
obra de Angra 3
1
No início de 2014, Lima cobra
contribuição financeira de José
Antunes Sobrinho, dono da Engevix,
empresa com participação na obra
de Angra 3
Antunes
Sobrinho
2
Angra 3
Sem conseguir levantar recursos em
contratos de Angra 3, Antunes
Sobrinho busca esses recursos
através de projetos junto à Secretaria
Recursos
em contratos
de Aviação Civil, sob comando de
Moreira Franco
Aeroporto
de Brasília
3
Inframerica, sócia da
Engevix na exploração
de aeroportos, vende
Moreira
Franco
espaços publicitários no
Aeroporto de Brasília por
R$ 24 milhões
Ministro-chefe
da Secretaria
da Aviação Civil
4
A
, dona do contrato
empresa Alumi
publicitário, repassa R$ 1,091 milhão
à PDA Projetos, empresa de Lima,
através de contratos fictícios
Coronel Lima
5
Coronel Lima, através de sua
empresa Argeplan, paga reforma na
casa de Maristela Temer, entre 2014
e 2015, no valor de R$ 1,5 milhão.
Maria Rita Fratezi, mulher de Coronel
Lima, é responsável pela obra
Maristela Temer
Filha de Temer
6
Para o MPF, o processo configura
pagamento de vantagem indevida a
Temer, que teria supervisionado a
execução e os gastos da obra
casa de Maristela Temer
Michel Temer
(ex-presidente)
O caminho do dinheiro
Esquema desviou verba de contratos de publicidade para reforma de casa da filha do ex-presidente Temer
Michel Temer
(ex-presidente)
Coronel Lima
Amigo pessoal e operador de Temer.
Dono da Argeplan, subcontratada na
obra de Angra 3
1
No início de 2014,
Lima cobra
contribuição
financeira de José
Antunes Sobrinho,
dono da Engevix,
empresa com
participação na
obra de Angra 3
Antunes Sobrinho
2
Sem conseguir
Angra 3
levantar recursos
em contratos de
Angra 3, Antunes
Sobrinho busca
esses recursos
através de projetos
junto à Secretaria
de Aviação Civil,
Recursos
em contratos
sob comando de
Moreira Franco
Aeroporto
de Brasília
3
Inframerica, sócia da Enge
-
vix na exploração de aero
-
portos, vende espaços
publicitários no Aeroporto
de Brasília por
R$ 24 milhões
4
Moreira
Franco
A
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empresa Alumi
dona do contrato
Ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil
publicitário, repas
-
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milhão à PDA
Projetos, empresa
de Lima, através
de contratos fictí
-
cios
Coronel
Lima
5
Coronel Lima,
através de sua
empresa Argeplan,
paga reforma na
casa de Maristela
Temer, entre 2014
e 2015, no valor de
R$ 1,5 milhão.
Maria Rita Fratezi,
mulher de Coronel
Lima, é
responsável pela
obra
Maristela Temer
Filha de Temer
6
Para o MPF,
o processo
configura
pagamento de
vantagem
indevida a
Temer, que teria
supervisionado
a execução e os
casa de
Maristela
Temer
gastos da obra
Michel Temer
(ex-presidente)