• Daniela Fabrasile
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Bianca Simões: empreendedora enxergou uma tendência de mercado (Foto: Divulgação)

Bianca Simões: empreendedora enxergou uma tendência de mercado (Foto: Divulgação)

Era 2014, Bianca Simões resolveu deixar de ser advogada, foi morar em Londres e começou a estudar gastronomia e alimentação saudável. “Lá, o mercado de comida saudável está muito bem desenvolvido, e foi aí que eu percebi a oportunidade, porque achava que o Brasil começava a se abrir para esse negócio”, diz ela. No mesmo ano ela voltou para São Paulo, já decidida a empreender. Passou a estudar o mercado, contratou uma consultoria para conhecer melhor o terreno por onde estava caminhando e, no fim de 2015, investiu R$ 500 mil para abrir sua própria empresa, que leva seu nome, Bianca Simões. No ano passado, a empresa faturou R$ 2,1 milhões.

“Eu procurei saber o que as pessoas no Brasil entendem como alimentação saudável, o que elas consumiam, e daí surgiu a ideia de criar a marca”, afirma. O objetivo, diz ela, é oferecer alimentos minimamente processados, livres de produtos químicos e de alto valor nutritivo.

Os primeiros produtos lançados foram quiche, bolo e quibe veganos. Mais tarde, a empresa lançou granolas e, mais recentemente, chips de couve. “O portfólio foi sendo lançado gradualmente, sempre fui cautelosa em termos de crescimento”, diz.

Assim como o cardápio de opções mudou, o modelo de negócio adotado pela empreendedora teve também que ser adaptado ao longo do tempo. Inicialmente, Bianca Simões vendia seus produtos diretamente aos consumidores, mas seis meses depois de fundada a empresa, ela viu a possibilidade de vender a grandes redes varejistas. A primeira rede de mercados foi a Casa Santa Luzia. “Vi uma oportunidade imensa no mercado, por mais difícil que seja ser uma marca dentro do ponto de venda, ali você tem um fluxo constante de pessoas, diferente de quando você monta um negócio pela internet”.

Não foi fácil. Para ter grandes redes como distribuidoras, a empresária teve que aumentar o controle de alergênicos, dos fornecedores e de lotes. “A gente se estruturou para isso, acho que fomos bem cautelosos nesse crescimento”.

Depois da Casa Santa Luzia, Bianca Simões fechou parcerias com Carrefour, St Marché, Empório Santa Maria, Eataly e Mundo Verde. “Acho que uma das minhas maiores dificuldades é a construção da marca, porque nossos produtos ficam ao lado de marcas gigantescas”, diz Bianca. “O mercado de alimentos saudáveis ainda é incipiente no Brasil, até mesmo em termos de cadeia, fornecedores, mas agora estamos em um momento de amadurecimento para ter um produto mais acessível na ponta e para que isso seja verdadeiramente saudável”, afirma. A tendência, segundo ela, é um crescimento do mercado, redução de preços e aumento da demanda.

O próximo passo é criar um e-commerce para vender os produtos diretamente aos consumidores, e diversificar o portfólio. “Estamos desenvolvendo a linha zero açúcar agora, e temos mais projetos de produto em andamento”.