Por Marina Pinhoni , G1 SP


Professores entregam panfletos em manifestação contra revisão de direitos na porta de escola particular em São Paulo, na manhã desta terça-feira (29) — Foto: Divulgação/SinproSP

Os professores de pelo menos 102 escolas de educação básica da rede particular da cidade de São Paulo paralisaram as atividades nesta terça-feira (29) em protesto contra revisão de benefícios trabalhistas, segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). Uma greve não está descartada.

O impasse na negociação da convenção coletiva da categoria já dura 5 meses e foi parar no Tribunal Regional do Trabalho. Segundo o sindicato, a proposta dos patrões retira importantes direitos estabelecidos pelo documento.

“A Convenção é muito importante porque regulamenta desde a admissão até o processo de demissão do professor. Os patrões querem modificar ou acabar com 40% dos direitos previstos”, afirma Silvia Barbara, diretora do Sinpro-SP.

Dentre as principais reivindicações da categoria, está manter os 30 dias de recesso remunerado no final do ano (o sindicato patronal quer reduzir para 23 dias) e o número de duas bolsas de estudo para os filhos dos professores. Eles também lutam contra o fim da garantia semestral de salários (que regula o valor recebido em caso de demissão), fim das férias coletivas e a possibilidade de redução de salários por acordo.

Na última quarta-feira (23), 37 escolas já haviam paralisado as atividades. Nova assembleia marcada para as 14h desta terça-feira definirá se os professores entrarão em greve.

Patronal

O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado (Sieesp) afirma que mantém o diálogo e a disposição para negociar com os professores enquanto aguarda a decisão do TRT.

“Não queremos acabar com direitos dos professores. Fizemos todas as concessões possíveis. Propusemos até um aumento real no salário para compensar. Mas chegamos a um limite. É uma questão de sobrevivência que essas mudanças sejam feitas”, afirma Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sieesp.

Segundo o presidente, o principal ponto para os patrões é a redução dos dias de recesso remunerado. “Não estamos conseguindo cumprir os dias letivos, que passaram de 180 para 200 por ano. Quem mais sofre com isso são as escolas menores e que atendem as classes B, C e D, porque não há como pagar hora extra”, diz.

O presidente afirma que continuará as negociações nos próximos dias. “Estamos abertos, mas essa mobilização continua sendo pouco expressiva. Nós representamos 10 mil escolas do estado e maioria dos professores não apoia essa greve”, afirmou.

Confira a lista com as 103 escolas sem aulas nesta terça, segundo o Sinpro-SP:

  1. Abilita
  2. Alecrim
  3. Anglo 21
  4. Anglo Leonardo da Vinci
  5. Anglo Vestibulares São Paulo (unidades Tamandaré, Sergipe e João Dias) **
  6. Ânima
  7. Arete
  8. Arraial das Cores
  9. Ateneu Osasco
  10. Bakhita
  11. Be.Living
  12. Builders Educação Bilingue
  13. Carandá – Viva vida
  14. Casinha Pequenina
  15. Colégio Canello Marques
  16. Colégio Anglo São Paulo **
  17. Colégio Cristo Rei
  18. Colégio Friburgo
  19. Colégio Global
  20. Colégio Hugo Sarmento
  21. Colégio Mater Amabilis (Guarulhos)
  22. Colégio Murupiara
  23. Colégio Nova Estrela Guia
  24. Colégio Pauliceias
  25. Colégio Pedroso e Oliveira (fund 2 e médio )
  26. Colégio Pedroso Objetivo
  27. Colégio da Polícia Militar –Centro ***
  28. Colégio da Polícia Militar – Itaquera
  29. Colégio da Polícia Militar – Penha
  30. Colégio da Polícia Militar – Santo Amaro
  31. Colégio da Polícia Militar – Vila Talarico
  32. Colégio Regina Mundi
  33. Colégio Santa Maria (ensino médio)
  34. Costa Zavagli
  35. Escola Alto de Pinheiro
  36. Escola Fazendo Arte
  37. Escola Jacarandá
  38. Escola Pé Pequeno
  39. Escola Vila Alpha
  40. Emilie de Villeneuve
  41. Equipe
  42. Escola da Vila
  43. Escola do Bairro
  44. Escola Miguilim
  45. Escola Vera Cruz
  46. Escola Viva
  47. Espaço Brincar
  48. Estilo de Aprender
  49. Estrela Guia
  50. Giordano Bruno
  51. Gracinha
  52. Grão de Chão
  53. Ítaca
  54. Liceu Pasteur (francês)
  55. Lumiar
  56. Madre Cabrini **
  57. Magister
  58. Maple Bear Granja Julieta
  59. Maple Bear Guarulhos
  60. Maple Bear Jaguaré **
  61. Maple Bear Klabin
  62. Maple Bear Santana
  63. Maple Bear Vila Mascote**
  64. Notre Dame
  65. Novo Ideal
  66. Ofélia Fonseca
  67. Oswald
  68. Parâmetros
  69. Parque Maravilha **
  70. Pataxó
  71. Pathernon (Guarulhos)
  72. Pentágono (3 unidades)
  73. Playpen **
  74. Politeia
  75. Primeira
  76. Projeto Vida **
  77. Quintal do João Menino
  78. Rainha da Paz
  79. Recreio
  80. Santa Amália Tatuapé
  81. Santa Clara
  82. Santa Clara de Assis
  83. Santa Cruz*
  84. Santa Maria de Nazaré
  85. Santi
  86. São Domingos
  87. São Teodoro de Nossa Senhora do Sion
  88. Simão Frugis
  89. Stance Dual
  90. Teia de Aprendizagens
  91. Teia Multicultural
  92. Tutor School
  93. Waldorf Aitiara (Botucatu)
  94. Waldorf Berta e Emil Molt
  95. Waldorf Francisco de Assis
  96. Waldorf Guayi
  97. Waldorf Micael
  98. Waldorf Ribeirão Pires
  99. Waldorf São Francisco de Assis
  100. Waldorf São Paulo
  101. Waldorf Viver Bauru

* paralisação total à tarde; atividades "temáticas" na parte da manhã e à noite.

** paralisação parcial

*** O sindicato dos professores diz que houve paralisação, segundo este relato. A direção do colégio diz que a suspensão das aulas foi determinada por questões de segurança e mobilidade urbana, em decorrência da greve dos caminhoneiros e não há relação com os protestos promovidos pelo Sindicato dos Professores de São Paulo

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