Política

Tabata Amaral (PDT-SP) vai processar ministro por divulgar números de telefone dela e de sua equipe

Abraham Weintraub imprimi u conversas que integrantes do MEC tiveram com a deputada e distribuiu em comissão da Câmara
Deputada Tábata Amaral (PDT-SP) mostra papéis distribuídos por ministro Foto: Reprodução
Deputada Tábata Amaral (PDT-SP) mostra papéis distribuídos por ministro Foto: Reprodução

RIO e BRASÍLIA — A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) informou na tarde desta quarta-feira que vai entrar com um processo por danos morais contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub , por ele ter divulgado o seu número de telefone pessoal e de integrantes da sua equipe. A parlamentar conversa com advogados para "entrar o quanto antes com as medidas judiciais cabíveis".

— Estou entrando com um processo por danos morais contra o senhor por distribuir a uma comissão pública prints com o meu número pessoal e da minha equipe. Isso é um constrangimento, isso não é uma atitude de um ministro. Eu tenho vergonha de a gente estar aqui cobrando planejamento estratégico, falando de coisas sérias, com respeito, e o senhor me responder com isso. Isso é falta de maturidade, pelo amor de Deus — afirmou a deputada, durante sessão na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

A conversa foi distribuída por Weintraub após a deputada questioná-lo sobre os programas e projetos do ministério para a educação e dizer que ele não a convidou para três reuniões na pasta, como disse na Câmara na semana passada.

— Recebemos o convite do senhor, ontem, para a comissão externa. Já respondemos, estamos buscando um horário, um dia, para podermos nos reunir. Mas me incomoda que a resposta a tudo seja um pedido de reunião. Naquele dia, o senhor me disse que tinha me convidado três vezes, eu desmenti. Já entenderam que não chegou o convite, não sabem o que aconteceu, e etc. Superado — afirmou Tábata.

O ministro rebateu os questionamentos da deputada de que o Enem estaria ameaçado e que a pasta não teria projetos. Sobre as reuniões que teriam sido marcadas com Tabata, Weintraub disse que foi gentil ao afirmar no plenário da Câmara que havia convidado a parlamentar para uma reunião,  já que havia enviado quatro convites. Neste momento, ele distribuiu prints das conversas impressas para os integrantes da comissão.

— Ali no plenário, eu tentei ser gentil. A gente mandou para a sua equipe, depois a gente vai disponibilizar, vai estar no Twitter, quatro envios para a sua equipe. A sua equipe, talvez, não tenha passado para a senhorita. Mas aí é uma questão de gestão da equipe da senhorita. Foi enviado para a sua equipe. Na verdade foram quatro interações — afirmou o ministro.

Tabata rebateu, dizendo que os três convites distribuídos foram feitos ainda pela equipe do antecessor de Weintraub, Ricardo Vélez Rodríguez, sendo que o primeiro foi cancelado pelo próprio Ministério da Educação (MEC), o segundo foi enviado para um canal pessoal sem respeitar as regras oficiais, e no terceiro uma assessora a representou.

— Vamos lá, já que vamos entrar nesse nível de debate. O senhor falou de quatro convites feitos pelo senhor. Só faltou combinar com a equipe, porque as três datas que vieram foram da administração do Velez (ex-ministro da Educação). O senhor tomou posse dia 9 de abril e compartilha com o público três convites, sendo que o último foi feito no dia 1º de abril. Pelo menos faça as contas para não passar vergonha.

A reunião terminou em confusão, sem que o ministro tenha comentado. Tabata ganhou evidência após fazer fortes cobanças a Ricardo Vélez em audiência da comissão de Educação da Câmara, antes do titular do MEC ser demitido. Ela tem a educação como principal bandeira. Tabata exerce o primeiro mandato parlamentar.