Edição do dia 03/03/2015

03/03/2015 12h16 - Atualizado em 03/03/2015 12h16

Cigarro é item mais contrabandeado no Brasil, aponta pesquisa

Produto representa quase 70% de todo o contrabando no país.
Brasil deixa de recolher R$ 4,5 bilhões em impostos.

Um crime que atinge todas as grandes cidades brasileiras: o contrabando. No Dia Nacional do Combate ao Contrabando, o principal assunto é que o produto mais contrabandeado é o cigarro.

O cigarro representa quase 70% de todos os produtos contrabandeados. E só com o cigarro, o Brasil deixa de recolher R$ 4,5 bilhões em impostos. O contrabando entra no país principalmente pela região de Foz do Iguaçu e é distribuído para todo os estados. Em São Paulo, o comércio ilegal é encontrado facilmente nas ruas.

A quantidade de gente querendo comprar alguma coisa em São Paulo é proporcional à quantidade de coisas à venda. Mas será que dá para saber o que é falso, o que é contrabandeado e o que está seguindo direitinho a lei? “A gente não tem como saber da procedência do produto. Tem etiqueta, mas não tem como saber”, diz o técnico em eletrônica Dênis Ricardo.

“Nota fiscal. Se você não emite, eu procuro não comprar, para evitar de comprar um produto que não é legalizado”, comenta o comerciante Marcio Fares.

Mas não é todo cliente que liga para isso, não. “Olha, eu comprei em uma loja hoje só, que me deu desconto porque eu não precisei da nota”, conta a comerciante Vanessa Lopes.

O Ministério Público Federal estima que só são apreendidos entre 5% e 10% de todos os produtos contrabandeados que entram no Brasil. O que se explica, em partes, pela extensão das nossas fronteiras. As autoridades brasileiras são responsáveis por fiscalizar uma área que se estende por 17 mil km², passando por 11 estados brasileiros e 10 países, entre eles, o Paraguai, o principal fornecedor de mercadorias contrabandeadas que a gente vê nas nossas ruas.

Muita coisa só passa pelo Paraguai, vem da China e de outros países do Oriente. Produzido mesmo no Paraguai é o cigarro, a mercadoria que dá mais dinheiro para os contrabandistas: lucro de até 230%. Baita contraste com os quase R$ 2 bilhões de prejuízo para indústria nacional e os R$ 4,5 bilhões que deixam de ser recolhidos, em impostos.

Se o cigarro representa 67% do contrabando que entra no Brasil, os perfumes são só 2%. Mas também atraem quem não segue a lei: podem ser vendidos em São Paulo pelo dobro do preço do Paraguai.

Os dados são do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, que trabalha em Foz do Iguaçu e ficou sete meses elaborando um estudo. “É o crime organizado, são grandes quadrilhas. Extremamente especializadas que pegam esse produto daqui em grande escala e levam para as capitais brasileiras”, afirma o presidente do IDESF, Luciano Stremel Barro.

E ainda que a fiscalização só consiga apreender uma pequena parte, dá para lotar galpões como o da Receita Federal, em Foz do Iguaçu. Tudo deve ser destruído nesta terça-feira (3), Dia Nacional do Combate ao Contrabando, e fazer espaço para as novas apreensões.

A Polícia Rodoviária Federal fez na noite desta segunda-feira (2), uma apreensões de 330 mil maços de cigarros paraguaios vinham de Foz do Iguaçu e para São Paulo. Foi na rodovia Régis Bittencourt em Registro. Até o caminhão foi apreendido e o motorista está preso. Ele transportava cigarros contrabandeados com notas fiscais falsas de óleo vegetal. A Polícia Federal agora vai cuidar do caso e disse que o caminhão vai ser leiloado.

Nota de correção: Na reportagem exibida no dia 3 de março de 2015, o Bom Dia Brasil informou que o Brasil deixa de recolher R$ 4,5 milhões em impostos. Na verdade, o valor é de R$ 4,5 bilhões. A informação foi corrigida às 12h15 do dia 3 de março.

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