Por G1 Rio


A confiança do empresário do comércio na economia brasileira apresenta queda pelo quarto mês seguido. O indicador, divulgado nesta terça-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu o nível mais baixo em dois anos.

De acordo com a entidade, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou 103,7 pontos em agosto – foi o mais baixo desde agosto do ano passado, quando ficou em 103,1. Na comparação com julho, o indicador teve redução de 2,5%, na série com ajuste sazonal.

O levantamento mostrou que 72% dos empresários do varejo consideram que houve deterioração significativa do cenário econômico brasileiro nos últimos meses. Segundo o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, esta percepção se deve à conjuntura econômica do país, que não mostra sinais efetivos de recuperação.

“A desvalorização do real, o ritmo fraco do mercado de trabalho, as pressões de custos e o cenário externo mais desfavorável têm levado a economia e o comércio a um ritmo de crescimento mais fraco nos últimos meses”, avaliou o porta-voz da entidade.

Para calcular o Icec, a CNC apura os dados junto aos tomadores de decisão das empresas do varejo. A amostra da pesquisa é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do país.

Expectativa em baixa

A pesquisa mostrou que a expectativa do empresário em relação ao desempenho econômico do País também atingiu, em agosto, seu menor patamar dos últimos 12 meses. Este indicador ficou em 133,7 pontos.

“A elevada incerteza do cenário político a menos de um mês e meio do primeiro turno das eleições nos leva a projetar um crescimento menor das vendas no segundo semestre”, apontou Bentes.

Além disso, o levantamento da entidade mostrou que o subíndice que captura a avaliação das condições correntes da economia encolheu 6,1% na passagem de julho para agosto e, pela primeira vez em mais de dois anos, retrocedeu no comparativo anual (-2,6% ante agosto de 2017).

Avanço nas vendas

Mesmo com o cenário retraído, a CNC prevê avanço de 3,2% no volume de vendas do varejo na segunda metade do ano ante o mesmo período de 2017. Na análise da entidade, é "um resultado também frustrante, porém mais do que suficiente para garantir o aumento do faturamento real do setor pelo segundo ano consecutivo".

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