Política Eleições 2018

'Não sou favorável a posições ultraliberais', diz Barbosa

Para ex-ministro, condições sociais e a desigualdade do Brasil não permitiriam abordagem radical
Joaquim Barbosa quando ministro do Supremo Tribunal Federal, em 02/08/2018 Foto: Pedro Ladeira / AFP
Joaquim Barbosa quando ministro do Supremo Tribunal Federal, em 02/08/2018 Foto: Pedro Ladeira / AFP

RIO — Cotado como presidenciável do PSB, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Joaquim Barbosa disse, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, que não é 'favorável a posições ultraliberais'. Filiado ao partido no início do mês, Barbosa demonstrou que deve buscar uma abordagem social-democrata na economia, focada no combate à miséria.

"Não sou favorável a posições ultraliberais num país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas", disse Barbosa. Aposentado, o magistrado apareceu com 8% na última pesquisa do Datafolha, o colocando em 4º lugar.

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Para ele, "basta um rápido olhar para o chamado Brasil profundo ou para a periferia das nossas grandes metrópoles para se convencer da inadequação à nossa ‘engenharia social’ dessas soluções meramente livrescas, puramente especulativas. Evidentemente, elas não são solução para a grande miserabilidade que é a nossa marca de origem e que nós, aparentemente, insistimos em ignorar.”

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Barbosa foi relator do mensalão, que investigou um esquema de corrupção no Congresso nacional. O processo resultou na prisão de integrantes do PT em 2012. Ele também se pronunciou publicamente, já aposentado em 2014, contrariedade ao impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.

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Uma dos principais questionamentos quanto a candidatura de Barbosa é a de pequena passagem do ex-magistrado pelo poder Executivo. Na entrevista ao Estado, porém, ele demonstrou discordar da avaliação:

“Conheço muito bem o Estado brasileiro, suas virtudes, seus defeitos, visíveis ou invisíveis. Nele trabalhei desde muito jovem, nas mais diversas esferas, dos níveis mais modestos aos mais elevados”, argumentou