Vacina

Por G1


Caixas com a vacina da Moderna são preparadas para envio em um centro de distribuição no Mississippi, sul dos Estados Unidos, neste domingo (20). — Foto: Paul Sancya, Pool/AP

Doses da vacina da Moderna contra a Covid-19 começaram a ser empacotadas para envio neste domingo (20) nos Estados Unidos. A vacina foi autorizada para aplicação na população no sábado (19) pelo Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) americano.

Segundo o jornal "The New York Times", 5,9 milhões de doses devem ser enviadas ainda neste domingo. A previsão é que a vacina comece a ser dada às pessoas na segunda-feira (21). Cada pessoa precisa de duas doses.

A prioridade será para profissionais de saúde e residentes de lares de longa permanência, de acordo com o conselho do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização. O comitê deve se reunir neste domingo para decidir quem receberá as doses disponíveis depois que as primeiras tiverem sido aplicadas.

A vacina da Moderna usa uma tecnologia de RNA (veja vídeo abaixo) – assim como a da Pfizer, aprovada para uso nos Estados Unidos há uma semana.

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Diferente do imunizante da Pfizer, entretanto, a vacina da Moderna não precisa de temperaturas tão baixas de armazenamento: pode ser mantida em -20ºC, ao invés dos -70ºC da Pfizer.

Grupos prioritários

Como não haverá doses suficientes da vacina para a população americana inteira pelos próximos meses, as doses terão que ser racionadas.

Segundo a agência de notícias Associated Press, a expectativa é de que o Comitê Consultivo em Práticas de Imunização coloque “trabalhadores essenciais” em segundo lugar na fila. A lista incluiria pessoas como motoristas de ônibus, balconistas e outros, que se infectam com mais frequência.

Outros especialistas, entretanto, dizem que pessoas com 65 anos ou mais devem ser as próximas, junto com pacientes com determinados problemas de saúde – porque esses são os que estão morrendo mais.

Há, ainda, um debate sobre incluir ou não presidiários entre os grupos com prioridade.

Ainda que haja uma decisão do comitê do CDC, deverá haver diferenças de estado para estado, porque os departamentos de saúde estaduais podem determinar suas próprias regras.

Atraso nas entregas da Pfizer

Ao menos 15 estados americanos reclamaram de que vão receber, nesta semana, menos doses da vacina da Pfizer do que as inicialmente prometidas. O general do exército americano responsável pela logística de entrega pediu desculpas, no sábado (19), pelos atrasos.

O imunizante foi aprovado na semana passada e, até sexta-feira (18), mais de 128 mil pessoas haviam sido vacinadas, segundo o "The New York Times".

"Eu falhei. Estou me ajustando. Estou consertando e seguiremos em frente a partir daí", disse o general Gustave Perna à Associated Press.

O general disse que cometeu erros ao citar o número de doses que ele acreditava que estariam prontas.

Há uma diferença entre vacinas fabricadas e doses prontas para serem entregues. Depois de ficar pronta, a vacina deve passar por “rigorosos testes de controle de qualidade e esterilidade”, que podem levar até um mês, disse o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA à Associated Press.

Além disso, a Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), equivalente americano da Anvisa no Brasil, deve receber um certificado de análise 48 horas antes de o fabricante enviar um lote.

Gustave Perna disse que o governo está a caminho de entregar aproximadamente 20 milhões de doses aos estados até a primeira semana de janeiro – considerando tanto a vacina da Pfizer como a da Moderna.

Segundo o general, 2,9 milhões de doses da Pfizer foram entregues aos estados até agora.

Menos doses

Em Michigan, onde a vacina é produzida, deverão ser entregues 60 mil doses. A previsão inicial era de 84.825.

Na Califórnia, segundo a Associated Press, serão 160 mil doses a menos – uma redução de cerca de 40%. Os hospitais começaram a vacinação com o primeiro carregamento, de 327 mil doses, e a expectativa era de um número ainda maior para esta semana. Em vez disso, serão cerca de 233 mil doses, disse uma porta-voz do governo estadual.

O governador de Washington, no oeste dos Estados Unidos, disse no Twitter ter sido comunicado de que a cota do estado seria cortada também em 40%.

“Isso é perturbador e frustrante”, escreveu o governador, Jay Inslee, na quinta-feira (17).

No Missouri, a expectativa de redução é de 25% a 30%. Em Iowa, em até 30%. O Departamento de Saúde Pública do estado disse que está "trabalhando para obter confirmação e detalhes adicionais de nossos parceiros federais".

Connecticut, Illinois, Kansas, Montana, Nebraska, New Hampshire e Indiana também foram informados para esperar remessas menores.

Em Nevada, o corte deverá ser de 42%, com 17.550 doses a serem recebidas.

No Havaí, o Departamento de Saúde disse que até 40% de suas doses serão adiadas, mas ainda espera receber cerca de 46 mil até o final do mês.

Na Geórgia, o governador disse que está na fila para receber 60 mil doses nesta semana, depois de inicialmente esperar 99 mil.

A Pfizer deixou claro que, no que diz respeito à produção, nada mudou.

A empresa disse, em comunicado, que, nesta semana, “despachou com sucesso todas as 2,9 milhões de doses que fomos solicitados a enviar pelo governo dos Estados Unidos para os locais especificados por eles. Temos milhões de doses adicionais em nosso depósito, mas, no momento, não recebemos nenhuma instrução de envio para doses adicionais".

As autoridades federais disseram que a Pfizer se comprometeu a fornecer 6,4 milhões de doses de sua vacina na primeira semana após a aprovação. Mas a operação federal Warp Speed ​​já havia planejado distribuir imediatamente apenas 2,9 milhões dessas doses.

Outras 2,9 milhões deveriam ser mantidas no depósito da Pfizer para garantir que as pessoas vacinadas na primeira semana poderiam receber a segunda dose, para tornar a proteção eficaz. Além disso, o governo está mantendo 500 mil doses adicionais como reserva, informou a Associated Press.

A Pfizer disse que continua confiante de que pode fornecer até 50 milhões de doses para todo o mundo neste ano e até 1,3 bilhão de doses em 2021.

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