Por Kleber Tomaz e Tahiane Stochero, G1 SP


Vídeo mostra PM dando tapa no rosto de garoto por causa de pipa em São Paulo

Vídeo mostra PM dando tapa no rosto de garoto por causa de pipa em São Paulo

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um policial militar dando um tapa no rosto de um garoto após uma discussão por causa de pipas na Zona Leste de São Paulo. A imagem foi gravada por celular neste mês de julho.

Procurada pelo G1, a Ouvidoria da Polícia informou que acionou a Corregedoria da Polícia Militar (PM) para apurar agressão e abuso de autoridade cometidos pelo policial.

Em nota, a PM informou que a Corregedoria acompanha o caso e que foi instaurado um procedimento apuratório sobre a situação.

De acordo com o ouvidor da Polícia, Benedito Mariano, ele recebeu a informação de que quem apanha do PM no vídeo é um menino de aproximadamente 13 anos de idade que empinava pipa no Parque Aterro Sapopemba, na região de São Mateus.

Segundo a denúncia, o caso teria ocorrido em 11 de julho, quando policiais foram ao local por causa do atropelamento de uma pessoa em um trecho do Rodoanel perto do parque.

Em seguida, um helicóptero da Polícia Militar precisou pousar no local para fazer o socorro da vítima, mas as pipas que estavam no alto atrapalhavam a aeronave por conta das linhas, que poderiam enroscar nas hélices.

No vídeo, um policial fardado se aproxima do garoto e o agride. No áudio é possível ouvir o som do tapa no rosto da vítima, que segura um carretel com a linha da pipa. Ao fundo, há barulho do helicóptero.

Outros policiais arrebentam as linhas das pipas enquanto outros jovens saem correndo com seus carretéis das pipas. Um policial xinga os meninos. “Está socorrendo a criança lá”, “tem um avião”, “vai se f*, já foi pedido para tirar”, berra o agente da PM.

“Estamos instaurando procedimento hoje de agressão e abuso de autoridade e encaminhando ofício à Corregedoria da PM para acompanhar a apuração”, disse Benedito sobre a atuação da Ouvidoria.

“Nem se os adolescentes e crianças estivessem usando cerol [material cortante nas linhas feito com vidro moído e cola] nas pipas essa conduta de agredir se justificaria”, disse ao G1 o advogado Ariel de Castro, membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). "Podemos também encaminhar para o menino ser atendido pelo conselho tutelar e pelo Cedeca, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Sapopemba".

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