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ECONOMIA

Paulo Guedes explica o que quer fazer com as reservas internacionais

Dólar, Fed, economia, dinheiro

A possibilidade de Paulo Guedes reduzir as encorpadas reservas internacionais do Brasil (US$ 380 bilhões) foram discutidas nas conversas entre o futuro ministro da Fazenda e sua equipe — conforme revela o "Valor Econômico" em sua edição de hoje.

Guedes, no entanto, detalhou o contexto das discussões em uma conversa com um interlocutor.

Não se trata, evidentemente, de queimar reservas para realocá-las em investimentos em infra-estrutura, como vários economistas à esquerda propuseram nesta campanha.

A discussão relatada pelo "Valor" ocorreu na última semana de agosto, quando o dólar rompeu a barreira dos R$ 4, com viés de alta. Ou, como disse Guedes ao interlocutor, "o contexto era o que um governo deve fazer em meio à uma crise cambial por falta de bons fundamentos fiscais". Ou seja, não se trata de política de governo.

Para Guedes, a resposta técnica adequada a esse contexto de explosão do dólar seria enfrentar diretamente o desafio do ajuste fiscal e aproveitar a especulação contra a moeda para vender reservas e recomprando a dívida interna — e, assim, reduzindo ainda mais o déficit fiscal — para evitar a contração monetária causada pela venda das reservas.

Numa palavra, enfatizou, Guedes ao interlocutor, seria uma "política de esterilização".

O resultado final dessa operação, segundo expôs Guedes à sua equipe, "é um país com déficit fiscal muito menor e a mesma taxa de câmbio de antes da crise apesar das reservas mais baixas". De acordo com uma afirmação que o futuro ministro gosta de repetir, "só precisa desse nível elevado de reservas quem não faz ajuste fiscal".

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