16/06/2014 11h49 - Atualizado em 16/06/2014 14h32

Censo do CNJ aponta que 1,4% dos juízes brasileiros são pretos

Termo adotado pelo conselho é o mesmo utilizado pelo IBGE em censo.
Dados serão usados para discutir cotas para ingresso na magistratura.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou nesta segunda-feira (16) o Censo do Poder Judiciário, que aponta que, entre os magistrados brasileiros, 1,4% se autodeclaram pretos. O documento aponta que o perfil básico do juiz no país é homem, branco, casado e heterossexual.

O documento mostra ainda que 84,5% são brancos, 14% dos magistrados se autodeclaram pardos e 0,1% afirmam ser indígenas. O CNJ utilizou termos adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que classifica os negros pelas cores preta e parda.

Um dos motivos da realização do censo foi embasar a discussão no conselho sobre adoção de cotas para o ingresso na magistratura.

O primeiro presidente negro do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, que também preside o CNJ, acompanhou a divulgação dos dados no início da sessão do conselho. Barbosa vai se aposentar do cargo até o fim deste mês.

O censo ouviu 10,79 mil juízes do país, cerca de 60% dos 16,8 mil magistrados brasileiros.

Entre 2012 e 2013, 2% dos que ingressaram na magistratura eram pretos e 17%, pardos. O total de pretos e pardos passou de 15% para 19% em dois anos entre os que entraram na carreira.

Sexo, idade e orientação sexual
Conforme os dados, 64% dos magistrados são homens e 36%, mulheres. A Justiça do Trabalho é o ramo com maior percentual de mulheres (47%).

A idade média dos juízes brasileiros é de 45 anos e 80% afirmaram ser casados ou em união estável. Destes, 1,1% disseram que a união era com pessoas do mesmo sexo (122 magistrados). Entre os juízes, 76% têm filhos.

Na pesquisa, 14% das mulheres ouvidas apontaram dificuldades para promoção e remoção.

Para o conselheiro Paulo Teixeira, responsável pelo estudo, afirmou que a pesquisa servirá para mudanças na atuação do conselho em relação à inclusão e melhoria das condições de trabalho.

"Temos um contingente masculino maior que o feminino. A gente crê que o número tende a se elevar. Para que se possa ter segmento significativo é preciso diversidade. O Judiciário historicamente é conservador, mas com tendência de modificação."

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