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Por France Presse


Celular com tela dobrável exposto na CES 2019 — Foto: Thiago Lavado/G1

Alguns tipos de luzes de LED, ricas em "luz azul" e cujo uso se multiplicou nos últimos anos, têm efeito tóxico na retina e afetam o sono, alertou a agência pública francesa responsável pela segurança sanitária.

Econômicas, de baixo consumo e com uma longa vida útil, as luzes de LED se expandiram consideravelmente nos últimos anos, mas algumas podem ser perigosas, afirmou a Agência Nacional de Segurança Sanitária de Alimentos, Meio Ambiente e Trabalho (Anses) nesta terça-feira (14).

Para obter uma luz branca, combinam um diodo azul com uma camada de fósforo amarelo. Quanto mais "fria" é a luz, maior a proporção de azul.

Não é a primeira vez que esta agência francesa alerta sobre os riscos dessas luzes artificiais.

A Anses emitiu um primeiro aviso em 2010 e, desde então, "novos dados científicos confirmaram" que são prejudiciais aos olhos e que acarretam outros riscos.

Apesar disso, seu uso se generalizou. Além das lâmpadas domésticas, o LED é cada vez mais comum nos faróis de carros, lanternas, brinquedos, telas de celulares, tablets e computadores.

No entanto, para Francine Behar-Cohen, médica oftalmologista e presidente do grupo de especialistas reunidos pela Anses, seu efeito "fototóxico" não diz respeito às telas, uma vez que a luz desses aparelhos é muito baixa.

Por outro lado, "uma exposição a uma luz intensa e aguda é fototóxica, pois leva à perda irreversível das células da retina, o que pode levar a uma diminuição da acuidade visual", explicou a agência francesa.

A Anses, portanto, recomenda que os limites máximos de exposição permitidos sejam revisados, uma vez que considera que "não são suficientemente protetores".

Impacto em crianças e adolescentes

Estudos também mostram que "a exposição, mesmo muito baixa, à luz azul, durante a tarde ou a noite, afeta o ritmo biológico e, portanto, o sono". Nesse caso, as telas são um problema.

Crianças e adolescentes, "cujos olhos não filtram completamente a luz azul", já que seu cristalino ainda está em desenvolvimento, "constituem uma população particularmente sensível". Os trabalhadores noturnos também.

Mas, para além dos efeitos sobre o sono, os "impactos sobre os ritmos biológicos têm outros efeitos na saúde", tais como o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares ou câncer, diz Dina Attia, pesquisadora da Anses.

Além de tudo isso, muitas lâmpadas LED têm "variações significativas na intensidade da luz", devido a flutuações na fonte de alimentação, o que pode induzir "dores de cabeça e fadiga ocular" em algumas pessoas, segundo a Anses.

A agência recomenda, portanto, favorecer as luzes "brancas quentes" e limitar a exposição à intensa luz azul das telas de LED "antes de dormir e à noite".

Também considera que os objetos vendidos ao público em geral não devem ter luzes LED, como é o caso das lâmpadas, e que "a intensidade de luz dos faróis dos carros deve ser limitada", pois em alguns são muito fortes.

Também adverte sobre a eficácia altamente variável de protetores de tela ou lentes com filtros de luz azuis.

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