Política Lava-Jato

Moro vai tirar licença de cinco dias, não remunerada, para férias com a família, informa ministério

Assessoria informa que o ministro da Justiça estará de licença não remunerada durante o período de 15 a 19 de julho
Durante a semana, o presidente disse que iria ao gramado do Maracanã ao lado do ministro Sergio Moro se a segurança o permitisse. Ideia era testar a popularidade após divulgação de supostas mensagens do ex-juiz e de procuradores da Lava-Jato Foto: CARL DE SOUZA / AFP
Durante a semana, o presidente disse que iria ao gramado do Maracanã ao lado do ministro Sergio Moro se a segurança o permitisse. Ideia era testar a popularidade após divulgação de supostas mensagens do ex-juiz e de procuradores da Lava-Jato Foto: CARL DE SOUZA / AFP

BRASÍLIA - O ministro Sergio Moro (Justiça) vai se afastar do cargo entre 15 a 19 de julho . Segundo despacho do presidente Jair Bolsonaro , publicado nesta segunda-feira no "Diário Oficial da União", o ministro vai tratar de "assuntos particulares". O retorno está previsto para o próximo dia 22.

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A assessoria de Moro esclareceu que o ministro não pode tirar férias e que estará de licença não remunerada na próxima semana para viajar com a família. O secretário-executivo, Luiz Pontel, responderá interinamente pelo ministério no período.

Vazamento de conversas

O ministro integrou ontem a comitiva do presidente Jair Bolsonaro para assistir a final da Copa América, no Maracanã, em um teste de popularidade. O motivo seriam as reportagens do Intercept, do jornal “Folha de S.Paulo” e da revista “Veja” sobre supostas conversas no aplicativo Telegram que mostram Moro orientando ações da Operação Lava-Jato.

Moro e procuradores da Lava-Jato não têm reconhecido as mensagens divulgadas. Em entrevistas e depoimentos no Senado e na Câmara, o ministro afirmou não ter nada a esconder sobre as conversas atribuídas a ele e aos procuradores da Lava-Jato.

Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado apontou que 63% dos entrevistados tomaram conhecimento dos diálogos atribuídos pelo site The Intercept Brasil. Desses, 58%  disseram que a conduta do ex-juiz foi inadequada. Já 31% dos entrevistados aprovam a postura de Moro e 11% não souberam opinar sobre o assunto.

De acordo com a "Veja" e o The Intercept, em conversa de 28 de abril de 2016, Moro teria orientado os procuradores sobre prova em um processo. Diálogos divulgados na última sexta-feira revelam que Dallagnol teria avisado à procuradora Laura Tessler que o então juiz o avisou sobre a ausência de uma informação — um depósito a um funcionário da Petrobras — na denúncia do réu Zwi Skornicki, representante do estaleiro Keppel Fels, operador de propina do esquema e, posteriomente, delator na Lava-Jato.

"Laura no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do [Eduardo] Musa e se for por lapso que não foi incluído ele disse que vai receber amanhã e da tempo. Só é bom avisar ele", teria escrito Dallagnol.

"Ih, vou ver", teria respondido Laura.

De acordo com a revista e o site, o comprovante do depósito de US$ 80 mil, feito por Skornicki a Musa, foi incluído no dia seguinte à peça pelo MPF. Moro aceitou a denúncia e, para isso, citou o documento. Em nota, Moro afirmou que não tem como "confirmar ou responder pelo conteúdo de suposta mensagem entre terceiros"