Por Bárbara Muniz Vieira, Beatriz Borges e Tahiane Stochero, G1 SP — São Paulo


Montagem do hospital de campanha no Complexo Ibirapuera foi iniciada nesta terça-feira (7) — Foto: Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo

O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou nesta terça-feira (7) a implementação de um hospital de campanha no Complexo do Parque do Ibirapuera, em Moema, Zona Sul de São Paulo. A unidade de saúde, que já começou a ser construída no final de semana, terá 240 leitos de baixa complexidade e 800 profissionais de saúde entre médicos, enfermeiros e paramédicos.

O investimento, segundo Doria, é de R$ 42 milhões. A previsão é que a unidade começará a funcionar no dia 1º de maio. A unidade de saúde de 7,5 mil metros quadrados está sendo montada no estádio Ícaro de Castro Mello, que fica no Complexo Constâncio Vaz Guimarães, próximo ao Parque do Ibirapuera.

Com o novo hospital, a capital de São Paulo terá três hospitais de campanha. A Prefeitura inaugurou na segunda-feira (6) o Hospital de campanha do Pacaembu, na região central, com 200 leitos. De acordo com Doria, o hospital de campanha no Anhembi, na Zona Norte, será inaugurado no próximo dia 15 de abril com 1.800 leitos.

"No total estamos abrindo e acrescentando na capital 2.240 leitos de baixa complexidade, fundamentais para liberarem as unidades de saúde para atendimento de alta complexidade e atendendo casos mais graves do coronavírus", salientou.

Hospital de Campanha do Complexo do Ibirapuera — Foto: Reprodução/YouTube

Estado repassou R$ 50 milhões à Prefeitura

De acordo com o secretário estadual de Saúde José Henrique Germann, o hospital de campanha Ibirapuera no Complexo desportivo Constâncio Vaz começou a ser construído no final de semana. Ele terá no total 268 leitos, sendo 240 de baixa complexidade e mais 28 para estabilização.

A unidade terá postos de enfermagem, sala de descompressão, salas de equipamento, como tomógrafo, e farmácia. O hospital ocupará 7,5 mil metros quadrados e terá duas tendas maiores, de 100 x 30 m e outras duas menores de 25 x 30 m. Serão 800 profissionais de saúde trabalhando na unidade por intermédio de uma Organização Social (OS).

Germann disse durante a coletiva que os hospitais de campanha estão sendo construídos pelas prefeituras com recursos do estado de São Paulo.

"O governo do estado repassou aos municípios com mais de 100 mil habitantes e depois para as cidades de menos de 100 mil habitantes. Com isso eles estão habilitados para fazer uma estrutura mais robusta no atendimento., em números principalmente."

De acordo com Doria, só para a capital, o estado repassou R$ 50 milhões à Prefeitura da capital. "Estamos no mês mais agudo e por isso estamos fazendo mais leitos de campanha", disse Doria.

O secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, durante a coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira (7) — Foto: Reprodução/YouTube

Programa alimento solidário

Doria também anunciou na coletiva deste terça-feira (7) o lançamento do programa Alimento Solidário, que vai distribuir a partir do próximo dia 17 de abril, 1 milhão de cestas do alimento. De acordo com o governador, a iniciativa vai atender 4 milhões de pessoas em situação de pobreza no estado de São Paulo.

A iniciativa é da secretaria de Desenvolvimento Social e com apoio do Fundo Social presidido por Bia Dória, mulher do governador. Segundo Doria, 48 dirigentes empresariais do setor privado doaram mais de R$ 100 milhões para a montagem e distribuição de cestas.

"As famílias são aquelas registradas no cadastro federal de programa de assistência social que permite um controle adequado e que as cestas sejam destinadas a quem efetivamente precisa. As cestas terão sua distribuição prioritária na capital de São Paulo, na região metropolitana e na sequência para o interior do estado e do litoral", disse Doria.

Segundo o governador, todo controle está sendo feito pela Price Waterhouse, "uma das maiores empresas de auditoria do mundo".

A cesta contém arroz, feijão, lentilha, leite em pó, sardinha, charque, linguiça, ervilha, macarrão, milho verde, sal, açúcar, farinha, fubá, molho de tomate, mistura para bolo, óleo e biscoitos. A cesta foi composta com ajuda de um grupo de nutricionistas do hospital Albert Einstein.

Doria disse que fez a doação de seus salários de março a julho para a iniciativa, um montante de R$ 85 mil.

"Todos sabem que desde que fui prefeito da capital de São Paulo, não foi diferente como governador do estado, eu tenho doado todos os meus salários para instituições do terceiro setor e tenho feito isso através da minha esposa Bia (...). Eu pedi a Bia que todos os meus salários de março, abril, maio, junho e julho fossem doados para uma entidade e que essa entidade destinasse integralmente para compra das cestas do Alimento Solidário. O valor é modesto, são R$ 85 mil o valor líquido do salário que eu recebo, mas é um exemplo para que outras pessoas possam, ainda de maneira modesta, contribuir para compra da cesta do alimento solidário para oferecer a quem nada tem. A quem hoje tem dificuldade para ter comida em casa, para sustentar-se e sustentar a sua própria família."

Célia Parnes, secretária de Desenvolvimento Social, durante a coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira (7) — Foto: Reprodução/YouTube

Célia Parnes, secretária de Desenvolvimento Social, lembrou que o estado de São Paulo é o mais afetado pelo coronavírus e o isolamento faz com que as famílias fiquem mais vulneráveis.

"Ao mesmo tempo que nos protege, temos mais pessoas em casa para se alimentar. Vamos chegar na casa de 4 milhões de pessoas, não sei se essa informação é de conhecimento de todos, mas 9% da nossa população do estado ainda vivem na pobreza extrema. Vamos entregar 1 milhão de cestas", afirmou.

De acordo com Parnes, a cesta alimenta até quatro pessoas por mês e será entregue a famílias com renda mensal máxima de R$ 89 per capita cadastradas no Cade, cadastro federal oficial para inclusão em programas de assistência e transferência de renda.

"O peso maior aqui foi realmente no reforço proteico para garantir saúde e defesa para essas famílias com tantas fragilidades, comida de verdade com carnes, peixes, leite, muita proteína e muitos grãos e muito carinho e capricho que todos merecem. Estas são famílias cadastradas no Cade Único que é o cadastro federal oficial para inclusão em programas de assistência e transferência de renda, a elegibilidade dessas famílias aos programas advém de uma renda mensal máxima de R$ 89, per capita, ou seja, extrema pobreza, para que a entrega seja precisa a fórmula encontrada foi usarmos os Centros de Assistência Social como os mais capilarizados pontos de distribuição, atendendo a 645 municípios e chegando ao bairro exato onde residem essas famílias mapeadas."

Dicas de prevenção contra o coronavírus — Foto: Arte/G1

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