Economia Previdência

Previdência recebe 276 emendas na comissão especial

Prazo para apresentação de modificações ao texto terminou nesta quinta-feira
Relator da reforma da Previdência na comissão espeical da Câmara, Samuel Moreira Foto: Reuters
Relator da reforma da Previdência na comissão espeical da Câmara, Samuel Moreira Foto: Reuters

BRASÍLIA - A reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro recebeu 276 emendas na comissão especial que discute a matéria na Câmara dos Deputados. O número superou as emendas encaminhadas à proposta do ex-presidente Michel Temer, que foi de 164. O prazo para apresentação de modificações ao texto terminou às 19h desta quinta-feira, mas algumas emendas ainda podem ser incluídas no sistema por causa da burocracia da comissão.

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A maior parte das emendas está relacionada a pontos específicos como benefícios assistenciais (BPC), professores, trabalhadores rurais, aposentadoria em atividades de risco (policiais), regra de transição de servidores públicos e aumento das alíquotas de contribuição, pensões, cálculo do benefício, regime de capitalização e a retirada dos estados e municípios da proposta. Mas há também emendas globais, sugerindo várias modificações no texto original, como a apresentada pelo PL (ex PR).

Entre legendas  que patrocinaram a apresentação de emendas estão o partido do governo (o PSL), PP, PRB, MDB, DEM, PSDB, PL, PT, Solidariedade, Cidadania,  dentre outros. Diante da dificuldade para colher o número exigido de assinaturas, os deputados deixaram para protocolar as emendas na última hora.

O relator da reforma da comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que vai analisar as emendas encaminhadas para fechar o parecer. Muitos dos temas propostos pelos parlamentares já vêm sendo discutidos amplamente com o governo, como a retirada do BPC e das aposentadorias rurais da proposta.

Moreira afirmou que  pode apresentar o seu parecer no fim da próxima semana (07 de junho)  ou no início da semana seguinte, entre os dias 10 e 11. Ele reiterou que o prazo final é 15 de junho, mas que vai colaborar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que pretende acelerar o cronograma para votar a proposta no plenário da Casa antes do recesso de julho.

- Estamos partindo para o fechamento do relatório com todo o cuidado para que seja um bom relatório - disse Moreira após audiência pública na comissão especial.

O prazo para a realização de audiências públicas para debater os pontos da reforma na comissão especial também encerrou nesta quinta-feira. No entanto, na próxima semana será realizado um seminário internacional sobre a Previdência.

Antes de apresentar o relatório, Moreira pretende conversar com líderes dos partidos e se reunir com as bancadas. Para aprovar a reforma no plenário da Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre, será preciso apressar a votação do relatório na comissão, levando-se em consideração o calendário apertado pelo feriado de Corpus Christi e festas juninas no Nordeste, na segunda quinzena de junho.

Confira como é a tramitação no Congresso

Comissão Especial:

  • Cabe à comissão especial debater o mérito da proposta, ou seja, discutir efetivamente o conteúdo da reforma enviada pelo governo ao Congresso;
  • O projeto já está na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, onde será analisado.
  • Nas primeiras dez sessões, os parlamentares podem apresentar emendas para modificar o texto e, a partir da 11ª sessão, o relator pode apresentar o parecer.
  • O relatório, então, deverá ser votado pelos integrantes da comissão especial.
  • O parecer da Comissão Especial é publicado

Na Câmara:

  • O texto a ser aprovado pela comissão especial será enviado ao plenário da Câmara;
  • Por se tratar de uma emenda à Constituição, a proposta será submetida a dois turnos de votação e só será aprovada se, nas duas votações, tiver os votos de pelo menos três quintos dos deputados: 308 dos 513;
  • Se aprovada, a reforma seguirá para análise do Senado

No Senado:

  • O parecer vai para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, com trâmite parecido com o da Câmara, mas não passa pela Comissão Especial.

  • Após votação na CCJ o texto vai direto para o plenário do Senado, onde, assim como na Câmara, será analisado em dois turnos.

  • No intervalo entre um turno e outro são analisadas as emendas.
  • Concluída a votação em segundo turno, o projeto vai para a promulgação do presidente do Senado.
  • A partir da promulgação, o texto passa a valer
  • Mas se houver emendas, o texto pode voltar para Câmara