Política República grampeada

Internautas fazem 'vomitaço' nas redes sociais de Temer

Páginas de outros políticos e partidos também são bombardeadas com comentários sobre as delações
Página do presidente Michel Temer Foto: Reprodução / Facebook
Página do presidente Michel Temer Foto: Reprodução / Facebook

RIO - A página do presidente Michel Temer no Facebook vem recebendo uma enxurrada de mensagens negativas desde que uma gravação onde ele dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha foi revelada pelo GLOBO, em reportagem do colunista Lauro Jardim , na noite desta quarta-feira.

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Além de panelaço e buzinaço em algumas regiões do país, internautas também estão promovendo vomitaço nas redes sociais, grande parte em publicações na rede do presidente.

O último post de Temer, no Facebook, foi há oito horas. Por volta das 22h, uma nota oficial foi divulgada no site do Planalto, onde o presidente nega as acusações.

Na página do PMDB nacional, internautas pediram a renúncia do presidente da República e também fizeram "vomitaço" nos comentários.

Em uma publicação sobre o programa 'Criança Feliz', houve críticas ao partido e a Michel Temer.

"Chega de fazer pronunciamentos para enrolar a população. RENÚNCIA JÁ', escreveu um.

A frase dita pelo presidente em uma das gravações feitas pela JBS também foi alvo de piadas na página: "Tem que manter isso, viu? kkkkk".

Na página do senador Aécio Neves (PSDB-MG), internautas comentaram sobre as revelações do dono da JBS, Joesley Batista, em seu último post registrado, sobre o Dia Internacional Contra a Homofobia.

Por volta das 22h30, uma nota emitida pela assessoria de imprensa de Aécio foi publicada no Facebook:

"O senador Aécio Neves está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários", diz o comunicado.

ENTENDA O CASO

O presidente Michel Temer foi gravado pelo dono da JBS Joesley Batista, dando aval para o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha em troca do silêncio dele. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

Além de Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley . O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).

Em negociação para fechar acordo de delação premiada, Joesley relatou também que Guido Mantega era o seu contato com o PT . Era com o ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma Rousseff que o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído aos petistas e aliados. Mantega também operava os interesses da JBS no BNDES.

Partidos de oposição já se articulam para dar entrada com pedidos de impeachment do presidente Michel Temer após as denúncias. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o Partido dos Trabalhadores se reunirá na noite desta quarta-feira para discutir os termos de um pedido de impeachment. Já o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), líder da Rede Sustentabilidade pretende protocolar o pedido de impeachment ainda na noite desta quarta-feira.

O tema das delações chegou a ocupar as dez posições dos 'Trending Topics' do Twitter no Brasil ao mesmo tempo.